O Santo Sudário de Turim

Santo Sudário (Sudário de Turim). O Santo Sudário de Turim seria o pano colocado sob o cadáver de Cristo após a crucificação e permanece em Turim desde o século XIV.

O Sudário de Turim, acreditado ser a prova da existência de Cristo, encontra-se em Turim desde o século XIV. Ainda não há consenso sobre sua veracidade.

ATUALIZADO EM 31/07/2013
Santo Sudário (Sudário de Turim).

Santo Sudário (Sudário de Turim). O Santo Sudário de Turim seria o pano colocado sob o cadáver de Cristo após a crucificação e permanece em Turim desde o século XIV.

O Sudário de Turim, que muitos acreditam ser a prova cabal da existência tanto de cristo quanto de seu ritual de crucificação, encontra-se em Turim, na Itália, desde o século XIV.

A história do Sudário de Turim

Atualmente não se sabe a história da mortalha, vez que não há registros históricos dela antes do século XIV. Os historiadores sabem que havia relatos de um pano similar que ficou em posse dos imperadores bizantinos, porém, quando houve o saque à Constantinopla, em 1204, a mortalha desapareceu, não sendo possível afirmar se o sudário é o referido pano.

Ainda que existam inúmeros relatos de outras relíquias com a imagem de Jesus gravada que foram veneradas durante a Idade Média, não há evidência histórica de que esses panos tenham alguma relação com o Sudário de Turim. A história da mortalha só começou a partir dos primeiros registros em 1453, quando Margaret de Charny o entregou à Casa de Saboia.

Um século depois, o sudário sofreu danos causados por um incêndio na capela de Chambery, onde estava guardado, sendo então, transferido para Turim. O pano só veio a público quando foi fotografado pela primeira vez no século XIX para uma exposição aos fiéis. Finalmente, em 1983 foi doado pela Casa de Saboia ao Vaticano e em 1997, o Sudário de Turim sofreu mais uma vez com um incêndio considerado criminoso posteriormente.

Santo Sudário: verdadeiro ou falso?

Desde muito antes da doação, as discussões acerca da veracidade do artefato tomaram e tomam conta no meio religioso e científico. O lado que acredita na autenticidade do pano de quatro metros alega alguns pontos em favor dessa visão. O primeiro ponto levantado relaciona-se ao fato de que as manchas presentes no pano são realmente manchas de sangue. Como segundo ponto de argumento, o pano confere com aqueles fabricados no século primeiro no Oriente Médio. O terceiro ponto está relacionado ao fato de terem sido encontrados polem e mofos oriundos da região onde Jesus teria vivido e, por fim, o quarto ponto em favor da autenticidade diz respeito à posição das marcas de sofrimento gravadas no artefato.

Ao contrário do que era pintado nos quadros da Idade Média, as marcas de prego, no Sudário, estão localizadas nos pulsos e não nas mãos, correspondendo, cientificamente, à posição correta. Contudo, finalmente ao final da década de 80, o Vaticano autorizou que diversas universidades europeias realizassem a datação por carbono 14. O resultado foi unânime, os laboratórios da Universidade de Oxford, da Universidade do Arizona, e o Instituto Federal Suíço de Tecnologia, concordaram que as amostras que testaram eram datadas do Idade Média, entre 1260 e 1390. Em contrapartida, os defensores da autenticidade alegaram que as Universidades haviam pegado pedaços que foram costurados nesse período ao pano, devido danos ocorridos por um incêndio pelo qual passara na Idade Média.

Apesar disso, as origens do sudário ainda são objeto de um intenso debate entre os teólogos, historiadores e pesquisadores. Diversas publicações científicas e populares têm apresentado argumentos tanto a favor da autenticidade, quanto dos possíveis métodos de falsificação utilizados possivelmente durante a Idade Média. Desde então, têm sido propostas várias teorias científicas sobre o Sudário, com base em disciplinas que vão desde a química à biologia e à medicina forense para análise da imagem. Verdadeiro ou falso, o Sudário de Turim ainda levanta muitas discussões de ambos os lados, ainda que atualmente, na comunidade científica, ele seja visto apenas como uma relíquia confeccionado durante a Idade Média.

Referências:
Damon, PE.; DJ Donahue, BH Gore, AL. Hatheway, AJT. Jull, TW. Linick, PJ. Sercel, LJ Toolin, CR Bronk, ET Hall, REM Hedges, R Housley, IA Law, C. Perry, G. Bonani, S. Trumbore, W. Woelfli, JC. Ambers, SGE. Bowman, MN. Leese, MS. Tite. “Radiocarbon dating of the Shroud of Turin”. Nature, 1989.