Alfred Hitchcock nos bastidores do filme Psicose

Alfred Hitchcock (1899 – 1980) nos bastidores de Psycho (Psicose), 1960.

Alfred Hitchcock

Considerado o mestre do suspense, Hitchcock conquistou o público com seus filmes que não só traziam histórias impressionantes, como também através da captação perfeita de cenas cheias de expressividade. Porém, de onde vem tanto talento? Ninguém duvida que Alfred Hitchcock fazia cinema como ninguém e isso se deve justamente, aliado ao seu talento natural, ao fato dele ter nascido do cinema mudo, quando as expressões eram essenciais para se produzir um bom filme. O diretor aprendeu muito com o expressionismo alemão daquela época, mesmo tendo começado a fazer cinema na Inglaterra, mas é fato, que tanto o que foi visto no cinema da Alemanha, como dos EUA, serviu de base para criar suas idéias e transportá-las para as telas.

O que Hitchcock mais gostava de fazer era criar personagens misteriosos, ambíguos, deixando o público sem conseguir traçar um perfil e as ações do personagem. Tudo isso criava uma esfera de suspense em suas produções. Além disso, o diretor soube, como ninguém, sobreviver à brutal passagem do cinema mudo para aquele moderno, com som, entretanto, sem abrir mão de toda a experiência adquirida com o primeiro. Por fim, o diretor se superou em produzir filmes de sucesso, com cenas que falavam por si próprias e histórias as quais o público nunca sabia o desfecho, como em “Psicose” (baseada na obra de Robert Bloch) e “Os Pássaros”.

Foto retirada do livro “The Moment of Psycho: How Alfred Hitchcock Taught America to Love Murder”
Centralia: a verdadeira Silent Hill

Centralia: a verdadeira Silent Hill

Centrália foi a inspiração para a criação da cidade fictícia Silent Hill

Imagem de Centrália antes de começar a ser evacuada. Foto dos arquivos de Offroads.

Silent Hill é uma das mais conhecidas séries de jogos Survival Horror, que também serviu de inspiração para o filme “Terror em Silent Hill” (2006), do roteirista Roger Avary. Segundo Roger, a cidade fictícia fora baseada em Centralia, que fica no estado da Pensilvânia, a noroeste dos Estados Unidos. Localizada no condado de Columbia e fundada em 1841 como uma pequena vila, Centrália tinha como atividade principal a exploração do carvão mineral, extraindo-o das minas que se encontravam logo abaixo da cidade.

Um dos inúmeros incêndios que atingiu o distrito comercial de Centralia.

Na madrugada de sexta-feira, em 4 de dezembro de 1908, outro incêndio atinge a cidade de Centralia. Esse seria apenas um dos inúmeros incêndios que fariam parte da história da cidade. Foto: Columbia County Historical and Genealogical Society

Após inúmeras histórias de incêndios e assassinatos ao longo do início do século XX, na década de 1960 ocorreu um acidente nas minas que marcaria a história e destino da cidade. Anteriormente queimados em outro local, no dia 27 de maio de 1962, ao lado do Cemitério Odd Fellows, foram queimados entulhos do aterro da cidade, fazendo com que as chamas se alastrassem pelas minas subterrâneas. O acontecimento destruiu casas e edifícios, produziu gases que em grande quantidade eram letais e transformou o chão da cidade em uma plataforma instável, com grandes rachaduras que logo começaram a se abrir.

O incêndio que colocaria o ponto final da história da cidade ocorreria 50 anos depois.

Outro grande incêndio em Centralia, 1914. Foto: Columbia County Historical and Genealogical Society.

Diversas tentativas de combate ao fogo foram adotadas, entretanto, todas tendo falhado. Ainda na década de 1970, o chão da cidade continuava instável e liberando gases venenosos. Finalmente em 1984, o governo do estado da Pensilvânia gastou 42 milhões de dólares para evacuar a população do local. Apesar da diáspora em Centralia, algumas poucas famílias decidiram ficar, ainda que as autoridades tivessem avisado dos perigos. No ano de 2002 os Correios dos EUA revogaram o código postal de Centrália e em 2009 o governador Ed Rendell começou o despejo formal dos poucos residentes que ainda lá permaneciam.

