No dia 27 de dezembro de 2007, na saída de um comício do Partido do Povo Paquistanês na cidade de Rawalpindi, próxima a capital do país, Islamabad, um homem-bomba sob a bandeira da Al Qaeda alvejou no pescoço e no peito a recém-repatriada (após oito anos de exílio) e antiga primeira-ministra Benazir Bhutto. No instante seguinte (momento exato em que a foto foi tirada), o mesmo terrorista explodiu uma bomba que carregava amarrada junto ao corpo, matando outras quinze pessoas. Levada para o hospital local em estado gravíssimo, Bhutto não resistiu aos ferimentos e faleceu.
Benazir Bhutto
Benazir Bhutto foi a primeira mulher a ocupar um cargo de chefe de governo de um Estado muçulmano moderno, sendo primeira-ministra do Paquistão por duas vezes. Bhutto havia colecionado vários inimigos, primeiramente por ser mulher e ocupar um cargo de poder em um Estado islâmico conservador, e segundo por adotar uma posição laica e se posicionar frente à violações aos direitos humanos em um país fundamentalmente islâmico. Contudo, sua vida política foi marcada pelo apoio a milícia Talibã no Afeganistão e acusações de corrupção durante seu governo. Quando desembarcou do seu exílio no dia 27 de outubro de 2007, Benazir foi recebida por mais de 100 mil pessoas e, ainda nesse mesmo dia, durante o desfile por Islamabad, duas explosões perto dos carros da sua comitiva mataram 140 pessoas e feriram mais de 200.
Bhutto denunciava incessantemente ameaças de fanáticos seguidores do antigo regime do General Muhammad Zia Ul-Haq – o mesmo que havia deposto seu pai na década de 1970. A morte da líder da oposição não foi de todo surpresa, pois não era a primeira tentativa que sofrera.
Consequências políticas causadas pelo morte de Benazir Bhutto
Sua morte causou um grande retrocesso democrático no Paquistão e no mundo islâmico em geral. Uma série de represálias violentas foi realizada por partidários e simpatizantes de Bhutto após sua morte. Várias edificações foram atacadas e incendiadas e as pressões internas e externas exigindo a renúncia do então presidente, Pervez Musharraf, intensificaram-se. O mundo inteiro se opôs contra a violência no Paquistão, inclusive a vizinha Índia, sua inimiga histórica.