por | 01/06/2017 | Frases Famosas, Século XIX
“Que meus inimigos sejam fortes e bravos para que eu não sinta remorso ao derrotá-los.” – Provérbio Sioux, Clã dos Lobos
A Grande Nação Sioux
Os Sioux são grupos de tribos nativas americanas e povos das Primeiras Nações da América do Norte. O termo se refere a qualquer grupo étnico ou dialeto dentro da grande nação que compreende três grandes divisões baseadas na linguagem: Dakota, Lakota e Nakota. Durante sua história, os nativos americanos travaram grandes guerras contra colonos e o exército dos Estados Unidos, destacando-se a Guerra de Dakota de 1862, a Guerra da Nuvem Vermelha (1866-1868), A Grande Guerra Sioux de 1876 e o Massacre de Wounded Knee, ocorrido na Dakota do Sul em 1890, considerada como a última batalha das Guerras Indígenas americanas.
No final do século XIX, o governo americano construiu ferrovias que passavam por faixas de terras indígenas e as companhias ferroviárias contrataram caçadores para exterminar rebanhos de bisões, alimento primário dos índios das planícies. Os Dakotas e Lakotas foram forçados a aceitar a imposição das reservas indígenas pelo governo e adotar uma prática de pecuária de gado e agricultura, abandonando assim, seu estilo de vida tradicional, baseado num estilo de vida nômade e na caça. Atualmente, metade das pessoas com descendência Sioux vivem em reservas espalhadas pelos estados da Dakota do Norte, Dakota do Sul, Minnesota, Montana e Nebraska nos Estados e Manitoba e Saskatchewan, no Canadá.
por karonte | 29/05/2017 | Curiosidades, Imagens Históricas, Século XX
Indígenas das Filipinas são expostos e explorados em um zoológico humano em Coney Island, Nova York, Estados Unidos. 1905.
Zoológico Humano
Os chamados “Zoológicos Humanos” foram bastante populares na Europa e na América do Norte ao longo do século XIX e início do século XX. Também conhecidas como “vilas de negros” ou “exposições etnológicas”, estas exposições ficaram marcadas como exemplos perversos do tipo de olhar que as sociedades ocidentais construíram sobre outros povos e culturas neste período.
Os zoológicos humanos traziam como argumento questionável de sua existência o estudo das diferentes etnias, servindo para justificar teses absurdas, como a que afirmava que o negro africano seria o elo biológico entre o homem branco ocidental e o macaco.
Foto: © Bain News Service / Library of Congress
por karonte | 29/05/2017 | Brasil, Século XX
Em 1989, ocorria uma audiência pública em Altamira, localizada no Pará, para discutir a construção da Usina de Belo Monte-Kararao, localizada no Rio Xingu. Segundo os índios, Belo Monte causaria um grande impacto ambiental. Durante a audiência, percebendo que os gritos dos guerreiros caiapós não eram ouvidos, a índia Tuíra, mulher forte, guerreira e destemida, enfrentou diretamente o presidente da Eletronorte, José Muniz Lopes, colocando a lamina do facão em seu rosto.
O ato da Índia Tuíra que virou história
Falando em sua língua, Tuíra disse que Kararao afogaria os filhos da terra. O episódio foi documentado e amplamente veiculado para o mundo todo. O ato corajoso da índia Tuíra contribuiu para interromper o projeto da usina por 10 anos e mudou a opinião pública a respeito dos impactos ambientais de Belo Monte.
Em uma segunda fotografia, tirada na mesma audiência, a líder indígena ainda exige explicações ao diretor da FUNAI sobre as perseguições que o povo indígena vinha sofrendo na região. Apesar de ter simbolizado toda a luta de seu povo e ter conseguido barrar o projeto, na época, diversos jornais e revistas tentaram veicular a imagem de Tuíra como um ato de hostilidade e violência dos índios contra o “progresso”.
por | 01/04/2015 | Brasil, Curiosidades, Genocídios, Século XX

Na imagem cedida pelo jornalista Edílson Martins, uma maloca é incendiada devido a ataques, segundo alguns relatos. Foto: Edílson Martins.
“Guerrilheiro, Lê com atenção esta “mensagem”
Guarda este panfleto com cuidado
Ele é o teu passaporte para a vida
Estás cercado
Teus momentos estão contados
Vê na operação esboçada que teu fim
Está próximo!
Teus companheiros estão morrendo
Tu mesmo estás ferido
Os soldados brasileiros – teus irmãos
Estão cada vez mais próximos
A aviação te bombardeia sem cessar
Olha a bandeira de teu país
És brasileiro – lembra-te disto
Reflete, pensa bem – o verdadeiro inimigo
Pode estar a teu lado: repudia-o, aprisiona-o, MATA-O
Irmão – rende-te
Teu passaporte: esta mensagem
Tua recompensa: a vida
Teu futuro: perdão. Do comandante do teatro de operações”
(Panfleto lançado sobre o território indígena dos Waimiri-Atroari, imagem reproduzida abaixo)

Panfleto lançado sobre o território indígena dos Waimiri-Atroari. Fonte: Relatório Comitê Estadual da Verdade do Amazonas.
Ao final da Ditadura Militar, foi dado início à contabilização do número de pessoas desaparecidas e mortas em decorrência do regime. Através de relatórios dos Tribunais da Justiça Militar e dos depoimento de sobreviventes, chegou-se a um número que ainda é contestado por muitos.
Isso porque, nesses números não estão contabilizados inúmeros desaparecidos e, em especial, não estão contabilizadas as tribos indígenas que sofreram um processo de extermínio durante o período militar.
Um desses exemplos é o caso do genocídio dos índios Waimiri-Atroari. De acordo com pesquisas recentes promovidas pelo Ministério Público juntamente com a Comissão da Verdade, mais de 2 mil índios foram sumariamente executados durante a construção da BR-174, rodovia que atravessou o território da tribo no estado do Amazonas.

