A partir de 1944, nos momentos finais da Segunda Guerra Mundial durante a campanha do Pacífico, diversos navios de guerra Aliados passaram a sofrer ataques suicidas deflagrados por militares pertencentes às Forças Armadas Imperiais japonesas. Esta desesperada tática, fruto das sucessivas derrotas militares japonesas neste período do conflito, foi desencadeada por militares conhecidos como kamikazes, ou “vento divino”.
Imagem do Encouraçado Galena na Virgínia durante a Guerra Civil Americana, 1862.
A imagem mostra o USS Galena depois de uma batalha com as tropas confederadas Drewry’s Bluff, no Rio James, Estado da Virgínia, em 1862. O encouraçado possuía 950 toneladas de canhoneira férrea e foi um dos três primeiros navios de guerra blindados da Marinha dos Estados Unidos. Em 1862, foi enviado para a Virgínia para lutar contra as tropas confederadas durante a Guerra Civil Americana (1861-1865).
O Galena durante a Batalha de Drewry’s Bluff
Na manhã de 15 de maio de 1862, O USS Galena foi até Drewry’s Bluff e se fortaleceu sua posição no rio há cerca de 550 metros de uma bateria de artilharia dos Confederados estacionada no penhasco de 27 metros de altura. O encouraçado abriu fogo às 07:45 ao mesmo tempo que outros navios de madeira permaneceram sob distâncias mais seguras rio abaixo. O USS Monitor também tentou disparar contra a artilharia, mas suas armas não foram capazes de se elevarem o suficiente para alcançá-la. O fogo advindo do Galena foi em grande parte ineficaz, embora seus projéteis tenham conseguido matar sete e ferir outros oito membros da artilharia inimiga. Em contrapartida, o navio foi atingido 44 vezes em seu porto, dos quais 13 acertaram sua armadura, ainda tendo sofrido ainda três grandes buracos perfurados em sua longarina. 13 tripulantes morreram e outros ficaram 11 feridos. Dois marinheiros e um fuzileiro naval a bordo receberam a Medalha de Honra por suas ações durante a batalha. Charles Kenyon (bombeiro), Jeremiah Regan (intendente) e John F. Mackie (cabo). Mackie foi o primeiro membro do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA a receber a Medalha de Honra.
Referências:
James F. Gibson / Library of Congress / U.S. Naval Historical Center Photograph. ID: NH 53984.
Coski, John M. (2005). Capital Navy: The Men, Ships and Operations of the James River Squadron (Reprint of the 1996 ed.). New York: Savas Beatie.
Dictionary of American Naval Fighting Ships. Naval History & Heritage Command (NH&HC)
O navio alemão Admiral Hipper ataca o navio britânico HMS Glowworm, que se incendeia no Mar da Noruega. Foto tirada a bordo do Admiral Hipper.
Na manhã do dia 8 de abril de 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, o navio de guerra britânico HMS Glowworm, liderado pelo Tenente-Comandante Gerard Roope, estava em seu caminho para reagrupar-se com a esquadra Aliada, quando sob a névoa do Mar da Noruega, avistou e atacou os destróieres alemães Z11 Bernd von Arnim e Z18 Hans Lüdemann. O ataque avariou uma das embarcações alemãs, fazendo com que as mesmas sinalizassem ajuda e recuassem para o norte.
O prosseguimento da batalha entre o HMS Glowworm e o Admiral Hipper
Dando prosseguimento a perseguição, o HMS Glowworm, navio de 1.345 toneladas, se deparou com o cruzador pesado alemão Admiral Hipper, que pesava 14.000 toneladas e era três vezes maior em tamanho, além de ser mais fortemente armado. Sem hesitar, o HMS Glowworm abriu fogo contra o navio alemão, conseguindo avaria-lo parcialmente. Já no final da dramática batalha, antes de ser golpeado fatalmente e afundado, o navio da Marinha Real se chocou contra a lateral do Admiral Hipper, fazendo com que um marinheiro alemão fosse derrubado no mar durante a colisão. Dos 149 tripulantes do HMS Glowworm, apenas um oficial e 30 marinheiros sobreviveram a batalha naval e ficaram à deriva no mar. Mesmo correndo o risco de ficar exposto a ataques de possíveis navios Aliados próximos, o capitão do Admiral Hipper, Hellmuth Heye, ordenou que todos os sobreviventes fossem resgatados.
O tenente-comandante Gerard Roope foi visto ajudando os sobreviventes a colocarem seus coletes salva-vidas, contudo, durante o resgate, Roope não conseguiu segurar uma corda lançada do Hipper e morreu afogado. Todos os sobreviventes levados a bordo foram recebidos como iguais pelos alemães e os feridos britânicos receberam o mesmo tratamento dispensado aos feridos alemães. Heye ainda foi ao encontro dos sobreviventes e enalteceu a bravura demonstrada em combate pelos marinheiros britânicos.
Tripulação do HMS Glowworm se agarra aos destroços do navio após a batalha com o cruzador pesado alemão Admiral Hipper. Esta fotografia foi tirada através de um dos pontos de observação de armas do Almirante Hipper.
Cordas são lançadas do Admiral Hipper para resgatar os sobreviventes do HMS Glowworm.
Sobrevientes ingleses são conduzidos a bordo do Admiral Hipper depois da batalha.
O capitão alemão Helmut Heye ainda escreveu às autoridades britânicas por meio da Cruz Vermelha, recomendando a atribuição da Cruz Vitória (Victory Cross) ao tenente Gerard Roope, pela coragem do seu oponente ao enfrentar um navio de guerra muito superior. Foi a única vez na história em que a Victory Cross foi recomendada por um inimigo.
À esquerda, Gerard Roope, tenente-comandante do HMS Glowworw, e à direita, Hellmuth Heye, capitão do Admiral Hipper.
Rope foi a primeira pessoa a ser condecorada com a Cruz Vitoria na Segunda Guerra Mundial. O prêmio foi concedido postumamente em Londres no dia 10 de julho de 1945, sendo entregue em 12 de fevereiro de 1946, em uma cerimônia realizada no Palácio de Buckingham, ocasião em que o Rei George VI entregou a medalha a viúva de Roope, que estava acompanhada de seu filho, Michael, que na época servia como cadete da Marinha Real.
Hellmuth Heye continuou combatendo na Segunda Guerra Mundial, e dentre várias outras honras militares, recebeu no dia 18 de janeiro de 1941, a Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro, a mais alta condecoração concedida pela Alemanha para reconhecer atos a bravura em combate ou lideranças bem-sucedidas e decisivas. Ainda em 1941, Heye foi promovido a vice-almirante e em 1942 comandou as forças navais alemães no Mar Negro. No final dos conflitos, comandou frotas de pequenas embarcações. Hellmuth Heye sobreviveu a guerra e faleceu no dia 10 de novembro de 1970, aos 75 anos.