por | 24/12/2013 | Curiosidades, Imagens Históricas, Personalidades, Século XIX, Século XX

As fantasias de antigamente de Papai Noel eram feitas com materiais mais simples e por vezes ganhavam um visual estranho e completamente diferente do atual
Ao longo dos anos o Natal como conhecemos foi se consolidando na sociedade ocidental. Nesse meio tempo as fantasias de Papai Noel evoluíram. De simples roupas e máscaras um tanto quanto assustadoras, hoje o figurino envolve não só trajes mais bem confeccionados, como também uma pessoa que possua as características do Papai Noel comercial: barba e cabelos brancos naturais, porte físico mais cheio, utilização de óculos etc. Esses novos requisitos fizeram com que as fantasias antigas de Papai Noel, consideradas por muitos como macabras, fossem abandonadas e o novo figurino se tornasse ainda mais fiel ao personagem.
Veja abaixo como eram as fantasias antigas de Papai Noel entre os séculos XIX e século XX:

Pelo fato das fantasias antigas de papai noel serem mais simples, muitas acompanhavam máscaras de borrachas de baixa qualidade, criando um visual que atualmente parece estranho.

Fantasia antiga possivelmente da primeira metade do século XX

Imagem possivelmente dos primórdios da Disney

Imagem do início do século XX

Imagem da metade do século XX

A partir dos anos 80 do século XX percebe-se já uma mudança nas fantasias de papai noel.

Fantasia da primeira metade do século XX


Fantasia entre o final do século XIX e início do século XX


Fantasia do século XIX

Fantasia datada entre o final do século XIX e início do século XX

Essa imagem possivelmente foi tirada entre os anos 30 e 40 do século XX
por | 24/12/2013 | Batalhas Históricas, Curiosidades, Guerras, Primeira Guerra Mundial, Século XX

Sinal da paz: os soldados rivais jogam futebol na “Terra de Ninguém” durante a Trégua de Natal. Foto: Imperial War Museum
A trégua de natal foi um episódio curioso da Primeira Guerra Mundial e um marco na história. Durante os últimos dias de dezembro na região de Ypres, Bélgica, soldados alemães decoraram suas trincheiras com velas e enfeitaram algumas árvores o Natal.

Soldados alemães comemorando o Natal em uma trincheira durante a Primeira Guerra Mundial.
Começaram, então, a cantar canções natalinas alemãs. Observando o que se passava nas trincheiras inimigas, os soldados ingleses começaram a cantar suas próprias canções. Nesse momento, ambos os lados passaram a saudar um ao outro; era véspera de Natal e, por 6 dias, a guerra cessou e a paz reinou.

Soldados comendo uma refeição para celebrar o dia de Natal em uma trincheira parcialmente ocupada pelo túmulo de um companheiro.
De forma não oficial, soldados inimigos fizeram uma trégua em meio às batalhas e promoveram o cessar fogo para celebrarem juntos aquela data festiva, trocando presentes, cantando canções natalinas e até jogando partidas de futebol na “terra de ninguém”. O episódio da Trégua de Natal nunca mais se repetiu após aquele dezembro de 1914, tornando-se quase um mito e, de fato, um marco histórico.
A equipe do Museu de Imagens buscou as informações para creditar as imagens. Entretanto nada foi encontrado. Caso saibam mais informação a respeito da autoria, entrem em contato.
por | 24/12/2013 | Curiosidades, Idade Média, Idade Moderna, Personalidades, Século XIX, Século XX
Ilustração de Haddon Sundblom para a campanha publicitária de 1930 da Coca Cola.
Também conhecido como Nikolaus, Papá Noel, Santa Claus, Pai Natal e aqui, no Brasil, como “Papai Noel”, a história do Papai Noel pode ter sido baseada, de acordo com alguns historiadores e folcloristas, no arcebispo turco São Nicolau Taumaturgo da cidade de Mira — província bizantina da Anatólia, na Turquia.
São Nicolau viveu no século IV e conta a história que o religioso ajudava pessoas pobres colocando moedas de ouro nas chaminés de suas casas. Posteriormente santificaram Nicolau Taumaturgo em decorrência de alguns milagres terem sido atribuídos a ele. Acredita-se que paralelamente à cristianização da Europa, principalmente dos germanos, São Nicolau pode também ter absorvido elementos da mitologia nórdica, como a longa barba branca de Odin, líder do panteão Viking.

