A Jovem Guarda

Museu de Imagens

Comandado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléia, a Jovem Guarda foi um movimento que mesclou música, moda e comportamento.

ATUALIZADO EM 21/07/2014
Comandado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléia, a Jovem Guarda foi um movimento que mesclou música, moda e comportamento.

Programa Final dos reis do “iê-iê-iê”, 1968. Fotógrafo não identificado. “Programa final da Jovem Guarda. Negativo 35 mm. São Paulo, 1968. Agência JB.

Comandado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléia, a Jovem Guarda foi um movimento que mesclou música, moda e comportamento. Surgindo pela primeira vez na TV Record em 1965, o movimento da Jovem Guarda também acabou impulsionando o lançamento de discos, roupas e diversos acessórios.

Todo um comportamento jovem daquele período foi sendo criado a partir do programa e das tendências criadas por seus apresentadores. Também viraram referência para muitos adolescentes do período o modo de se vestir — calças colantes de duas cores em formato boca-de-sino, cintos e botinhas coloridas, minissaia com botas de cano alto —, bem como as gírias e expressões, como “broto”, “carango”, “legal”, “coroa”, “barra limpa”, “lelé da cuca”, “mancada”, “pão”, “papo firme”, “maninha”, “pinta”, “pra frente” e a clássica “é uma brasa, mora?”.

O movimento era influenciado, principalmente, pelo rock n’ roll e pelo estilo da cantora Celly Campello. Interpretando o rock nacional, os precursores da Jovem Guarda se autobatizaram de “os reis do ‘iê-iê-iê’”, alusão direta à música dos Beatles, e através de sua alegria e descontração acabaram se transformando em um dos maiores fenômenos nacionais da música brasileira no século XX.

No final de 1968, Roberto Carlos acabou deixando o programa de auditório. Sem seu principal ídolo, a TV Record retirou o programa do ar. Desta maneira, o movimento como um todo perdeu força, até desaparecer no final da década de 1960.

Além de Roberto, Erasmo e Wanderléa, também foram destaques no movimento artistas como Ronnie Von, Eduardo Araújo, George Freedman, Wanderley Cardoso, Sérgio Reis, Sérgio Murilo, Arthurzinho, Ed Wilson, Jerry Adriani, Evinha, Martinha, Lafayette, Vanusa, além de bandas como Golden Boys, Renato e Seus Blue Caps, Leno e Lílian, Deny e Dino, Trio Esperança, Os Incríveis, Os Vips e The Fevers.

Referências:
– KOSSOY, Boris. Um olhar sobre o Brasil: A fotografia na construção da imagem da nação (1833 – 2003). 1° edição. São Paulo: Fundación Mapfre e Editora Objetiva, 2012. p. 338. – AFONSO, Renata. “Era uma brasa, mora?“. Almanaque Brasil.