A partir de 1944, nos momentos finais da Segunda Guerra Mundial durante a campanha do Pacífico, diversos navios de guerra Aliados passaram a sofrer ataques suicidas deflagrados por militares pertencentes às Forças Armadas Imperiais japonesas. Esta desesperada tática, fruto das sucessivas derrotas militares japonesas neste período do conflito, foi desencadeada por militares conhecidos como kamikazes, ou “vento divino”.
Crianças do gueto de Lodz sendo enviadas para o campo de extermínio de Chelmno durante a ação “Gehsperre”, 1942.
A operação Gehsperre e a deportação das crianças do gueto de Lodz
Em 1942, nas primeiras semanas de setembro, a SS promoveu a ação “Gehsperre”. Durante 7 dias, crianças, idosos e doentes, num total de mais de 20 mil pessoas, foram deportados do gueto de Lodz e vilas vizinhas para o primeiro campo de extermínio que fora criado: Chelmno. Nas palavras de Himmler, Chelmno era uma das “death boxes” (“caixas da morte”). Os prisioneiros ao chegarem no campo de extermínio eram recebidos por homens de jaleco branco e enviados para uma sala onde retiravam as roupas e deixavam os pertences.
O passo seguinte consistia em colocar todos os recém chegados dentro de um caminhão, onde as portas eram lacradas e um tubo conectado ao escapamento do veículo era ligado à câmara dos prisioneiros. Em 10 minutos a maioria morria sufocada por asfixia pelo monóxido de carbono. Quem permanecesse vivo seria executado pelos guardas. Apenas 5% daqueles que viviam no gueto de Lodz sobreviveram ao final da guerra, segundo dados levantados pelo jornal The Independent.
Referências:
Foto: Instytut Pamieci Narodowej, Poland, 1 de setembro de 1942. ID: 50328. United State Holocaust Memorial Museum.
“Children from the Marysin colony who were rounded-up during the “Gehsperre” action in the Lodz ghetto, march in a long column towards a deportation assembly point.”. United State Holocaust Memorial Museum.
“The last ghetto: life and death in Lodz”. The Independent.
A Casa dos Vettii, pertencente a dois irmãos prósperos, Aulus Vettius Conviva e Aulus Vettius Restitutus, comerciantes que alcançaram a liberdade e a riqueza, é famosa por seus afrescos bem preservados e arquitetura imponente. Os afrescos da Casa dos Vettii são particularmente notáveis, retratando cenas do cotidiano romano, mitologia e até mesmo aspectos eróticos, refletindo a complexidade e a riqueza da cultura romana
E Erupção do Monte Vesúvio em Pompeia
A erupção do Monte Vesúvio em 79 d.C. é um dos eventos vulcânicos mais catastróficos e conhecidos da história. A erupção resultou na completa destruição das cidades romanas de Pompeia, Herculano e várias outras áreas próximas. O Vesúvio, um vulcão localizado próximo à Baía de Nápoles na Itália, expeliu uma nuvem de pedras, cinzas e gases vulcânicos a uma altura de cerca de 33 quilômetros, liberando 100.000 vezes a energia térmica liberada pelas bombas de Hiroshima e Nagasaki.
Pompeia, localizada a cerca de 8 quilômetros do vulcão, foi sepultada sob uma camada de cinzas e piroclastos de 4 a 6 metros de profundidade. A cidade foi perdida por quase 1.700 anos antes de sua redescoberta em 1748. O que tornou a erupção particularmente mortal foi a combinação de queda de cinzas, lapilli (pedras pequenas) e fluxos piroclásticos – uma mistura superaquecida de gases quentes, cinzas e rochas.
Tais fluxos piroclásticos atingiram Pompeia e outras cidades com velocidades de até 700 km/h e com temperaturas de cerca de 300°C. A maioria dos habitantes de Pompeia morreu instantaneamente devido ao calor extremo, e seus corpos foram preservados pelas cinzas que os cobriram, criando moldes vazios que foram mais tarde preenchidos com gesso pelos arqueólogos para revelar suas últimas posições na vida.
