A Guerra dos Cinco Dias entre Rússia e Geórgia

Guerra dos Cinco Dias entre Rússia e Geórgia

As causas da Guerra da Entre Rússia e Geórgia (Guerra dos Cinco Dias), são complexas e envolvem vários fatores sociais, econômicos, políticos e históricos.

23/09/2013
Homem chora em Tbilisi

Homem chora pela morte de parente após bombardeio em Gori, cidade a 80km de Tbilisi, capital da Geórgia. Foto tirada por Gleb Garanich, da agência Reuters. Curiosamente, a cidade de Gori, na Geórgia, local onde a foto foi tirada, é onde nasceu o ex-líder soviético Josef Stalin.

A Guerra Entre Rússia e Geórgia, também conhecida como Guerra de Agosto, Conflito da Ossétia do Sul e Guerra dos Cinco Dias, foi um conflito recente, iniciado durante a noite do dia 7 para 8 de agosto de 2008, quando a Geórgia lançou uma ofensiva militar em larga escala contra a Ossétia do Sul e Abcásia. As causas do conflito são complexas e envolvem vários fatores sociais, econômicos, políticos e históricos.

O ataque georgiano causou vítimas entre soldados russos e milícias ossetas, que resistiram ao assalto em Tskhinvali, cidade localizada na Ossétia do Sul. No dia seguinte, os russos lançaram um contra-ataque massivo contra forças georgianas na Ossétia e, no dia 9 de agosto, abriram uma segunda frente de batalha na região da Abcásia. Após cinco dias de intensos combates, as forças georgianas recuaram, permitindo o avanço russo dentro do território georgiano. Na época, o Exército da Rússia chegou a posicionar suas tropas à apenas 50km de Tbilisi, capital georgiana.

Violações aos Direitos Humanos duranta a Guerra dos Cinco Dias

De acordo com um relatório da Human Rights Watch (HRW), datado de 18 de agosto de 2008, militares georgianos usaram força indiscriminada e desproporcional durante o assalto inicial, resultando em várias mortes de civis na Ossétia do Sul. Os militares russos, por sua vez, usaram forças indiscriminadas no contra-ataque na Ossétia do Sul e na cidade de Gori, já dentro do território da Geórgia, aparentemente alvejando comboios de civis que tentavam fugir das zonas de conflito. O Human Rights Watch disse que milícias da Ossétia do Sul, mesmo após o cessar-fogo, realizaram saques, incêndios criminosos, ataques e raptos em território georgiano, aterrorizando a população civil, que era forçada a abandonar suas casas, ao mesmo tempo que refugiados eram impedidos de voltarem para seus lares.

Em 8 de setembro do mesmo ano, Thomas Hammarberg, Comissário para os Direitos Humanos do Conselho da Europa, publicou um relatório afirmando que durante o conflito um alto número de civis havia sido vitimado. Mais da metade da população na Ossétia do Sul fugiu, sendo a esmagadora maioria após o ataque de artilharia e tanques dos militares georgianos à Tskhinvali e também em função de ataques contra aldeias de maioria étnica georgiana, localizadas na Ossétia do Sul, supostamente realizado por milícias da Ossétia do Sul e gangues criminosas. O relatório também afirmou que o principal hospital de Tskhinvali havia sido atingido por foguetes e que algumas áreas residenciais da cidade foram completamente destruídas.

Vítimas

O número de mortos no conflito, sobretudo o número de civis, é incerto, vez que muitas das vítimas foram enterradas em suas aldeias ou no quintal de suas próprias casas, situação comum em zonas de guerra. Segundo autoridades ossetas, 1.492 pessoas morreram apenas na Ossétia do Sul. Algumas fontes alternativas contabilizam mais de 3.000 mortos durante os conflitos, e mais de 100.000 refugiados. O grande problema das guerras contemporâneas é que a maioria delas ocorrem em centros urbanos, onde há alta concentração da população civil. Em muitos conflitos recentes, estatísticas apontaram que 90% das vítimas foram civis.

Fotos

Referências
Report on human rights issues following the August 2008 armed conflict in Georgia, by Thomas Hammarberg, Commissioner for Human Rights of the Council of Europe.
Список погибших жителей Южной Осетии. “Comissão pública para investigar crimes de guerra na Ossétia do Sul“.
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