A Queda da Bastilha

A Queda da Bastilha

A tomada da Bastilha em 14 de julho de 1789, dando início à Revolução Francesa.

Pintura: “A Queda da Bastilha”, visível no centro é a prisão de Bernard René Jourdan (De Launay), Água 37,8 x 50,5 cm”. Jean-Pierre Houël. Bibliothèque nationale de France, 1789.

No dia 14 de julho de 1789 em Paris, é invadida a Bastilha, uma fortaleza medieval transformada em prisão e representando o poder monárquico. A queda da prisão simboliza o estopim para a Revolução Francesa que seria acompanhada por uma série de outras revoluções pela Europa no século seguinte.

Nas palavras de Hobsbawm:

O fim do século XVIII, […], foi uma época de crise para os velhos regimes da Europa e seus sistemas econômicos, e suas últimas décadas foram cheias de agitações políticas, às vezes chegando a ponto da revolta […}. A quantidade de agitações políticas é tão grande que alguns historiadores mais recentes falaram de uma ‘era da revolução democrática’, em que a Revolução Francesa foi apenas um exemplo, embora o mais dramático e de maior alcance e repercussão”. — (Hobsbawm, 1997, pg. 98-99)

Assim como Hobsbawm disse acima, o pano de fundo para o quadro social que culminou na queda da Bastilha está imerso numa crise econômica e política pela qual a França vinha passando sob o reinado de Luís XVI.

Endividada com os custos oriundos da Revolução Americana e com um sistema tributário regressivo abusivo, a França, na figura do monarca, também passava por um período turbulento de mudanças políticas.

Durante meses, diversas Assembleias foram convocadas pela aristocracia para resolver as questões econômicas pendentes e que vinham descontentando a população; todas sendo barradas pela nobreza e por Luís XVI.

Até que em 9 de julho de 1789 é criada a Assembleia Nacional Constituinte, nomeada também de Terceiro Estado, com representantes da plebe e com força entre a burguesia com ideais liberais.

Dois dias depois, o rei retira Jacques Necker das funções de ministro das Finanças, acusado de apoiar e se solidarizar com o Terceiro Estado. A notícia da demissão se espalhou por toda a Paris, aumentando ainda mais a agitação da população.

O povo começou, então, a saquear locais que contivessem alimentos e armas. Juntamente a esse cenário, diversas deserções vinham acontecendo no exército real francês em favor das causas populares, sobrando praticamente apenas as tropas mercenárias alemãs e suíças.

Finalmente na manhã de 14 de julho, com a cidade em alerta, os revolucionários do Terceiro Estado resolvem invadir a Bastilha para saquear a pólvora e as armas que eram mantidas na prisão.

Após algumas horas de negociações infrutíferas, um tiroteio contra a população é iniciado pelas 13 horas. No meio da tarde, as frentes de ataques são reforçadas por desertores da guarda francesa, juntamente com dois canhões.

Às 17 horas, então, De Launay, “governador” da Bastilha, prevendo que suas tropas não aguentariam por muito tempo, resolve abrir as portas do pátio inferior da prisão. A cabeça de De Launay é serrada e exposta pelas ruas de Paris.

Nos dias seguintes, a população se arma e se entrincheira nas ruas de Paris, enquanto a onda de violência aumenta. Tudo isso faz com que a nobreza comece a fugir do país.

A insurreição iniciada em Paris com a queda da Bastilha se alastra para o resto da França, entrando para a História como a Revolução Francesa. Dali, o exemplo da revolução seria espalhado para o resto da Europa, dando início a uma série de revoltas que derrubariam de vez com as monarquias.

Pintura: “A Queda da Bastilha”, visível no centro é a prisão de Bernard René Jourdan (De Launay), Água 37,8 x 50,5 cm”. Jean-Pierre Houël. Bibliothèque nationale de France, 1789.
Referências:
– MIGNET, François. “History of the French Revolution from 1789 to 1814”. Project Gutenberg, 1824.
– HOBSBAWM, Eric J.. A era das revoluções, Paz e Terra, 10a edição,1997
Trégua de Natal de 1914: quando a paz reinou em meio à guerra

Trégua de Natal de 1914: quando a paz reinou em meio à guerra

Trégua de Natal

Sinal da paz: os soldados rivais jogam futebol na “Terra de Ninguém” durante a Trégua de Natal. Foto: Imperial War Museum

A trégua de natal foi um episódio curioso da Primeira Guerra Mundial e um marco na história. Durante os últimos dias de dezembro na região de Ypres, Bélgica, soldados alemães decoraram suas trincheiras com velas e enfeitaram algumas árvores o Natal.

Trégua de Natal

Soldados alemães comemorando o Natal em uma trincheira durante a Primeira Guerra Mundial.

Começaram, então, a cantar canções natalinas alemãs. Observando o que se passava nas trincheiras inimigas, os soldados ingleses começaram a cantar suas próprias canções. Nesse momento, ambos os lados passaram a saudar um ao outro; era véspera de Natal e, por 6 dias, a guerra cessou e a paz reinou.

Trégua de Natal

Soldados comendo uma refeição para celebrar o dia de Natal em uma trincheira parcialmente ocupada pelo túmulo de um companheiro.

De forma não oficial, soldados inimigos fizeram uma trégua em meio às batalhas e promoveram o cessar fogo para celebrarem juntos aquela data festiva, trocando presentes, cantando canções natalinas e até jogando partidas de futebol na “terra de ninguém”. O episódio da Trégua de Natal nunca mais se repetiu após aquele dezembro de 1914, tornando-se quase um mito e, de fato, um marco histórico.

A equipe do Museu de Imagens buscou as informações para creditar as imagens. Entretanto nada foi encontrado. Caso saibam mais informação a respeito da autoria, entrem em contato.
Referências:
– “England v Germany: when rivals staged beautiful game on the Somme“. The Telegraph, 2013.
Daily Mail.