Na imagem cedida pelo jornalista Edílson Martins, uma maloca é incendiada devido a ataques, segundo alguns relatos. Foto: Edílson Martins.
Visando criar um caminho de escoamento para a mineração, o governo militar começou a construção da rodovia ignorando completamente a existência da tribo. Contudo, os índios Waimiri-Atroari, conhecidos como sendo uma das tribos mais fechadas do território nacional, resistiram. Através de metralhadoras e outras armas pesadas, não só a resistência foi contida, mas também mulheres, crianças e idosos foram mortos pelo Exército e jagunços.
De um total de 6 mil indivíduos inicialmente, ao final da década de 1980 restaram somente pouco mais de 300 Waimiri-Atroari. Hoje, os sobreviventes lutam para buscar justiça e reparações pelos parentes mortos e para que sua história jamais seja esquecida. Além dos Waimiri, os Guaranis também sofreram massacres por conta da construção da Hidrelétrica de Itaipu e também buscam reparações.
por | 16/03/2015 | Curiosidades, Idade Moderna, Século XVIII
As máscaras sempre estiveram presentes na história da humanidade. Algumas representavam forças divinas em rituais, outras eram usadas em batalhas, máscaras também foram usadas para a punição e tortura, enfim, esse artefato sempre teve seu papel ao longo da história humana, tanto para o bem, quanto para atitudes violentas e punitivas.
Exatamente por sua importância, aqui listaremos alguns exemplos interessantes de máscaras históricas e seu uso pelos seres humanos.
1) A máscara de Alexander Peden

Foto: © David Monniaux.
Durante muitos anos o reverendo Alexander Peden precisou fugir do governo escocês. Isso porque, em 1663, após a proibição do presbiterianismo pelo rei Charles II, Peden se recusou a parar de pregar.
De forma clandestina, o presbítero pregava em locais secretos até que fora denunciado. Após as denúncias, Alexander precisou fugir para evitar as punições. Para tanto, pensou em uma ideia aparentemente absurda, mas que deu certo na época.
A ideia consistia em esconder seu rosto atrás de uma máscara de couro, com barba avermelhada, uma peruca, dentes de madeira e penas ao redor dos olhos representando cílios. Surpreendentemente, seus seguidores não se intimidaram com a imagem assustadora e continuaram assistindo as pregações de Peden.
Após 10 anos nessa farsa, o governo escocês encontrou o presbítero, banindo Alexander para o continente americano; futuramente Peden morreu na clandestinidade.
2) A máscara usada em escravos

Foto de autor desconhecido.
Essas máscaras eram conhecidas como “dirty eating masks” (tradução não literal: máscaras anti comida suja). Elas surgiram para impedir que os escravos comessem terra, um costume adquirido em solo africano. Era comum que tribos nativas da África tivessem o costume de comer terra por acreditarem nos poderes nutricionais que ela poderia oferecer e visando evitar a subnutrição. Contudo, no mundo ocidental a prática era vista como suja e potencial causadora de doenças.
Assim, visando evitar a perda de “sua propriedade”, os senhores de escravos colocavam essas máscaras para evitar que os escravos ingerissem a terra. Após a abolição oficial da escravidão, a máscara e seu uso desapareceram.
3) Máscaras da vergonha

Foto: © Hermann Historica.
Elas foram utilizadas pelos romanos e também tiveram utilidade no território que hoje compreende a atual Alemanha. Utilizadas como um forma de castigo durante o século XVII e XVIII, as máscaras da vergonha tinham um caráter punitivo para contravenções sociais e morais, como fofocas, palavrões, atos considerados imorais etc.
A ideia era justamente humilhar quem fosse punido com o seu uso. Exatamente por isso, elas tinham um aspecto de deboche, com algumas contendo orelhas de burro, cara de porco, monstros etc. Tudo isso de acordo com a contravenção cometida. Juntamente com seu uso, o “criminoso” ainda era exposto diante da população que vaiava e lançava tomates podres.
4) Máscaras dos índios Hopi

Foto: © James Mooney. “Katsinas of Hopi Powamu Ceremony”, Walpi Pueblo, Arizona, 1893, Bureau of American Ethnology.
Apesar de muita gente encará-las como assustadoras, as máscaras historicamente estiveram muito presentes nos rituais indígenas dos Hopi. Localizados entre o Arizona e o Colorado, os índios nativos Hopi, contração de Hopituh Shinumu que significa “o povo pacifico”, utilizam as máscaras para representar divindades em um ritual conhecido como Kachina.
Dançando ao redor das casas e da fogueira, os índios mascarados representam um antepassado de espírito bom saudando a tribo e trazendo boas “vibrações”. No total, são mais de 300 entidades, cada um contendo uma máscara representativa, criando um verdadeiro ritual antropologicamente magnífico.
Referências: