Hospital improvisado abriga vítimas da Gripe Espanhola.
A mortal pandemia de gripe, conhecida como Gripe Espanhola e “La Grippe”, foi a mais devastadora epidemia na história mundial.
A Gripe Espanhola
A epidemia de gripe espanhola (janeiro de 1918 – dezembro de 1920) atingiu todos os continentes e infectou cerca de 500 milhões de pessoas, causando cerca de 50 milhões de mortes (algumas fontes citam que o número de fatalidades pode ter atingido 100 milhões). Ao contrário da maior parte dos vírus de gripe, que atacam desproporcionalmente crianças, idosos e pacientes doentes, a estirpe mutante do vírus H1N1 de 1918 matou predominantemente jovens saudáveis com idades entre 20 e 40 anos. Durante a Primeira Guerra Mundial, a imprensa nos Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha era censurada e minimizava os dados sobre a doença, contudo, na Espanha (país neutro no conflito), jornais noticiavam livremente as taxas de mortalidade, fato que criou uma falsa impressão o território espanhol era o mais afetado pela epidemia, que acabou recebendo a alcunha de Gripe Espanhola.
A primeira vítima diagnosticada com a mutação mais agressiva do vírus foi o soldado Albert Gitchell, lotado no campo militar de Fort Riley, Kansas, local de treinamento para tropas americanas que eram enviadas para as frentes de batalha durante a Primeira Guerra Mundial. Em 1999, uma equipe liderada pelo virologista John Oxford, identificou que o hospital de campanha em Étaples, França, teria sido o centro da epidemia de Gripe Espanhola. Os pesquisadores postularam que um significante precursor do vírus, que se hospedava em pássaros, realizou mutação em porcos que eram mantidos perto do front. No Brasil, acredita-se que a o vírus tenha chegado por ocasião do navio inglês Demerara, que havia atracado em Recife e em Salvador em 1918. O grande fluxo migratório que o Brasil recebia também é apontado como um das causas do alastramento da epidemia de gripe.
Fotos da epidemia de gripe
Vítimas da Gripe Espanhola internadas em um hospital de emergência perto de Fort Riley, Kansas, Estados Unidos, 1918. Foto: AP – National Museum of Health.
Regimento motorizado da Cruz-Vermelha de St. Louis durante a pandemia de gripe em 1918. Foto: Universal History Archive/UIG via Getty Images.
Limpadores de rua são inspecionados em Chicago. 1918. Foto: Bettmann/Corbis.
Voluntários da Cruz-Vermelha combatem a epidemia. Apic.
Enfermeiras da Cruz-Vermelha realizam práticas de treinamento. 1918.
Paciente usando máscara “anti-gripe” em 1918. Foto: Topical Press Agency.
Jogadores de Baseball usam máscaras para reduzir o risco de contaminação pelo vírus da Gripe Espanhola em 1918. Foto: Underwood And Underwood/The LIFE Images Collection.
Sessão da Corte de San Francisco, na Califórnia, realizada ao ar livre durante a epidemia de Gripe Influenza A. 1918. Hulton Archive.
Gráfico de mortalidade da doença nos Estados Unidos e países da Europa.
Referências:
Crosby A. America’s forgotten pandemic. Cambridge (UK): Cambridge University Press; 1989.
Johnson NPAS, Mueller J. Updating the accounts: global mortality of the 1918–1920 “Spanish” influenza pandemic. Bull Hist Med. 2002;76:105–15. Pubmed.
The So-Called “Spanish” Flu’.
The 1918 Flu Pandemic: Scenes From a Cataclysm. Time.
The Influenza Pandemic of 1918. Stanford.
Um pequeno republicano marcha pelas ruas de um vilarejo não identificado durante a Guerra Civil Espanhola.
O front republicano e a Guerra Civil Espanhola
A Guerra Civil Espanhola (1936-39), foi uma revolta militar contra o governo republicano da Espanha, apoiado por elementos conservadores dentro do país. Quando um golpe militar inicial não conseguiu tomar o controle de todo o país, uma sangrenta guerra civil se sucedeu. Os nacionalistas receberam apoio da Alemanha nazista. Os republicanos receberam ajuda da União Soviética, bem como de Brigadas Internacionais, compostas por voluntários da Europa e dos Estados Unidos.