Foi o fim formal da próspera cidade de mineradores. Os poucos que ficaram e desafiaram uma determinação judicial alegaram que o incêndio nunca se espalhou pelos subterrâneos e o verdadeiro motivo por trás da determinação do governo era o interesse nas terras para mineração. Após já terem tentado de forma frustrada em 1992, em maio de 2009 foi criada uma nova ação na justiça, a pedido dos moradores remanescentes, para reverter a decisão de 1992, mas novamente foi rejeitada dois anos depois.

Após o incêndio de 1962, a cidade de Centralia nunca mais se recuperou.

Foto atual da cidade.

Atualmente, poucas casas permanecem de pé em Centralia, a maioria dos edifícios abandonados foram demolidos por humanos ou pela natureza, algumas áreas da cidade foram tomadas por uma floresta recente, vários avisos de fogo subterrâneo, chão instável e monóxido de carbono permanecem presentes e fumaça e vapor podem ser vistos saindo da porção abandonada da Rota 61, estrada foi reparada inúmeras vezes até finalmente ser definitivamente fechada em 1993.

A equipe do Museu de Imagens buscou informações para creditar a última imagem, contudo, nada foi encontrado. Caso saiba alguma informação a respeito de sua autoria, entre em contato.
Referência:
– O’Carol, Eoin. 2010-02-05. “Centralia, Pa.: How an underground coal fire erased a town” Christian Science Monitor.
Columbia County Historical and Genealogical Society
Centralia: a verdadeira Silent Hill

Patch Adams, o doutor alegria

Patch Adams

Foto: Cortesia Patch Adams.

Hollywood queria vender ingressos. Assim, enfatizaram o meu esforço em abrir o único ‘hospital maluco’ da história. Mas deixaram de lado o fato de que eu falo de um país que se recusa a cuidar de 50 milhões de pessoas porque são pobres. Ignoraram o fato de que eu luto por uma medicina gratuita.

Fiz o filme porque não consegui arrecadar dinheiro durante 28 anos para erguer o que seria o único hospital-modelo do mundo. Por ser um hospital tão radical, ninguém quis me ajudar.

A Universal Studios prometeu erguer nosso hospital. O filme rendeu mais de 400 milhões de dólares. Ninguém ligado ao filme veio me dar nem 1 dólar.
O filme me ajudou a ganhar mais pelas minhas apresentações. Antes do filme, eu recebia 300 mil dólares por ano. Depois do filme, um milhão de dólares por ano. Não guardo dinheiro. Escolhi não possuir nada. Dou todo o dinheiro para podermos fazer mais.” – Dr. Patch Adams, 2007

Doherty Hunter Patch Adams (nascido em 28 de maio de 1945), imortalizado no filme homônimo de 1998, estrelado por Robin Williams, é um médico que prega que a amizade, amor e humor são os melhores remédios que existem.

Antes de se tornar o Patch Adams, Hunter teve uma vida difícil. Ainda adolescente, perdeu o pai que fora lutar na Guerra da Coreia. Após o episódio, a família se mudou para os Estados Unidos, onde Hunter começou a sofrer perseguição e “bullying” na escola. Isso fez com que o garoto tivesse inúmeros episódios de tentativas de suicídio.

Seu comportamento suicida fez com que seus familiares o colocassem em uma instituição e depois de três internações, finalmente decidiu mudar a vida. Durante a década de 60, Hunter cursou o “pré-med” na Universidade George Washington e foi também nessa época em que sofreu um duro golpe com a perda de um amigo, vítima de assassinato — no filme, ao contrário, é retratada a perda de uma namorada.

Patch Adams espalhando alegria

Patch Adams espalhando alegria. Foto: Sarvodaya Shramadana

Quando cursava medicina pela Virginia University, Patch, alguns amigos e Linda Edquist, que conhecera enquanto estagiava em uma clínica, abriram o Instituto Gesundheit que funcionava para o atendimento de comunidades de forma totalmente gratuita. Finalmente em 1971, Hunter conseguiu o diploma de médico pela Virginia Commonwealth University. Patch Adams e Linda se casaram em 1975, tendo dois filhos.

Durante toda sua vivência no campo médico, como aluno e como doutor, Patch Adams acreditou que a saúde de um paciente está estritamente ligada ao carinho, amor, atenção e humor, além do fato de que ela deveria ser acessível a todos. Seguindo essa filosofia, sempre correu atrás de criar centros de estudo, clínicas e hospitais alternativos e acessíveis. Tudo isso fez com que ele fosse premiado com o Peace Abbey Courage of Conscience Award em 29 de janeiro de 1997 e um filme fosse feito sobre sua vida.

