
Corisco e 25, à direita. Foto do arquivo pessoal da família de José Alves de Matos, o 25.
Dia 16 de junho, em Maceió, foi sepultado o último cangaceiro do lendário bando de Virgulino Lampião, o rei do cangaço. Aos 97 anos de idade, José Alves de Matos, conhecido como “25” no grupo e entre familiares, morreu no dia 15 de junho de parada respiratória.
“Meu avô fez parte da história do país e foi um grande pai para todos nós”, lamentou Clayton Matos, neto de 25. O cangaceiro era um dos membros do grupo liderado por Virgulino, atuando no interior nordestino entre os anos de 1922 e 1938. O bando ficou famoso por invadir propriedades da região para realizar saques e por enfrentar a polícia local.
No dia 28 de julho de 1938, o histórico grupo de cangaceiros estaria prestes a encontrar seu destino final. Após acamparem em uma fazenda na região do sertão de Sergipe, às 5:15 da manhã foram pegos de surpresa por tiros de metralhadoras da polícia, a mando do Tenente João Bezerra e do Sargento Aniceto Rodrigues da Silva.
O ataque durou cerca de vinte minutos. Um dos primeiros a morrer foi o próprio Lampião. Depois da morte do líder, poucos cangaceiros conseguiram escapar. Dos trinta e quatro, onze morreram na hora. Ao fim do ataque, a polícia degolou alguns dos cadáveres e exibiu as cabeças empilhadas como prêmio, nascendo uma das fotos mais famosas da História nacional.

Imagem famosa da cabeça degolada de alguns cangaceiros, de Lampião e Maria Bonita, 1938. Foto de autor desconhecido/CASTRO, José, in: Ciclo do Cangaço, Memórias da Bahia, vol. 4, Empresa Baiana de Jornalismo, Salvador, 2002
Era o fim da carreira de crimes dos valentes cangaceiros que fizeram história no interior nordestino.