por | 28/09/2017 | Brasil, Política, Século XX
Bonde virado na praça da República por ocasião da Revolta da Vacina, 1904.
A Revolta da Vacina
Uma das primeiras e mais importantes revoltas populares durante a primeira República, em busca dos direitos da população pobre, a Revolta da Vacina eclodiu em 1904 no Rio de Janeiro. Os insurgentes se revoltaram devido à violência utilizada contra a população para a vacinação forçada durante a operação montada pelo sanitarista Oswaldo Cruz, Diretor Nacional de Saúde Pública, no Rio de Janeiro, capital brasileira na época.
A campanha foi feita a mando do Presidente Rodrigues Alves, como parte de uma série de reformas e projetos de urbanização. A determinação era a de que os agentes sanitários entrassem nas casas das pessoas, desnudassem mulheres e crianças, em sua maioria contra sua vontade, para aplicar a vacina contra a febre amarela e varíola. Na imagem, populares derrubaram um bonde em protesto durante a revolta.
Foto: © Marianno da Silva. Acervo da Fundação Biblioteca Nacional.
Rio de Janeiro, foto publicada na revista da semana de 27 de novembro de 1904.
por | 11/08/2017 | Atualidades, Curiosidades, Século XXI

A Dra. Deborah Persaud anuncia a cura funcional do vírus da AIDS em uma conferência nos EUA em 04.03.2013.
No dia 04 de março de 2013, médicos dos Estados Unidos anunciaram que uma menina de dois anos no Mississippi, que nasceu com o HIV, foi curada depois de receber tratamento com medicamentos convencionais contra o HIV quando tinha apenas 30 horas de idade. A Dra. Deborah Persaud disse que os médicos acreditam que o tratamento muito precoce foi a chave. Sua descoberta pode levar a uma cura para bebês nascidos com HIV, vírus que causa a AIDS.
A cura funcional do vírus da AIDS em um bebê nos EUA
Uma menina soropositiva do Estado do Mississipi não está mais infectada pelo vírus após deixar o tratamento por cerca de um ano. Contudo, há de se levar em consideração circunstâncias especiais no caso da garotinha, como o fato dos médicos terem conseguido atingir o vírus muito cedo e de forma incisiva, o que não é possível em adultos, que descobrem que contraíram pelo HIV meses e até anos depois da contaminação, quando o vírus já está completamente estabelecido. O caso foi apresentado em uma conferência em Atlanta, nos EUA, pela médica Deborah Persaud, virologista do Centro da Criança Johns Hopkins. A criança foi tratada com remédios antirretrovirais 30 horas após seu nascimento, um procedimento que não é o normalmente adotado nesses casos.
O vírus da AIDS apareceu primeiro na África no começo do século 20 e se transformou em um problema de saúde global na década de 1980, matando mais de 25 milhões de pessoas nas últimas três décadas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ainda que a cura não esteja ao alcance de adultos, a descoberta é um avanço para recém nascidos contaminados com o HIV, sendo também uma esperança na redução do número de crianças soropositivas.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), existem mais de 3 milhões de crianças vivendo com vírus da Aids e, caso estudos futuros comprovarem o resultado e indicarem que o método funciona com outros bebês, o tratamento de recém-nascidos infectados em todo o mundo deverá mudar, dizem especialistas.
Referências:
Médicos americanos dizem ter curado bebê infectado com vírus da AIDS. Folha de São Paulo.
Cientistas anunciam possível cura do HIV em criança nos EUA. Jornal do Brasil.
Apesar de avanços, cura do HIV para maioria ‘ainda está longe’. James Gallagher Repórter de Ciência e Saúde, BBC News.
por | 22/06/2017 | Guerras, Museu, Primeira Guerra Mundial, Século XX

Hospital improvisado abriga vítimas da Gripe Espanhola.
A mortal pandemia de gripe, conhecida como Gripe Espanhola e “La Grippe”, foi a mais devastadora epidemia na história mundial.
A Gripe Espanhola
A epidemia de gripe espanhola (janeiro de 1918 – dezembro de 1920) atingiu todos os continentes e infectou cerca de 500 milhões de pessoas, causando cerca de 50 milhões de mortes (algumas fontes citam que o número de fatalidades pode ter atingido 100 milhões). Ao contrário da maior parte dos vírus de gripe, que atacam desproporcionalmente crianças, idosos e pacientes doentes, a estirpe mutante do vírus H1N1 de 1918 matou predominantemente jovens saudáveis com idades entre 20 e 40 anos. Durante a Primeira Guerra Mundial, a imprensa nos Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha era censurada e minimizava os dados sobre a doença, contudo, na Espanha (país neutro no conflito), jornais noticiavam livremente as taxas de mortalidade, fato que criou uma falsa impressão o território espanhol era o mais afetado pela epidemia, que acabou recebendo a alcunha de Gripe Espanhola.
A primeira vítima diagnosticada com a mutação mais agressiva do vírus foi o soldado Albert Gitchell, lotado no campo militar de Fort Riley, Kansas, local de treinamento para tropas americanas que eram enviadas para as frentes de batalha durante a Primeira Guerra Mundial. Em 1999, uma equipe liderada pelo virologista John Oxford, identificou que o hospital de campanha em Étaples, França, teria sido o centro da epidemia de Gripe Espanhola. Os pesquisadores postularam que um significante precursor do vírus, que se hospedava em pássaros, realizou mutação em porcos que eram mantidos perto do front. No Brasil, acredita-se que a o vírus tenha chegado por ocasião do navio inglês Demerara, que havia atracado em Recife e em Salvador em 1918. O grande fluxo migratório que o Brasil recebia também é apontado como um das causas do alastramento da epidemia de gripe.
Fotos da epidemia de gripe

Vítimas da Gripe Espanhola internadas em um hospital de emergência perto de Fort Riley, Kansas, Estados Unidos, 1918. Foto: AP – National Museum of Health.