Patch Adams e um paciente

Patch Adams e um paciente.

Ainda que tenha sido aclamado no mundo todo, Patch Adams criticou a produção cinematográfica, pois disse que o filme evitou mostrar suas reais convicções em favor da viabilidade comercial. Para ele, em todos os aspectos, de todos os seus esforços por um sistema de saúde mais igualitário, o filme apenas retratou-o como um médico engraçado. Patch Adams ainda criticou o fato de Robin Williams ter ganhado milhões fazendo seu papel e, mesmo assim, não ter doado nem um dólar à causa.

Atualmente, Patch Adams continua lutando para que mais pessoas tenham acesso a serviços de saúde e anualmente promove viagens pelos países para palestrar, consultar e alegrar crianças e adultos.

A equipe do Museu de Imagens buscou as informações para creditar as imagens. Entretanto nada foi encontrado. Caso saibam mais informação a respeito da autoria, entrem em contato.
Referências:
– STOUT, David. “Doctor in a Clown Suit Battles Ills of His Profession”. The New York Timas, 1998.
– MARSH, Jason. “Playing Doctor. University of California, Berkeley, 2008.
Steven Spielberg durante as filmagens de Tubarão (Jaws)

Steven Spielberg durante as filmagens de Tubarão (Jaws)

Steven Spielberg - Tubarão (Jaws)

O jovem diretor Steven Spielberg em um momento de descontração durante as filmagens do filme Tubarão (Jaws) em 1974. As filmagens ocorreram na ilha de Martha Vineyard, Massachusetts, EUA.

Tubarão é um filme de suspense lançado em 1975 que se tornou a maior bilheteria da história da época, recuperando seus custos de produção em apenas duas semanas e ultrapassando em 78 dias O Poderoso Chefão (The Godfather) como o filme de maior bilheteria nos Estados Unidos, sendo superado apenas por Star Wars, lançado dois anos depois.

A repercussão do filme “Tubarão”

No filme, um gigante tubarão branco ataca banhistas na Ilha Amity, uma fictícia cidade turística, o que leva o chefe de polícia local a caçar o animal com a ajuda de um biólogo marinho e um caçador de tubarões profissional. Após a estreia, uma espécie de histeria tomou conta do público, resultando em numerosos incidentes pelos Estados Unidos. Em um deles, uma praia no sul da Califórnia foi totalmente evacuada pelos salva-vidas em decorrência de uma possível presença de tubarões na água. Na verdade, eram golfinhos que se encontravam no local. Em um outro incidente na Flórida, desta vez com um desfecho mais lamentável, um filhote pigmeu de baleia cachalote encalhou e foi espancando até a morte por transeuntes que o confundiram com um tubarão. Após o filme, o interesse pela matança pesca de tubarões aumentou.

Steven Spielberg revelou posteriormente em sua biografia que o ator Robert Duvall o incentivou bastante a produzir o filme. Em troca do apoio, lhe foi oferecido um papel de destaque, mas Duvall recusou. Charlton Heston ficou sendo o mais cotado para assumir o papel de Brody, contudo, não foi escolhido. Spielberg argumentou que, caso tivesse escolhido Heston para o papel principal, o público, que o enxergava como um herói em decorrência de suas atuações anteriores, pensaria que o tubarão-branco não teria a mínima chance contra o protagonista. Indignado, Heston teceu comentários depreciativos sobre Steven Spielberg e jurou nunca mais trabalhar com ele. Mais tarde, recusou a oferta de Spielberg para atuar como General Stilwell em 1941 – Uma Guerra Muito Louca.

O protótipo do tubarão-branco (foto) depois de construído, nunca havia sido testado. O resultado é que uma vez colocado na água, afundou diretamente para o fundo do oceano. Foi necessária uma equipe de mergulhadores para resgatá-lo. Após as conclusões das filmagens, Steven Spielberg afirmou que seu próximo filme seria filmado em terra seca. Acabou sendo parcialmente fiel à sua palavra, vez que seu filme filme seguinte foi Contatos Imediatos do Terceiro Grau.

Capa do filme Tubarão

Poster oficial do filme Tubarão (Jaws) – 1975.

Fonte: IMBD