“Primeiro, a terra tremeu forte, depois o dia se tornou noite e o céu desabou impondo toneladas de cinzas e rochas; por fim, o ‘magma’ selou a existência de uma das mais prósperas cidades do Império Romano — Pompeia desapareceu horas após a erupção do vulcão Vesúvio.”
A imagem mostra o exato momento em que a elefanta de circo, Topsy, é eletrocutada diante de uma plateia de 1500 pessoas em Coney Island, Nova York, Estados Unidos, em 1903. Nascida 28 anos antes, a elefanta entrou para o circo “Forepaugh Circus“, onde sofria tratamentos degradantes por parte de seu domador.
Topsy
Cansada de receber pontas de cigarro acesas como alimento, Topsy matou o domador e mais 2 pessoas. A partir de então, o circo passou a buscar meios de se livrar do animal. A American Society for the Prevention of Cruelty to Animals (Sociedade Americana de Prevenção Contra Crueldade de Animais), negou o pedido de enforcamento da elefanta na época. Sem uma alternativa, Thomas Edison convenceu a associação para que deixasse que Topsy fizesse parte de um experimento para provar os perigos da corrente alternada.
Na época, Edison disputava com Nicola Tesla qual o tipo de corrente seria mais eficaz. O primeiro defendia a corrente contínua, já o segundo defendia a corrente alternada. Então, em 1903 finalmente as associações protetoras de animais de Coney Island decidiram que Edison fizesse o experimento com Topsy. Assim, diante de uma plateia de 1500 pessoas, o animal recebeu uma corrente de 6,600 volts, morrendo em menos de 1 minuto.
O experimento fez com que Thomas Edison ganhasse notoriedade e demonstrasse e difamasse a corrente alternada e os experimentos de Tesla. Destes experimentos cruéis veio a surgir o conceito de cadeira elétrica, usado posteriormente pelo sistema prisional americano para cumprir as penas de morte. Anos depois, Topsy ganhou um monumento em homenagem a sua dor.
Agim Shala, de apenas 2 anos de idade, sendo passado pelo arame farpado pelos braços de seus avós no Campo de Refugiados na Albânia, 1999. A fotografia ganhou o prêmio Pulitzer do Washington Post e foi reconhecida como um símbolo da Guerra do Kosovo.
A Guerra do Kosovo e a fuga da família de Agim Shala
Durante a guerra do Kosovo, a comunidade albanesa lutava pela independência da província contra as forças de segurança sérvia (Iugoslávia), os familiares de Agim Shala precisaram migrar para o Campo de Refugiados de Kukes, Albânia. Infelizmente os avós de Agim Shala não puderam entrar no campo até que uma ordem fosse liberada. Para que o neto pudesse ficar protegido, eles o passaram por um buraco no arame farpado.
A tensão entre os separatistas albaneses e o governo da Iugoslávia, comandado pelo presidente Slobodan Milosevic, aumentou no final de 1998, quando o Exército de Libertação do Kosovo intensificou suas ações e passou a controlar parte da província. Naquele mesmo ano, negociações começaram a ocorrer entre os separatistas albaneses, o exército de Milosevic e algumas potências mundiais.
Durante as negociações ficou acertado que seria reconhecida a autonomia do Kosovo e tropas de paz da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) substituiriam as tropas sérvias, para que o acordo de paz entrasse em vigor. Contudo, o acordo fracassou, visto que os sérvios aceitaram reconhecer a autonomia do Kosovo, mas tal acordo fora negado pelo grupo separatista albanês e, ao mesmo tempo, o exército sérvio negou a presença das tropas de paz da OTAN, intensificando ainda mais o conflito e iniciando a Guerra do Kosovo em 24 de março com a invasão da Iugoslávia pela OTAN.
Jesse Owens, atleta afro-americano, se nega a olhar para a tribuna de Hitler (que já havia se retirado do Estádio Olímpico de Berlim), durante o pódio da prova de 200m. Durante os Jogos de Olímpicos de 1936, era comum antes das competições e durante as premiações que fosse realizada a saudação nazista. Em sua biografia, Owens relatou que esta vitória, além de contrapor ao racismo nazista, também foi importante para combater o racismo no próprio Estados Unidos.
