
As mães invisíveis foram prática comum do século XIX.
Quando as primeiras imagens surgiram no final dos anos 1820, houve um furor ao redor do mundo, pois a realidade finalmente poderia ser retratada com mais fidelidade. Contudo, como a técnica de fotografar ainda estava em desenvolvimento, as primeiras fotos demoravam, por vezes, horas para serem capturadas pelas lentes das câmeras.

Tirar fotos com bebês sempre foi muito difícil, portanto a solução encontrada foi a mãe segurá-lo durante a foto.
Alguns anos mais tarde, com o aumento da tecnologia e criação de novas formas para o registro de imagens, o tempo para tirar uma fotografia reduziu consideravelmente, ainda que levasse bons minutos. Juntamente com a redução do tempo de espera, os porta-retratos deixaram de ser algo restrito apenas às camadas mais abastadas da população, tornando-se também acessível para muitas famílias que queriam deixar registrado para a eternidade seus entes queridos.

Devido o tempo de capturamento da imagem ser muito demorado, era necessário manter os bebês calmos até que a imagem tivesse sido devidamente capturada pelo obturador da máquina
Dessa forma, cada membro passou a ter um retrato unicamente seu e isso incluía as crianças. Porém, como é de conhecimento comum, os bebês e crianças pequenas não são dotados da paciência necessária para permanecerem parados por longos minutos, principalmente naquela época, quando as fotos demoravam para serem tiradas.

Após a foto ser tirada, o fotógrafo ainda precisava preparar o retrato. Foto: Krith Bros.
Sendo assim, a solução encontrada para registrar a imagem das crianças, sem que elas ficassem se mexendo, foi a mãe cobrir a cabeça ou o corpo inteiro com um manto, segurando o bebê no colo, de maneira a colocá-lo em primeiro plano. Após a fotografia ser registrada, o fotógrafo recortava a foto e colocava em um porta-retrato, dando a impressão de que a criança estava sozinha em um cenário. Essa prática comum na Era Vitoriana ganhou o nome popular de “Invisible Mothers” (mães invisíveis).

Após a edição, a mãe era completamente suprimida da foto, restando apenas a imagem do bebê.

Panos e cortinas bem elaboradas eram utilizadas para encobrir as mães e criar um pano de fundo para o retrato da criança.

Três crianças com a mãe encoberta.

Com o surgimento de máquinas fotográficas mais rápidas na captura de imagens, a prática das mães invisíveis caiu em desuso.