
Membros de uma festa anti-superstição promovendo situações e atitudes consideradas má sorte, 1940.
Na imagem, alguns membros de um clube engajado em mostrar que superstições não passam de crendice, desafiam as lendas, incluindo a malfadada sexta-feira 13 e passam embaixo de escadas, abrem guarda-chuvas em ambientes fechados etc. Esse tipo de grupo era muito comum e talvez o mais popular deles, surgido em Londres no século XIX, tenha sido o Clube dos Excêntricos. Atualmente esse tipo de festa tem perdido um pouco do seu glamour, popularidade e apoio. Contudo, em épocas onde o medo de datas e determinadas ações tomavam conta da vida cotidiana, esses clubes floresceram.
Sexta-feira 13
“13 é o número do azar”, “se treze pessoas se sentarem à mesa, uma vai morrer em menos de um ano”, “sexta-feira 13 é um dia de má sorte” são algumas das crenças populares à respeito do tão conhecido, curioso e temido dia: a sexta-feira 13. Não há um consenso de como surgiu o temor em relação às “sexta-feira 13”, contudo, uma das possibilidades para a existência e disseminação da superstição relacionada ao número em questão pode estar associada à seguinte frase: “se treze pessoas se sentarem à mesa, uma vai morrer em menos de um ano”. A questão daquela quantidade específica de pessoas e da morte de uma condiz com a crença cristã da última ceia, realizada perto final da Semana Santa, após a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. De acordo com os cristãos, Jesus se sentou à mesa com seus 12 discípulos e Judas, o 13° discípulo, antes de ser crucificado.
Mitologia Nórdica
A questão é que a história dos 13 indivíduos em uma mesa ainda encontra outra variante na mitologia nórdica. Nela, conta-se um episódio em que Balder o Belo, deus da alegria e da felicidade, havia convidado 11 deuses para um jantar em Valhalla, o paraíso. Loki o Travesso, deus da confusão, seria o 13° convidado para o evento celestial, mas não compareceu e resolveu se vingar. Loki pediu para Hoder, o deus cego da escuridão, atirar no seu desafeto com uma flecha envenenada. Balder morreu depois da flechada e a Terra caiu em escuridão e desgraça. Disso viria a superstição quanto ao número 13 na lenda nórdica.
Rei Felipe da França e os Cavaleiros Templários
Há um episódio ocorrido durante a Idade Média que também traz como dia marcante a sexta-feira 13. Segundo a história, na madrugada de 13 de outubro de 1307, uma sexta-feira, o rei Felipe da França ordenou que todos os cavaleiros Templários fossem presos e depois torturados na Torre de Chinon por supostas denúncias de heresia e sacrilégio. Os motivos do rei francês ficaram claros posteriormente; todos relacionados com questões políticas e de poder. Novamente o número aparece em um contexto marcante, entretanto, agora, não relacionado a crenças e mitologias.
Outras superstições
Além dessas possíveis causas para o nascimento do temor com a data, há ainda outros fatores, como a 13a carta do Tarô representar a morte e sexta-feira, na cultura e história inglesa, ser o dia reservado para os enforcamentos em praça pública em tempos remotos. Para completar, os numerologistas acreditam que o número 12 represente a completude, pois existem 12 meses no ano ocidental, 12 signos, 12 deuses do Olimpo, 12 apóstolos etc. Dessa forma, o número mais 1 seria o desequilíbrio.
A verdade é que as superstições são derivadas não de uma única fonte ou fato, mas de diversos acontecimentos históricos que vão desde contos e lendas carregadas de simbolismo e ensinamentos até situações propriamente reais. Se elas são boas ou ruins? Depende da interpretação de cada um; para algumas pessoas, elas contam o nosso passado, para o Capitalismo, a sexta-feira 13 traz muita prejuízo nos negócios.