Os nacionalistas, com amplo apoio bélico, sobretudo da poderosa Alemanha e de sua Legião Condor, avançaram implacavelmente, enfrentando uma feroz resistência republicana, composta de milícias com armas inferiores e treinamento militar inadequado. O governo republicano recuou de Madri para Valência até, finalmente, se exilar em Barcelona no ano de 1937. Milhares de espanhóis de esquerda foram forçadas ao exílio, sendo que muitos deles fugiram para campos de refugiados no sul da França. Foi estabelecida uma ditadura liderada pelo general Francisco Franco e, no rescaldo da guerra, todos os partidos de direita foram fundidas na estrutura do regime ditatorial. Franco governou a Espanha pelos 36 anos seguintes, até a data de sua morte em 20 de novembro de 1975.
O miliciano republicano Federico Borrell Garcia é fotografado no exato momento em que é atingido fatalmente durante um combate em Cerro Muriano, front de Córdoba, durante a Guerra Civil Espanhola, no dia 5 de setembro de 1936. A imagem é conhecida como The Falling Soldier (Morte de um Miliciano) e foi registrada por Robert Capa.
“Morte de um Miliciano”: verdadeira ou falsa?
Acreditava-se que a poderosa cena tivesse sido capturada em Cerro Muriano, durante a Guerra Civil Espanhola, contudo, alguns historiadores descobriram uma série de inconsistências na foto intitulada “Morte de um Miliciano” (The Falling Soldier). Os próprios companheiros de Borrell García informaram que ele foi morto enquanto se escondia atrás de uma árvore (e não em campo aberto como a imagem mostra). Além disso, é dito que García era supostamente muito diferente do homem no quadro. Outra evidência é que a imagem parece ter sido fotografada na cidade de Espejo, cerca de 60 km de distância de Cerro Muriano.
Guerra Civil Espanhola
A Guerra Civil Espanhola (1936-39), foi uma revolta militar contra o governo republicano da Espanha, apoiado por elementos conservadores dentro do país. Quando um golpe militar inicial não conseguiu tomar o controle de todo o país, uma sangrenta guerra civil se sucedeu. Os nacionalistas receberam apoio da Alemanha nazista. Os republicanos receberam ajuda da União Soviética, bem como de Brigadas Internacionais, compostas por voluntários da Europa e dos Estados Unidos. O grupo nacionalista, liderado pelo General Francisco Franco, venceu o conflito e o ditador governou a Espanha pelos 36 anos seguintes, até a data de sua morte em 20 de novembro de 1975.
Referências:
El País.
Famous Fakes — 10 Celebrated Wartime Photos That Were Staged, Altered or Fabricated. Military History Now.
Militantes seguram a bandeira da Segunda República Espanhola, em Madrid.
A Guerra Civil Espanhola (1936-39), foi uma revolta militar dos nacionalistas contra o governo republicano da Espanha apoiada por elementos conservadores dentro do país.
Guerra Civil Espanhola
No dia 18 de julho de 1936, após uma declaração de oposição contra o governo de esquerda eleito da Segunda República Espanhola, na época sob a liderança de Presidente Manuel Azaña, tendo como seu primeiro-ministro o socialista Largo Caballero, foi iniciado o conflito que seria considerado uma prévia da Segunda Guerra Mundial. O grupo nacionalista, apoiado por conservadores, monarquistas, fascistas e pela classe conservadora da Igreja Católica, foi liderado inicialmente por José Sanjurjo (morto posteriormente em um acidente de avião em sua tentativa de retornar de seu exílio em Portugal). Sanjurjo foi substituído pelo General Francisco Franco, na época com 43 anos. Os conflitos eclodiram por todo o território espanhol, desde o protetorado do Marrocos até as colinas de Navarra, localizadas ao norte da Espanha. A luta pelo controle do país fragmentou a nação tanto militar, quanto politicamente.
O conflito entre nacionalistas e republicanos
Cidades importantes como Madri, Barcelona, Valencia, Bilbao e Málaga resistiram ao golpe inicial e permaneceram sob o controle republicano. Os nacionalistas receberam apoio da Alemanha nazista e da Itália fascista. Os republicanos receberam ajuda da União Soviética, bem como de Brigadas Internacionais, compostas principalmente por voluntários da Europa e dos Estados Unidos. Outros países, como o Reino Unido e a França, optaram por adotar uma política oficial de não intervenção. Os nacionalistas, com amplo apoio bélico, sobretudo da poderosa Alemanha e de sua Legião Condor, avançaram implacavelmente, enfrentando uma feroz resistência republicana, composta de milícias com armas inferiores e treinamento militar inadequado. O governo republicano recuou de Madri para Valência até, finalmente, se exilar em Barcelona no ano de 1937.
