Aracy de Guimarães Rosa: o “Anjo de Hamburgo”

Aracy Guimarães Rosa, também conhecida como “O Anjo de Hamburgo”, foi esposa de João Guimarães Rosa, diplomata e um dos maiores escritores brasileiros (autor de “Grande Sertão: Veredas”, dentre outras obras).

Aracy de Guimarães Rosa: o “Anjo de Hamburgo”

De 1938 a 1942, durante o auge da perseguição nazista aos judeus pela Alemanha de Adolf Hitler, Aracy, que trabalhava no consulado brasileiro em Hamburgo, corajosamente enfrentou a Circular Secreta número 1.127, implementada por Getúlio Vargas e que restringia a entrada de judeus no Brasil. Sua tática era audaciosa: como despachava costumeiramente com o Cônsul Geral, misturava entre as pilhas de documentos, papéis que concediam vistos para que judeus pudessem fugir da Alemanha (ela omitia qualquer informação que identificasse um requerente judeu e ainda forjava atestados de residência falsos para possibilitar que judeus de todas as partes do país solicitassem visto em Hamburgo).

Aracy Guimarães Rosa é a única brasileira laureada com o título de “Justos Entre as Nações”, a mais alta honraria para “não judeus” que se arriscaram para proteger vítimas do Holocausto. Ela nunca aceitou presentes ou dinheiro pela ajuda que concedeu aos judeus. É uma mulher que representa a sensibilidade, força e brilho das mulheres que espalham o amor por onde passam.

O último judeu de Vinnitsa

O último judeu de Vinnitsa

O último judeu de Vinnitsa

Foto encontrada no bolso de um soldado alemão durante a Segunda Guerra Mundial contendo os seguintes dizeres rabiscados no verso: “Último judeu em Vinnytsia”. Neste dia, 28 mil judeus foram executados.

O mais provável é que uma das fotos mais icônicas da Segunda Guerra Mundial e do Século XX tenha sido tirada em 22 de setembro de 1941, dia em que ocorreu o segundo massacre na cidade de Vinnitsa (Vinnytsia), localizada na Ucrânia.

O massacre dos judeus de Vinnitsa

Os responsáveis pelas execuções foram soldados alemães pertencentes ao Einsatzgruppen – grupos paramilitares formados por Heinrich Himmler e operacionalizados pela Schutzstaffel (SS) – que, entre 1941 e 1945, mataram mais de 1,3 milhão de pessoas em execuções sumárias ao ar livre (sendo a maioria de civis judeus e comunistas). Muitas pessoas questionam a veracidade ou uma possível manipulação da foto em questão, contudo, a imagem não deixa de ser considerada uma das fotos mais icônicas do século XX. O impresso “original” se encontra no United States Holocaust Memorial Museum. De qualquer forma, houve pelo menos duas execuções em massa nos dias 16 e 22 de setembro de 1941 perpetrados contra judeus da cidade de Vinnitsa, na Ucrânia e que de fato, resultaram na morte de cerca de 28 mil judeus.

Várias testemunhas oculares, incluindo alemães, presenciaram os massacres realizados pelo soldados do Einsatzgruppen retratados na narrativa. Apesar da alegação de algumas pessoas de que ocorreram eventuais alterações na foto, não há que se dar margem à nenhum tipo de “revisionismo” ou “negacionismo” do Holocausto, um triste capítulo da história da humanidade que foi amplamente documentado.