Topsy, a elefanta que foi eletrocutada em público

A imagem mostra o exato momento em que a elefanta de circo, Topsy, é eletrocutada diante de uma plateia de 1500 pessoas em Coney Island, Nova York, Estados Unidos, em 1903. Nascida 28 anos antes, a elefanta entrou para o circo “Forepaugh Circus“, onde sofria tratamentos degradantes por parte de seu domador.

Topsy

Cansada de receber pontas de cigarro acesas como alimento, Topsy matou o domador e mais 2 pessoas. A partir de então, o circo passou a buscar meios de se livrar do animal. A American Society for the Prevention of Cruelty to Animals (Sociedade Americana de Prevenção Contra Crueldade de Animais), negou o pedido de enforcamento da elefanta na época. Sem uma alternativa, Thomas Edison convenceu a associação para que deixasse que Topsy fizesse parte de um experimento para provar os perigos da corrente alternada.

Na época, Edison disputava com Nicola Tesla qual o tipo de corrente seria mais eficaz. O primeiro defendia a corrente contínua, já o segundo defendia a corrente alternada. Então, em 1903 finalmente as associações protetoras de animais de Coney Island decidiram que Edison fizesse o experimento com Topsy. Assim, diante de uma plateia de 1500 pessoas, o animal recebeu uma corrente de 6,600 volts, morrendo em menos de 1 minuto.

O experimento fez com que Thomas Edison ganhasse notoriedade e demonstrasse e difamasse a corrente alternada e os experimentos de Tesla. Destes experimentos cruéis veio a surgir o conceito de cadeira elétrica, usado posteriormente pelo sistema prisional americano para cumprir as penas de morte. Anos depois, Topsy ganhou um monumento em homenagem a sua dor.

Foto: Thomas Edison, 1903.

O palhaço Mr. Austin ensina a “arte do riso”

O palhaço Mr. Austin, cujo pai também havia sido palhaço anteriormente, ensina ao seu filho a “arte do riso”, antes de uma apresentação no Crystal Palace Circus, em Londres.

Desde o surgimento do circo moderno no final do século XVIII, criado por Philip Astley, um oficial da cavalaria inglesa, as atrações circenses sofreram várias transformações, no entanto, os palhaços sempre foram parte integrante do espetáculo, oferecendo sempre uma fonte de diversão para o público.

Como a ampla maioria dos circos modernos no mundo eram (e ainda são) itinerantes, era comum que a família do artista circense viajasse junto com a caravana. Com o passar do tempo, tradicionalmente, o talento e conhecimento dos pais eram repassados para os filhos, que consequentemente, passavam a compor a trupe circense após se tornarem artistas aptos.

O surgimento do Circo Moderno

O circo moderno surgiu na Inglaterra do século XVIII, com seu picadeiro circular e a reunião das atrações que compõem o espetáculo ainda hoje. O cavaleiro inglês Philip Astley é considerado o “pai” do circo moderno, vez que inaugurou, em 1768, em Londres, o Royal Amphitheatre of Arts (Anfiteatro Real das Artes). No início, os circos eram quase exclusivamente demonstrações de habilidades equestres. Com o tempo, tornou-se mais comum alternar entre tais desempenhos de quitação, números com palhaços e todo tipo de acrobatas e malabaristas. No Brasil, a história do circo começou no século XIX, com famílias e companhias vindas da Europa. Um circo é organizado em uma arena – picadeiro circular com assentos em seu entorno, enquanto circos itinerantes costumam se apresentar sob uma grande tenda ou lona.

Imagem: Hulton Archive / General Photographic Agency
A televisão nos anos 1940: lutando boxe contra um urso

A televisão nos anos 1940: lutando boxe contra um urso

Partida de boxe filmada em 1949

Boxe contra um urso: exato momento em que o animal desfere um soco de esquerda no oponente.

A imagem mostra o exato momento em que um urso desfere um soco de esquerda de seu oponente. Em 1949 ocorreu uma luta oficial de boxe entre Gus Waldorf e um urso pardo. Transmitida pela televisão, o seu único objetivo do programa era atrair audiência. Naquela época, a ideia com relação ao respeito dos direitos dos animais não era difundida, sendo comum casos de crueldade, maus tratos e falta de proteção à vida animal. Ainda que se utilizasse de um animal de circo treinado, a luta de boxe era realizada sob a vigilância de juízes e profissionais, vez que mesmo que o urso usasse focinheira e estivesse com luvas bem apertadas para impedir que o mesmo utilizasse as garras durante a luta, a força do animal era muito superior à força do pugilista Gus. Apesar da audiência, felizmente esse tipo de programa não obteve continuidade.

