Mary, a elefanta que morreu na forca

Mary, a elefanta que morreu na forca

Mary enforcada

Durante muito tempo a revista Argosy alegou que a foto era falsa. Posteriormente, especialistas em fotografias afirmaram que se tratava de uma foto autêntica do evento e possivelmente a revista queria se desligar do acontecimento bizarro ocorrido naquele 13 de setembro de 1916. Foto: The Argosy Magazine

Mary era uma elefanta asiática que trabalhava no circo dos Irmãos Sparks e depois de anos sendo anunciada como “o maior animal sobre a Terra”, no dia 13 de setembro de 1916, diante de 2500 pessoas,  foi enforcada durante um verdadeiro espetáculo de horror.Sua morte, por muito tempo, foi o símbolo da crueldade sofrida pelos animais de circo no século XX.

No dia 11 de setembro de 1916, Walter “Red” Eldridge foi contratado como assistente de treinador no circo Sparks. Na noite seguinte, durante uma apresentação, Mary distraiu-se com uma melancia abandonada no chão. Eldridge, buscando corrigir a conduta do animal, golpeou Mary perto da boca com um gancho, segundo o relato da testemunha W. H. Coleman.

O animal, sentindo-se ameaçado, foi para cima de Walter, agarrou-o com a tromba e arremessou o homem a uma altura de 10 metros; em seguida esmagou sua cabeça com uma pisada. Os espectadores ficaram horrorizados e imediatamente começaram a pedir, aos gritos, que “aquela besta” fosse morta. Alguns seguranças locais correram em direção a Mary, já amedrontada, e descarregaram suas armas, porém, como a pele do elefante era muito dura, não conseguiram mata-la.

Na mesma noite, após Charlie Sparks, um dos donos, conseguir tranquilizar o animal, os irmãos Sparks foram levados até o xerife da cidade e pressionados para que executassem a elefanta, senão, nunca mais seriam contratados para promover espetáculos no Tennessee. Prevendo que a notícia se alastrasse pelas demais cidades da região, a escolha foi para que a elefanta fosse morta. Segundo os Sparks, essa foi uma das decisões mais difíceis de suas vidas, pois Mary era o animal de estimação da família, comprada pelo pai deles em 1898, quando ela ainda era um filhote.

Então, eis que outro problema surge; como matar um animal de 8 toneladas? Diversas hipóteses e ideias foram levantadas, tais como amarrar o elefante em dois vagões e depois desmembrá-lo, ou esmagar seu corpo entre duas locomotivas. Como as duas ideias foram consideradas cruéis demais, optaram pelo enforcamento, tido como mais humano.

Guindaste utilizado para enforcar Mary

Guindaste que foi utilizado para enforcar Mary.

Na tarde do dia seguinte, em 13 de setembro de 1916, uma multidão se amontoou nos arredores da estação de trem Railroad Clinchfield para ver o fim da “elefanta assassina”. Na primeira tentativa, as correntes do guindaste romperam-se, fazendo com que Mary caísse e quebrasse a bacia. Já muito debilitada, o calvário do pobre animal acabou na segunda tentativa, após alguns minutos suspensa no ar.

Após o enforcamento de Mary

É possível ver o animal ainda semi-suspenso pelo guindaste.

Após o espetáculo de horror, um veterinário, analisando o animal morto, constatou a verdade dolorosa que Mary tinha um dente seriamente infeccionado no local onde possivelmente Walter cutucara com o gancho, sendo esse, portanto, o provável motivo para ela ter entrado em fúria. A velha Mary, que trabalhará com os irmãos por mais de 20 anos, converteu-se na primeira e única elefanta da história a ser enforcada e no símbolo de atrocidade sofrido pelos animais de circo.

A equipe do Museu de Imagens buscou as informações para creditar as imagens. Entretanto nada foi encontrado. Caso saibam mais informação a respeito da autoria, entrem em contato.
Referência:
– Schroeder, Joan. “The day they hanged an elephant in east Tennessee”. Blue Ridge Country, 1997.

A caça ilegal de rinocerontes

Uma equipe de anti-caçadores de rinocerontes selvagens observa e protege um rinoceronte-branco-do-norte, durante um período de vigilância de 24 horas, em Ol Pejeta Conservancy, no Quênia.

A caça ilegal de rinocerontes na África

O parque Ol Pejeta Conservancy é habitat de quatro dos oito rinocerontes-brancos-do-norte que ainda existem, sendo a espécie mais ameaçada do mundo. Os chifres dos animais são retirados, na tentativa de desencorajar possíveis caçadores. Apesar da caça de rinos ser ilegal a nível mundial, a sua demanda aumentou vertiginosamente depois que uma classe média/rica disposta a pagar o preço pela mercadoria se ascendeu na Ásia. Somente a África do Sul perdeu mais de 400 rinocerontes para a caça ilegal somente em 2011. Estimam-se que restam apenas 16.000 rinocerontes no mundo. O chifre do rinoceronte é usado principalmente como medicamento antitérmico e antitoxina, em uma prática que é realizada há muitos séculos. Autoridades são muitas vezes subornadas para não coibirem o comércio ilegal e o uso de chifre de rinoceronte.

No Vietnã, onde um ministro sênior do governo afirmou que o chifre do rinoceronte curou seu câncer, 100g do chifre são vendidos por até 1.865 euros a população local e por até 6.340 para compradores estrangeiros. Vez que o corno de rinoceronte vale mais do que o ouro, os animais se tornam alvo de caçadores.

Foto: Rhino wars. Brent Stirton. National Geographic. 13 de Julho de 2011.