Fotos da Guerra Civil Espanhola
A ofensiva nacionalista em Madri, ocorrida entre novembro de 1396 e fevereiro de 1937, foi uma das mais sangrentas batalhas da Guerra Civil Espanhola. Durante esse período, a Alemanha Nazista de Hitler e a Itália Fascista de Mussolini apoiavam os nacionalistas, enquanto a União Soviética de Stalin dava apoio ao governo da Frente Popular.
Soldados republicanos durante a batalha pelo Alcázar de Toledo, um palácio fortificado sobre rochas, situado na parte mais alta de Toledo, na Espanha, onde os rebeldes estavam abrigados, em julho de 1936. Foto: STF / AFP / Getty Images.
“The Falling Soldier” (A Morte de um Miliciano) – a mais icônica foto da Guerra Civil Espanhola. Por Robert Capa.
Após um ataque bem-sucedido, tropas nacionalistas capturam soldados comunistas entrincheirados na crista de uma colina na frente de Somosierra, durante a Guerra Civil Espanhola, em 1936. Foto de Horace Abrahams / Getty Images.
“Salud, hermanos!” (“Saúde, irmãos!”). Durante um discurso em Montblanch, na Catalunha, em outubro de 1938, o primeiro-ministro Juan Negrín agradeceu aos combatentes das Brigadas Internacionais pelos serviços prestados à causa republicana durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939). Naquele momento do conflito, os nacionalistas já controlavam grande parte do território espanhol e muitos republicanos fugiram em busca de refúgio para a França e outros países. Foto de Robert Capa
A vitória dos nacionalistas
A Batalha de Ebro, travada na Catalunha em 1938 e considerada a mais sangrenta de todo o conflito, foi o golpe fatal para o pouco que restava da Segunda República Espanhola, sacramentando assim, a vitória dos nacionalistas. Milhares de espanhóis de esquerda foram forçados ao exílio, sendo que muitos deles fugiram para campos de refugiados no sul da França. Foi estabelecida uma ditadura liderada pelo general Francisco Franco e, no rescaldo da guerra, todos os partidos de direita foram fundidos na estrutura do regime ditatorial. Franco governou a Espanha pelos 36 anos seguintes, até a data de sua morte em 20 de novembro de 1975.
“Que meus inimigos sejam fortes e bravos para que eu não sinta remorso ao derrotá-los.” – Provérbio Sioux, Clã dos Lobos
A Grande Nação Sioux
Os Sioux são grupos de tribos nativas americanas e povos das Primeiras Nações da América do Norte. O termo se refere a qualquer grupo étnico ou dialeto dentro da grande nação que compreende três grandes divisões baseadas na linguagem: Dakota, Lakota e Nakota. Durante sua história, os nativos americanos travaram grandes guerras contra colonos e o exército dos Estados Unidos, destacando-se a Guerra de Dakota de 1862, a Guerra da Nuvem Vermelha (1866-1868), A Grande Guerra Sioux de 1876 e o Massacre de Wounded Knee, ocorrido na Dakota do Sul em 1890, considerada como a última batalha das Guerras Indígenas americanas.
No final do século XIX, o governo americano construiu ferrovias que passavam por faixas de terras indígenas e as companhias ferroviárias contrataram caçadores para exterminar rebanhos de bisões, alimento primário dos índios das planícies. Os Dakotas e Lakotas foram forçados a aceitar a imposição das reservas indígenas pelo governo e adotar uma prática de pecuária de gado e agricultura, abandonando assim, seu estilo de vida tradicional, baseado num estilo de vida nômade e na caça. Atualmente, metade das pessoas com descendência Sioux vivem em reservas espalhadas pelos estados da Dakota do Norte, Dakota do Sul, Minnesota, Montana e Nebraska nos Estados e Manitoba e Saskatchewan, no Canadá.
Al Capone, o mafioso mais conhecido dos Estados Unidos, enquanto assistia um jogo de futebol-americano.
Al Capone, o maior mafioso da história americana, liderou a Chicago Outfit durante o auge da Lei Seca e foi considerado o “Inimigo Público Número 1 dos Estados Unidos”. Durante seu reinado, “Scarface”, como era conhecido, comprou políticos, policiais e juízes e comandou jogos de azar, bordéis, bares clandestinos, corridas de cães, bem como monopolizou o grande negócio proibido de bebidas alcoólicas.