Jesse Owens durante os Jogos Olímpicos de 1936
Durante as Olimpíadas de 1936, realizadas na Alemanha, já sob a égide do regime nazista e sob o comando de seu ditador Adolf Hitler, Jesse Owens, atleta afro-americano conquistou 4 medalhas de ouro. A importância do seu amplo destaque se tornou uma ferida para o ditador alemão, que acreditava plenamente em um domínio dos atletas germânicos, muitos deles engajados na doutrina da “Juventude Hitlerista”. O moderno Estádio Olímpico de Berlim presenciou um verdadeiro massacre dos atletas americanos, vez que além do destaque de Owens, outros 3 atletas negros e 2 brancos também conquistaram medalhas de ouro.
Durante as Olimpíadas do México em 1968, o atleta Thomas “Tommie” Smith venceu a prova dos 200 metros rasos, rompendo pela primeira vez na competição a barreira dos 20 segundos, cravando a marca de 19 segundos e 83 milésimos. Durante a cerimônia de premiação, Thomas e seu compatriota John Carlos, manifestaram apoio ao movimento de direitos civis dos negros americanos, erguendo o punho fechado com luvas pretas, saudação semelhante à utilizada pelo movimento Black Power e pelos Panteras Negras nos Estados Unidos. O ato é considerado como uma das declarações mais abertamente políticas na história dos Jogos Olímpicos modernos.
A repercussão do ato de Tommie Smith na luta pelos direitos civis americanos
Os dois atletas namericanos receberam suas medalhas vestidos apenas com meias pretas para representar a pobreza negra. Em sua autobiografia, Silent Gesture, Smith afirmou que o gesto não era uma saudação “Black Power“, mas sim uma saudação em prol dos Direitos Humanos (todos os medalhistas, incluindo australiano medalhista de prata Peter Norman usavam crachás dos Direitos Humanos em suas jaquetas). A vida de Smith e Carlos foram extremamente afetadas após o ato. Segundo Smith, o gesto foi uma condenação para o resto de sua vida. Ao retornaram para os Estados Unidos, suas medalhas foram confiscadas pelo governo. A esposa de Carlos cometeu suicídio e Smith se divorciou. Tanto o Comitê Olímpico Americano quanto o COI jamais se manifestaram sobre as hostilidades sofridas pelos atletas.
“Tudo mudou para sempre. Recebemos ameaças de morte, cartas, telefonemas… Depois dos Jogos Olímpicos, todos os meus amigos desapareceram. Tinham medo de perder suas amizades brancas e seus empregos. Eu tinha 11 recordes mundiais, mais do que qualquer pessoa no mundo, e o único trabalho que encontrei foi lavando carros num estacionamento. Me mandaram embora porque meu chefe disse que não queria que ninguém trabalhasse comigo. Não queria que alguém que defendesse a igualdade de direitos estivesse em sua equipe. Todo mundo tinha muito medo. Meus irmãos foram expulsos do colégio.”- (Silent Gesture: The Autobiography of Tommie Smith)
11 de Setembro de 1973 — Golpe militar no Chile e assassinato de Salvador Allende.
O ex-presidente chileno Salvador Allende
No dia 4 de setembro de 1970, Salvador Allende foi eleito presidente do Chile. Através da aliança socialista-comunista com a Unidade Popular, ele pretendia nacionalizar os maiores conglomerados econômicos no país, buscando a implementação do socialismo por vias pacíficas.
Contudo, durante o primeiro ano no poder, o presidente recém-eleito não conseguiu maioria no Congresso para colocar em prática seu programa de governo. Com apenas 36% de apoio, os pontos principais do projeto socialista foram atrasados. Ainda assim, Allende deu prosseguimento à estatização de outros setores, como o setor energético, bancário e deu início à reforma agrária.
Ao mesmo tempo em que iniciou seu plano de nacionalização de diversos setores, o presidente conseguiu frear a crise econômica que estava instalada no país. Após 3 anos, com uma forte presença da Unidade Popular no Congresso, a oposição, apoiada pelas grandes indústrias e pelos militares, começou a preparar um golpe para destituir o governo instituído.
Após uma primeira tentativa de golpe que não deu certo, a oposição buscou mais alianças e se reorganizou para uma nova estratégia. Finalmente, em 11 de setembro de 1973, devido às pressões advindas da oposição, Salvador convocou um plebiscito para que a população decidisse se ele continuaria na presidência.