Regimento motorizado da Cruz-Vermelha de St. Louis durante a pandemia de gripe em 1918. Foto: Universal History Archive/UIG via Getty Images.

Limpadores de rua são inspecionados em Chicago. 1918. Foto: Bettmann/Corbis.

Voluntários da Cruz-Vermelha combatem a epidemia. Apic.

Enfermeiras da Cruz-Vermelha realizam práticas de treinamento. 1918.

Paciente usando máscara “anti-gripe” em 1918. Foto: Topical Press Agency.

Jogadores de Baseball usam máscaras para reduzir o risco de contaminação pelo vírus da Gripe Espanhola em 1918. Foto: Underwood And Underwood/The LIFE Images Collection.

Sessão da Corte de San Francisco, na Califórnia, realizada ao ar livre durante a epidemia de Gripe Influenza A. 1918. Hulton Archive.

Gráfico de mortalidade da doença nos Estados Unidos e países da Europa.
Referências:
Crosby A. America’s forgotten pandemic. Cambridge (UK): Cambridge University Press; 1989.
Johnson NPAS, Mueller J. Updating the accounts: global mortality of the 1918–1920 “Spanish” influenza pandemic. Bull Hist Med. 2002;76:105–15. Pubmed.
The So-Called “Spanish” Flu’.
The 1918 Flu Pandemic: Scenes From a Cataclysm. Time.
The Influenza Pandemic of 1918. Stanford.
por | 01/12/2014 | Arqueologia, Curiosidades, Idade Antiga, Imagens Históricas
Em 2007, uma múmia datada entre 1000 e 600 a.C. foi encontrada com uma prótese, sendo considerada portanto, a prótese mais antiga.
A prótese mais antiga e a medicina no Egito Antigo
Após análises da região amputada, foi possível perceber que houve uma excelente cicatrização. A prótese do dedo, entretanto, foi usada muito mais como um artefato estético do que para fins corretivos, ainda que historiadores acreditassem que ela tenha auxiliado no ato de andar.
A medicina, juntamente com a prática de amputação e utilização de próteses, surgiu pela primeira vez entre os Sumérios e, posteriormente no Egito. Apesar de não deterem grande conhecimento do sistema circulatório e de músculos e tendões no corpo humano, os egípcios tinham um conhecimento avançado a respeito da organização interna dos órgãos e de procedimentos cirúrgicos.
Foi no Egito, ainda, a descoberta de que a prática frequente de banhos era essencial para a manutenção da saúde e diminuição de infecções. Porém eles erraram em outros aspectos, tais como receitar a utilização de excrementos para o tratamento de algumas doenças, como prescrito no papiro “Hearst”. Por conhecerem e terem iniciado as práticas médicas, os egípcios também foram exímios embalsamadores, tendo ficado famosos através das múmias bem preservadas encontradas, principalmente, no Vale dos Reis.
Referência:
PARKINS, Michael D.; J. Szekrenyes. “Pharmacological Practices of Ancient Egypt”. Faculty Of Medicine – The University Of Calgary, 2001.
por | 24/07/2014 | Curiosidades, Imagens Históricas, Século XX

Na foto, tirada em 26 de julho de 1978, Louise Brown entra para a história como o primeiro ‘bebê de proveta’, no Hospital Geral do Distrito de Oldham, Grande Manchester. Foto: Agence France-Presse (AFP)
No dia 25 de julho de 1978, Louise Brown nasceu e abriu as portas para uma nova etapa da medicina: a fertilização in vitro.
Hoje muito utilizada e difundida para casais com problemas de fecundidade, a técnica de fertilização in vitro foi criada por Robert Edwards e pelo ginecologista Patrick Steptoe, falecido em 1988.
O apelido “proveta” é uma alusão a sua criação em laboratório, uma vez que a fecundação ocorre artificialmente pela junção do óvulo com o espermatozoide. Antes da junção, entretanto, há a estimulação para que o ovário expulse diversos óvulos de uma vez. Estes são coletados e colocados juntos aos gametas masculinos em um meio de cultura próprios.
Após essa etapa, é comum que vários pré-embriões sejam formados e implantados no útero feminino. Exatamente por isso, a fertilização in vitro é responsável por cerca de 25% das gravidezes de gêmeos. Os cientistas que criaram a técnica também são responsáveis pela primeira clínica de fecundidade do mundo, criada em Cambridge. A clínica produziu aproximadamente quatro milhões de bebês, o que trouxe novas esperanças para casais que antes não podiam ter filhos.
Após 32 anos do nascimento do primeiro bebê de proveta, Robert Edwards recebeu o Prêmio Nobel da Medicina por esse grande avanço na medicina.