A vida de Al Capone no crime
Al Capone era filho de imigrantes italianos e cresceu no Brooklyn, em Nova Iorque. Na década de 1920, se mudou para Chicago e passou a integrar a gangue de Johnny “O Terrível” Torrio. Em 1925, Torrio foi substituído por Al Capone e se retirou da vida criminosa após ser gravemente ferido pela gangue rival, liderada por George “Bugs” Moran. Em um curto espaço de tempo, Al expandiu os negócios e colocou diversas outras gangues sob seu comando. Estima-se que a Chicago Outfit contava com cerca de 700 membros fortemente armados com escopetas e submetralhadoras. No auge de seu poder, em 1927, quando tinha apenas 28 anos de idade, Al Capone arrecadou U$ 105 milhões e ostentou toda sua fortuna com roupas de luxo, jóias, além de comprar para si e seus guarda-costas, seções inteiras de assentos de teatro.
Scarface (cara de cicatriz)
Uma das raras fotos de Al evidenciando suas cicatrizes no rosto, marca que obteve em uma briga na adolescência.
Al Capone tinha o apelido de Scarface (“Cara de Cicatriz”), devido a uma cicatriz do lado esquerdo de sua face que contraiu durante uma briga. A versão conhecida diz que quando ainda era jovem, Al trabalhava em uma pousada em Coney Island, quando em uma noite, fez um comentário impróprio para uma mulher no bar, fazendo com que o irmão dela acertasse um soco que cortou seu rosto, deixando a famosa cicatriz que lhe rendeu seu famoso apelido.
o lado filantrapo de Al
Trabalhadores desempregados fazem fila para se alimentar de graça em Chicago durante a Grande Depressão. O cartaz anunciava “Copos de café e rosquinhas grátis para os desempregados””.
Quando a Bolsa de Valores quebrou e a Grande Depressão atingiu os Estados Unidos em 1929, Al Capone foi a primeira pessoa a abrir refeitórios para os trabalhadores desempregados. Também instituiu um programa que forneceu leite gratuitamente para crianças em idade escolar em toda Chicago. Além disso, ordenou lojistas para que doassem alimentos e roupas aos pobres às suas próprias custas. Graças a essas atitudes generosas, algumas pessoas o consideravam como um “Robin Hood dos tempos modernos”.
O carro favorito
Mafiosos ao lado de um dos carros da Chicago Outfit.
O carro favorito de Al Capone era um Cadillac Sedan 1928 V8 customizado por Joe Bergl. O modelo era blindado com placas de aço e janelas à prova de balas. Em 1971, um dos veículos desse modelo que Al Capone possuía foi vendido em um leilão em 1971 por U$ 37.000 (trinta e sete mil dólares). O lance vencedor foi cerca de U$ 8.000 (oito mil dólares) a mais do que o preço pago pelo Lincoln Continental Sedan 1963 que pertencia ao ex-presidente dos Estados Unidos John F. Kennedy.
O Massacre do Dia de São Valentim
Cadáveres espalhados no chão no dia do Massacre do Dia de São Valentim
Em 1929, durante o Dia de São Valentim (data em que se comemora o Dia dos Namorados nos Estados Unidos), os atiradores de Al Capone foram até um depósito clandestino em Lincoln Park, Chicago, pertencente ao mafioso rival George “Bugs” Moran. Disfarçados de policiais, fingiram realizar uma “batida policial” e metralharam 7 rivais inimigos à queima roupa. Apenas um cão da raça pastor-alemão foi poupado durante a chacina. Ninguém nunca foi julgado ou sequer responsabilizado criminalmente pelo conhecido “Massacre de São Valentim”.
Al Capone é preso por desacato
Al Capone conversa com um homem antes de comparecer ao júri em março de 1929.
Em março de 1929, Al Capone foi intimado pelo Bureau of Investigation (renomeado posteriormente para Federal Bureau of Investigation – FBI – em 1935), a comparecer a um Grande Júri Federal em Chicago. Depois de adiar o comparecimento alegando problemas de saúde, Scarface compareceu perante o júri no dia 20 de março de 1929, contudo, ao deixar o foro, foi preso por desacato ao tribunal. O mafioso foi preso e liberado logo em seguida, e uma audiência referente ao seu desprezo pela justiça foi marcada para uma data futura.