O golpe militar e o assassinato do presidente Salvador Allende
A ideia de Allende foi frustrada quando o General Augusto Pinochet, supostamente seu aliado, avisou e rearticulou o golpe junto da oposição para a data do plebiscito: 11 de setembro de 1973. Nesse dia, o palácio presidencial da Moneda foi cercado e tomado por tanques das Forças Armadas.
Em um último momento, Salvador Allende se dirigiu ao povo pela rádio da Central Única dos Trabalhadores, despedindo-se e apostando na força dos trabalhadores e dos jovens para recuperarem o país. Pouco tempo depois, o palácio foi ocupado pelas forças militares e Allende foi assassinado. O golpe estava dado e por 26 anos, o Chile viveu uma das ditaduras mais sangrentas da América Latina.
Mary Kate McEarlean tinha apenas 8 anos quando seu pai foi morto nos atentados de 11 de setembro de 2011. Anos depois, Mary escreveu um memorial sobre sua experiência e deixou uma mensagem positiva, que pode servir de lição de vida para muitas pessoas.
Memorial: relato de Mary Kate McEarlean
“Meu pai era a melhor pessoa que eu já conheci e, embora ele tenha sido tirado de mim naquele dia, nada e ninguém nunca vai ser capaz de tirar os oito anos e dois dias da minha vida que eu compartilhei com ele. Depois que meu pai morreu, e depois que eu perdi tanto, prometi a mim mesma que eu nunca iria perder quem eu sou como pessoa – a pessoa que meu pai me tornou ser…
A vida é muito imprevisível e temporária para vivê-la para além de você mesmo… Experimentar uma grande perda pode deixar uma pessoa com um sentimento de vazio e falta de propósito, mas está dentro do poder do indivíduo superar essa adversidade e viver a vida com paixão.
Embora eu tenha perdido tanto há dez anos atrás, eu também ganhei lições de vida que eu nunca teria aprendido de outra forma. Eu aprendi a viver minha vida sem um único pesar. Eu aprendi a viver o hoje ao invés do amanhã. Eu agora aprecio as pessoas que me amam e a cada momento sou abençoada por ter cada uma delas. Eu aprendi a não deixar que as pequenas coisas na vida me consumam…
Admito que há muitas coisas que eu não sei sobre este mundo em que vivemos, mas eu sei que a incerteza da vida é algo certo. Se você deve um pedido de desculpas a alguém, peça-lhe desculpas hoje. Se alguém pede seu perdão, perdoa-lhe. Comece a ser a pessoa que você sempre quis ser hoje e não perca seu tempo se preocupando com o amanhã.”
Autoria da Foto e Tradução/Adaptação do Texto: Italo Magno. 9/11 Memorial World Trade Center. 2015.
Socorristas carregam o corpo do padre Mychal Judge da Torre Norte do World Trade Center. Ele foi a primeira vítima identificada vítima identificada dos ataques de 11 de setembro de 2001.
Mychal Judge
Mychal foi um frade e padre católico que serviu como capelão no Departamento de Bombeiros da cidade de Nova York. No dia 11 de setembro de 2001, após ter conhecimento que o World Trade Center havido sido atingido por um dos aviões, o capelão foi até o local, onde se encontrou com Rudolph Giuliani, o prefeito de Nova Iorque na época, que solicitou que ele fizesse uma prece para a cidade e para as vítimas.
Mychal orou sobre alguns corpos que estavam nas ruas, e então entrou no lobby da Torre Norte do World Trade Center, onde havia sido organizado um posto de emergência. Então este continuou oferecendo ajuda e preces para as equipes de resgate, aos machucados, e aos mortos. Quando a Torre Sul colapsou às 09:59, detritos voaram até o lobby da Torre Norte, matando muitos dos que estavam lá, incluindo Mychal. Neste momento, moribundo após ter sido atingido na cabeça, rezava em voz alta”:
“Jesus, por favor, acabe com isso agora! Deus por favor, acabe com isso!”
– Depoimento de acordo com Michael Daly, biógrafo de Mychal e colunista do New York Daily News.