A luta de boxe entre humanos e ursos

A realidade se mostra mais chocante. A maioria dos ursos utilizadas em lutas de boxe (a maioria de forma clandestina), tinham seus dentes arrancados e garras removidas, sendo amordaçados e equipados com luvas ou até mesmo tendo seus tendões de perna e braço cortados. Desde meados do século XIX as lutas com ursos já eram populares na Europa. Nos Estados Unidos, a primeira luta documentada ocorreu no ano de 1877 em Nova York. Muitos anos após a luta de Gus Waldorf em 1949, dois ursos de circo chamados Lena e Martin participaram de uma série de lutas promovidas para entreter o público. Um homem chamado Lucien Marc derrotou um urso em Cincinnati no ano seguinte, mas perdeu um dedo no processo. Então, em 14 de abril de 1878, a pobre urso Lena teve à vingança após anos de maus tratos quando matou um homem chamado Jean Francis Borne no calor do combate.

Foto: Michael Rougier/Time Life Pictures/Getty Images. 01 de março de 1949. ID: 50642150.
The twisted and terrible history of men fighting bears. Fightland Blog. By Sarah Kurchak.
Barackman, Mervin (1894-1977) and His Wrestling Bears.
Mary, a elefanta que morreu na forca

Mary, a elefanta que morreu na forca

Mary enforcada

Durante muito tempo a revista Argosy alegou que a foto era falsa. Posteriormente, especialistas em fotografias afirmaram que se tratava de uma foto autêntica do evento e possivelmente a revista queria se desligar do acontecimento bizarro ocorrido naquele 13 de setembro de 1916. Foto: The Argosy Magazine

Mary era uma elefanta asiática que trabalhava no circo dos Irmãos Sparks e depois de anos sendo anunciada como “o maior animal sobre a Terra”, no dia 13 de setembro de 1916, diante de 2500 pessoas,  foi enforcada durante um verdadeiro espetáculo de horror.Sua morte, por muito tempo, foi o símbolo da crueldade sofrida pelos animais de circo no século XX.

No dia 11 de setembro de 1916, Walter “Red” Eldridge foi contratado como assistente de treinador no circo Sparks. Na noite seguinte, durante uma apresentação, Mary distraiu-se com uma melancia abandonada no chão. Eldridge, buscando corrigir a conduta do animal, golpeou Mary perto da boca com um gancho, segundo o relato da testemunha W. H. Coleman.

O animal, sentindo-se ameaçado, foi para cima de Walter, agarrou-o com a tromba e arremessou o homem a uma altura de 10 metros; em seguida esmagou sua cabeça com uma pisada. Os espectadores ficaram horrorizados e imediatamente começaram a pedir, aos gritos, que “aquela besta” fosse morta. Alguns seguranças locais correram em direção a Mary, já amedrontada, e descarregaram suas armas, porém, como a pele do elefante era muito dura, não conseguiram mata-la.

Na mesma noite, após Charlie Sparks, um dos donos, conseguir tranquilizar o animal, os irmãos Sparks foram levados até o xerife da cidade e pressionados para que executassem a elefanta, senão, nunca mais seriam contratados para promover espetáculos no Tennessee. Prevendo que a notícia se alastrasse pelas demais cidades da região, a escolha foi para que a elefanta fosse morta. Segundo os Sparks, essa foi uma das decisões mais difíceis de suas vidas, pois Mary era o animal de estimação da família, comprada pelo pai deles em 1898, quando ela ainda era um filhote.

Então, eis que outro problema surge; como matar um animal de 8 toneladas? Diversas hipóteses e ideias foram levantadas, tais como amarrar o elefante em dois vagões e depois desmembrá-lo, ou esmagar seu corpo entre duas locomotivas. Como as duas ideias foram consideradas cruéis demais, optaram pelo enforcamento, tido como mais humano.

Guindaste utilizado para enforcar Mary

Guindaste que foi utilizado para enforcar Mary.

Na tarde do dia seguinte, em 13 de setembro de 1916, uma multidão se amontoou nos arredores da estação de trem Railroad Clinchfield para ver o fim da “elefanta assassina”. Na primeira tentativa, as correntes do guindaste romperam-se, fazendo com que Mary caísse e quebrasse a bacia. Já muito debilitada, o calvário do pobre animal acabou na segunda tentativa, após alguns minutos suspensa no ar.

Após o enforcamento de Mary

É possível ver o animal ainda semi-suspenso pelo guindaste.

Após o espetáculo de horror, um veterinário, analisando o animal morto, constatou a verdade dolorosa que Mary tinha um dente seriamente infeccionado no local onde possivelmente Walter cutucara com o gancho, sendo esse, portanto, o provável motivo para ela ter entrado em fúria. A velha Mary, que trabalhará com os irmãos por mais de 20 anos, converteu-se na primeira e única elefanta da história a ser enforcada e no símbolo de atrocidade sofrido pelos animais de circo.

A equipe do Museu de Imagens buscou as informações para creditar as imagens. Entretanto nada foi encontrado. Caso saibam mais informação a respeito da autoria, entrem em contato.
Referência:
– Schroeder, Joan. “The day they hanged an elephant in east Tennessee”. Blue Ridge Country, 1997.