Capa da revista Time
Capa da revista Time do dia 24 de março de 1930.
Al Capone se tornou uma celebridade nos Estados Unidos e sua foto apareceu como capa da revista semanal Time no dia 24 de março de 1930. Scarface possuía muitos amigos no meio empresarial, político e artístico. Apesar de sua reputação violenta e sua ligação com o crime organizado, assumiu ares de respeitabilidade como um legítimo empresário e filantropo.
A Prisão de Scarface em 1931 por sonegação de impostos
Al Capone é condenado por sonegação de impostos em 1931 e cumpre pena em Alcatraz
Al Capone foi condenado tão somente em 1931 por sonegação de impostos. Primeiramente, cumpriu pena na Prisão Federal de Atlanta e, em 1934, foi transferido para a famosa prisão de Alcatraz, na baía de São Francisco. Durante seu tempo em Alcatraz, adoeceu, resultado de um caso antigo de sífilis. Libertado em 1939, após ficar apenas sete anos, seis meses e 15 dias atrás das grades, viveu uma vida reclusa e tranquila até sua morte.
A morte de Al Capone
O funeral de Al Capone
O notório gangster Al Capone morreu no dia 25 de janeiro de 1947 em sua casa na Flórida, vítima de um acidente vascular cerebral e pneumonia. Ele foi enterrado em um jazigo da família no Mount Olivet, cemitério de Chicago, em uma cerimônia simples conduzida pelo padre da família (o arcebispo proibiu que fosse realizado um grande funeral). O Monsenhor William Gorman disse aos repórteres: “A Igreja nunca tolera o mal… esta breve cerimônia serve para reconhecer sua penitência e o fato de que ele morreu fortificado pelos sacramentos da Igreja”. Os restos mortais de Al Capone foram posteriormente transferidos para uma sepultura no cemitério de Mount Carmel, no Condado de Cook, Illinois.
Revólver leiloado
Revólver Colt de Al Capone leiloado.
Em 2011, o revolver modelo Colt .28 banhado a níquel pertencente ao mafioso e fabricado em maio de 1929 (apenas seis meses após o Massacre do Dia de São Valentim), foi vendido em Londres pela casa de leilões Christie para um colecionador particular pelo valor de U$ 110.000 (cento e dez mil dólares).
Quer saber mais sobre Al Capone? Clique aqui e leia sua biografia completa no site Incrível História.
Referências:
Al Capone – Chicago Crime Boss and Bootlegger. Thought.Co.
15 Fascinating Facts about Al Capone. Your Topic.
Al Capone Facts. American Historama.
Tamerlan Tsarnaev Is Buried in Virginia: Where Other Notorious Criminals Were Laid To Rest. Time Magazine.
Al Capone’s Handgun Sells for $110,000 At Auction. Time Magazine.
Aracy Guimarães Rosa, também conhecida como “O Anjo de Hamburgo”, foi esposa de João Guimarães Rosa, diplomata e um dos maiores escritores brasileiros (autor de “Grande Sertão: Veredas”, dentre outras obras).
Aracy de Guimarães Rosa: o “Anjo de Hamburgo”
De 1938 a 1942, durante o auge da perseguição nazista aos judeus pela Alemanha de Adolf Hitler, Aracy, que trabalhava no consulado brasileiro em Hamburgo, corajosamente enfrentou a Circular Secreta número 1.127, implementada por Getúlio Vargas e que restringia a entrada de judeus no Brasil. Sua tática era audaciosa: como despachava costumeiramente com o Cônsul Geral, misturava entre as pilhas de documentos, papéis que concediam vistos para que judeus pudessem fugir da Alemanha (ela omitia qualquer informação que identificasse um requerente judeu e ainda forjava atestados de residência falsos para possibilitar que judeus de todas as partes do país solicitassem visto em Hamburgo).
Aracy Guimarães Rosa é a única brasileira laureada com o título de “Justos Entre as Nações”, a mais alta honraria para “não judeus” que se arriscaram para proteger vítimas do Holocausto. Ela nunca aceitou presentes ou dinheiro pela ajuda que concedeu aos judeus. É uma mulher que representa a sensibilidade, força e brilho das mulheres que espalham o amor por onde passam.
O Sufi Zikr é um ritual de dança religiosa hipnotizante. Dezenas de homens formam vários círculos. (ASSISTA AO VÍDEO NO FINAL DA PÁGINA)
Em formação circular, vários homens se movimentam de acordo com a cadência do canto. As fileiras humanas, dispostas em formato de anéis, entram umas dentro das outras. A batida dos pés, o modo de balançar o corpo e o grunhido emanado da garganta enchem o ambiente com um som rudimentar. Uma voz se sobrepõe sobre todas as outras, entoando sons em reverência a Alá. Este é o ritual zikr sufi, dança mística do Cáucaso, na região da Chechênia, onde o Islamismo é predominante.
O ritual de dança Zikr Sufi
No ritual zikr sufi, os homens andam para ambos os lados, inicialmente em marcha lenta e, em seguida, aceleram os passos. Com o aumento da velocidade, os círculos se fundem, formando uma bola giratória hipnotizante. O piso treme e faz muito barulho. Dezenas de homens participam do ritual, sendo a maioria jovens. Muitos estão em transe. Alguns deles, exaustos, se afastam enquanto outros os substituem. O zikr possui várias formas e a sua origem é creditada a Kunta Haji Kishiyev, pastor que viajou para Oriente Médio no século XIX e depois retornou à Chechênia, onde encontrou convertidos ao sufismo. Inicialmente comprometidos com a paz, muitos dos seus seguidores com o tempo se juntaram à resistência contra a dominação russa. Tornaram-se um povo repleto de tradicionalismo e espírito rebelde.
Em 1991, quando a Chechênia declarou independência da Rússia, as irmandades Kunta-Haji juntaram-se as armas com determinação. Sebastian Smith, autor de “Allah’s Mountains: Politics and War in the Russian Caucasus”, escreveu que durante uma cerimônia zikr sufi, um bombardeio russo sobrevoou o vilarejo em baixa altitude, emitindo um som ensurdecedor. Segundo Smith, ninguém sequer olhou para cima e o estado de transe só aumentou.
A volta da tradição religiosa muçulmana na Chechênia
A Chechênia, que por muitos anos sofreu com uma guerra travada contra a Rússia ocasionada pelo colapso da União Soviética, viu com o armistício suas formas tradicionais de expressão religiosa retornarem a vida pública. Durante a década de 1990, Moscou, preocupado com as tradições sufi locais, atacou grupos de muçulmanos sunitas em território checheno, vez que esses grupos salafistas eram defensores de uma interpretação árabe do Islã frequentemente acusada de encorajar ataques terroristas.
Com o apoio de Vladimir Putin, Ramzan Kadyrov Akhmadovich, um ex-rebelde checheno, se tornou o presidente da Chechênia. Com a ascensão de Kadyrov ao poder, as irmandades sufis deixaram de ser reprimidas e voltaram a reivindicar um lugar na vida pública. Os rituais zikr, antes eram considerados como um símbolo de agressão, vez que pela visão do Kremlin, a dança significava o transe dos rebeldes, o ritual dos indomáveis. Kadyrov disse em uma entrevista que esperava ajudar a restaurar tradições sufis, como parte de uma forma de preservar a cultura chechena.
Ainda não se sabe se o espírito rebelde sufi irá despontar novamente algum dia. Enquanto isso, a dança continua com a aprovação do Estado.
[VÍDEO] Sufi Zikr: o hipnotizante ritual religioso de dança
Referências:
This is a zikr, the mystical Sufi dance of the Caucasus, and a ritual near the center of Chechen Islam.
Revival of Sufi ritual in Chechnya. By C.J. CHIVERSMAY 23, 2006.
Garimpeiro e policial militar entram em conflito no garimpo de Serra Pelada. Fotografia: Sebastião Salgado.
Serra Pelada em seu auge na primeira metade da década de 1980 abrigou cerca de 100 mil pessoas e foi considerado o maior garimpo a céu aberto do mundo. Um dos trabalhos fotográficos mais brilhantemente documentados sobre a extração de ouro no garimpo foi realizado pelo brasileiro Sebastião Salgado, um dos fotógrafos de maior expressão do Brasil notadamente reconhecido com diversos prêmios internacionais e fundador da agência de notícias Amazonas Images.
Serra Pelada
A história mais conhecida como que no ano de 1979, um vaqueiro encontrou uma pepita de ouro na fazenda Três Barras, pertencente ao fazendeiro Genésio Ferreira da Silva. A notícia se espalhou e cerca de 30 mil homens se deslocaram até o local nos meses seguintes. No começo, os homens que chegassem primeiro e demarcassem seus “barrancos” eram considerados donos da área (posteriormente a concessão passou a ser por meio de sorteio). Os donos dos barrancos eram conhecidos como “capitalistas” e detinham a maior parte dos lucros. A intensa movimentação fez com que o governo federal promovesse uma intervenção na área, comandada por Sebastião Rodrigues de Moura, o major Curió, militar famoso por perseguir guerrilheiros no Araguaia. Os garimpeiros foram registrados pela Receita Federal e todo ouro prospectado deveria ser vendido à Caixa Econômica Federal.
Em 1981, os depósitos de ouro na superfície se esgotaram e a Vale tentou reaver a posse da área. Em 1982, o garimpo foi reaberto e Curió foi eleito deputado federal, onde propôs uma lei que dava permissão para que garimpeiros continuassem explorando o ouro de Serra Pelada por cinco anos. Em 1984, a Vale recebeu indenização de 59 milhões de dólares estadunidenses pela perda da concessão da mina por quebra de contrato. A extração entrou em declínio no final da década de 1980. Em março de 1992, o governo não renovou a autorização de 1984, e o garimpo voltou a ser concessão da Vale. A montanha possuía 150 metros de altura e, ao final de praticamente uma década de garimpo, deixou no lugar uma cratera de 24 mil m² que se transformou num lago de 200 metros de profundidade.
Fotos de Serra Pelada por Sebastião Salgado
Referências:
S.P.: um sonho, sete brasileiros». Guia do Estudante.
Documentário narra como foi a busca pelo ouro em S.P. Folha.
História de S.P.: da primeira pepita ao fechamento do garimpo. Uol.
Como foi o garimpo em S.P.? Mundo Estranho.
Marina Ginesta, à época com 17 anos, olha para a câmera com um rifle pendurado no ombro sobre o telhado do hotel Colón, em Barcelona, no dia 21 de julho de 1936.
Considerado um dos registros mais simbólicos da Guerra Civil Espanhola (1936–1939), a jovem Marina Ginesta é registrada pelo fotógrafo alemão Hans Gutmann (Juan Guzmán, na Espanha), no topo do antigo Hotel Colón. Segundo à própria militante, o rifle foi entregue à ela apenas para a sessão de fotos, vez que “aos 17 anos, eu não estava em condições de lutar na guerra”, segundo ela mesma observou. Durante o conflito, o hotel se tornou a sede do Partido Socialista Unificado da Catalunha (PSUC), que cobriu a fachada com cartazes de Lenin e Stalin.
Marina Ginesta
Marina Ginestà nasceu em Toulouse no dia 29 de janeiro de 1919 em uma família de classe operária politicamente muito ativo. Antes da foto, Marina havia trabalhado como jornalista e tradutora para o jornal Pravda. Após a derrota republicana na guerra, se mudou para a França, onde a ocupação nazista a forçou a se exilar no México. Após a Segunda Guerra Mundial, Ginestà se estabeleceu em Paris, onde morreu em 2014, aos 94 anos.
Curiosidade
A fotografia permaneceu esquecida nos arquivos da agência de notícias EFE até 2002. Em 2006, um funcionário da agência, Julio García Bilbao, pesquisou sobre a história da imagem e identificou a ex-guerrilheira Marina Ginestà. A foto se tornou capa de um livro e foi usada para estampar o cartaz de uma exposição na Alemanha.
Guerra Civil Espanhola
A Guerra Civil Espanhola (1936-39), foi uma revolta militar contra o governo republicano da Espanha, apoiado por elementos conservadores dentro do país. Quando um golpe militar inicial não conseguiu tomar o controle de todo o país, uma sangrenta guerra civil se sucedeu. Os nacionalistas receberam apoio da Alemanha Nazista. Os republicanos receberam ajuda da União Soviética, bem como de Brigadas Internacionais, compostas por voluntários da Europa e dos Estados Unidos. O grupo nacionalista, liderado pelo General Francisco Franco, venceu o conflito e o ditador governou a Espanha pelos 36 anos seguintes, até a data de sua morte em 20 de novembro de 1975.
Referências: Marina Ginesta, ícone da Guerra Civil Espanhola. Eudes Bezerra. Incrível História.
Marina Ginestà, 94, the defiant militia girl with the gun. The star of the iconic 1936 photograph passes away in Paris. El País.