Patch Adams, o doutor alegria

Museu de Imagens

A saúde de um paciente, segundo Patch Adams, o doutor da alegria, deve ser tratada carinho, amor, atenção e humor; esses são os principais remédios.

ATUALIZADO EM 16/11/2013
Patch Adams

Foto: Cortesia Patch Adams.

Hollywood queria vender ingressos. Assim, enfatizaram o meu esforço em abrir o único ‘hospital maluco’ da história. Mas deixaram de lado o fato de que eu falo de um país que se recusa a cuidar de 50 milhões de pessoas porque são pobres. Ignoraram o fato de que eu luto por uma medicina gratuita.

Fiz o filme porque não consegui arrecadar dinheiro durante 28 anos para erguer o que seria o único hospital-modelo do mundo. Por ser um hospital tão radical, ninguém quis me ajudar.

A Universal Studios prometeu erguer nosso hospital. O filme rendeu mais de 400 milhões de dólares. Ninguém ligado ao filme veio me dar nem 1 dólar.
O filme me ajudou a ganhar mais pelas minhas apresentações. Antes do filme, eu recebia 300 mil dólares por ano. Depois do filme, um milhão de dólares por ano. Não guardo dinheiro. Escolhi não possuir nada. Dou todo o dinheiro para podermos fazer mais.” – Dr. Patch Adams, 2007

Doherty Hunter Patch Adams (nascido em 28 de maio de 1945), imortalizado no filme homônimo de 1998, estrelado por Robin Williams, é um médico que prega que a amizade, amor e humor são os melhores remédios que existem.

Antes de se tornar o Patch Adams, Hunter teve uma vida difícil. Ainda adolescente, perdeu o pai que fora lutar na Guerra da Coreia. Após o episódio, a família se mudou para os Estados Unidos, onde Hunter começou a sofrer perseguição e “bullying” na escola. Isso fez com que o garoto tivesse inúmeros episódios de tentativas de suicídio.

Seu comportamento suicida fez com que seus familiares o colocassem em uma instituição e depois de três internações, finalmente decidiu mudar a vida. Durante a década de 60, Hunter cursou o “pré-med” na Universidade George Washington e foi também nessa época em que sofreu um duro golpe com a perda de um amigo, vítima de assassinato — no filme, ao contrário, é retratada a perda de uma namorada.

Patch Adams espalhando alegria

Patch Adams espalhando alegria. Foto: Sarvodaya Shramadana

Quando cursava medicina pela Virginia University, Patch, alguns amigos e Linda Edquist, que conhecera enquanto estagiava em uma clínica, abriram o Instituto Gesundheit que funcionava para o atendimento de comunidades de forma totalmente gratuita. Finalmente em 1971, Hunter conseguiu o diploma de médico pela Virginia Commonwealth University. Patch Adams e Linda se casaram em 1975, tendo dois filhos.

Durante toda sua vivência no campo médico, como aluno e como doutor, Patch Adams acreditou que a saúde de um paciente está estritamente ligada ao carinho, amor, atenção e humor, além do fato de que ela deveria ser acessível a todos. Seguindo essa filosofia, sempre correu atrás de criar centros de estudo, clínicas e hospitais alternativos e acessíveis. Tudo isso fez com que ele fosse premiado com o Peace Abbey Courage of Conscience Award em 29 de janeiro de 1997 e um filme fosse feito sobre sua vida.

Patch Adams e um paciente

Patch Adams e um paciente.

Ainda que tenha sido aclamado no mundo todo, Patch Adams criticou a produção cinematográfica, pois disse que o filme evitou mostrar suas reais convicções em favor da viabilidade comercial. Para ele, em todos os aspectos, de todos os seus esforços por um sistema de saúde mais igualitário, o filme apenas retratou-o como um médico engraçado. Patch Adams ainda criticou o fato de Robin Williams ter ganhado milhões fazendo seu papel e, mesmo assim, não ter doado nem um dólar à causa.

Atualmente, Patch Adams continua lutando para que mais pessoas tenham acesso a serviços de saúde e anualmente promove viagens pelos países para palestrar, consultar e alegrar crianças e adultos.

A equipe do Museu de Imagens buscou as informações para creditar as imagens. Entretanto nada foi encontrado. Caso saibam mais informação a respeito da autoria, entrem em contato.
Referências:
– STOUT, David. “Doctor in a Clown Suit Battles Ills of His Profession”. The New York Timas, 1998.
– MARSH, Jason. “Playing Doctor. University of California, Berkeley, 2008.