A obra de arte “Oden som vandringsman” pelo pintor sueco Georg von Rosen.
Em um poema de 1822, chamado “Uma visita de São Nicolau”, Clemente Clark Moore — professor de literatura grega de Nova Iorque — ajudou a consolidar a lenda do velhinho que visitava as casas entregando presentes na noite de Natal. O poema também abordava a versão do Papai Noel que seria popularizada e permaneceria na atualidade do mundo Ocidental: as viagens pelo mundo através de um trenó puxado por 9 renas e as entradas pelas chaminés.
Moore incorporou várias tradições e culturas em seu poema. Uma delas vinha da Finlândia, em que São Nicolau descia a chaminé para entregar presentes. A explicação, segundo historiadores, estava no fato de que os antigos lapões viviam em tendas cuja entrada se dava por um buraco no “telhado”.
Originalmente a figura do bom velhinho era retratada com os trajes do arcebispo São Nicolau Taumaturgo. Posteriormente, no decorrer do século XIX, a imagem de São Nicolau passou a ser apresentada com seus trajes originais: a mitra episcopal.
Ele também era representado — na Alemanha, em especial — utilizando roupas verdes e em algumas ocasiões os trajes canônicos. É proveniente também do país germânico a lenda de que enquanto Nicolau presenteava as crianças que tiveram bom comportamento durante o ano, o demônio Krampus, uma espécie de “anti-Noel”, o acompanhava punindo aqueles que se comportaram mal.
Porém, somente no final do século XIX que Papai Noel ganharia a imagem que tem hoje: alegre, muitas vezes utilizando óculos, carregando uma sacola imensa de presentes, rechonchudo, bochechas bem vermelhas, barba e cabelos brancos, casaco vermelho, bota preta, etc..
No ano de 1886, em uma edição especial de Natal da revista “Harper’s Weeklys”, o cartunista alemão Thomas Nast daria nova roupagem à lenda, agora baseada no Sinterklaas — o Papai Noel do folclore holandês — que utilizava uma longa capa vermelha.

Ilustração mais famosa de Thomas Nast, “Merry Old Santa Claus”, 1881.
Essa nova apresentação seria eternizada e difundida pela Coca Cola em 1930, quando Haddon Sundblom realizou uma grande campanha publicitária com o Papai Noel vestindo trajes vermelhos, convenientemente a cor do rótulo da Coca Cola. Foi um excelente golpe de marketing, pois a empresa perdia vendas durante o inverno e o novo Papai Noel, agora mais popular e alegre, fez um sucesso estrondoso em todo o mundo.

Ilustração de Haddon Sundblom para a campanha publicitária de 1930 da Coca Cola.

Voluntário do Exército da Salvação pedindo donativos às famílias carentes em 1902. Foto: Chicago Daily News / Library of Congress. ID: DN-0001069, Chicago Daily News negatives collection / Chicago Historical Society.
Por fim, a imagem de personagem benevolente foi criada com sua associação à filantropia e à caridade, principalmente quando voluntários do Exército da Salvação se vestiram de Noel na angariação de fundos em ajuda às famílias carentes no início do século XX.
Referências:
– RESTAD, Penne L. “Christmas in America: A history”. Oxford University Press, 1995.
– B. K. Swartz, Jr. “The Origin of American Christmas Myth and Customs”. Ball State University.
– “Nast, Thomas: “Merry Old Santa Claus”. Encyclopedia Britannica, 2013.
por | 12/09/2013 | Curiosidades, Idade Média, Idade Moderna, Século XIX, Século XX

A famosa foto com Krampus, supostamente retirada da Deep Web.
A imagem acima surgiu na internet há alguns anos sendo dita como proveniente da Deep Web — a parte da internet cujos sites não são indexados pelos buscadores convencionais — e poucos conhecem sua história real. Muitas pessoas acreditam que a foto tenha sido encontrada em um fórum de pedofilia, outros afirmavam ser a imagem de uma seita ou algo relacionado. O fato é que, na verdade, a foto é proveniente do álbum da banda de black metal Hell Horse e representa uma antiga lenda alemã da criatura bestial Krampus, o anti-noel.
Krampus, o anti-noel
O natal, antes de ser utilizado pela Igreja Católica como uma data cristã, era uma tradição pagã e, como tal, encontrava-se também dentro das tradições germânicas. Nesse sentido, Krampus é tido como uma criatura demoníaca do folclore alemão que, segundo a lenda, apareceria na época do natal pré-cristão para punir as crianças desobedientes. Ao contrário de São Nicolau, que presenteava as crianças boas e obedientes, Krampus era um anti-noel e capturava as crianças más, levando-as para longe de suas casas. Na tradição germânica atual, o demônio aparece com a enorme língua para fora, carregando correntes e um ramo de graveto nas mãos. Na foto da banda HellHorse, é possível notar que uma das pessoas fantasiadas carrega os mesmos objetos, assim como a representação lendária de Krampus.
É importante salientar que em algumas versões do folclore, a criatura bestial tem ajuda de outros demônios na captura de crianças desobedientes e, dessa forma, a fotografia que acompanha o disco da banda supracitada faz jus à lenda do anti-noel. Ainda que tenha raízes no folclore nórdico, Krampus aparece em diversos outros países e regiões da Europa como na Áustria, Hungria, Eslovênia, Eslováquia, Croácia e outros, sempre na semana do natal.
Mesmo após a cristianização de algumas crenças consideradas pagãs pela Igreja Católica, o Krampus continuou fazendo parte das lendas germânicas e por volta do século XVII foi incorporado nas celebrações cristãs de parte da Europa, ao lado de S. Nicolau. Ainda assim, a figura demoníaca foi questionada a respeito de ser ou não apropriada para as crianças. Por várias vezes, durante o século XX, Krampus foi abandonado das tradições e novamente incorporado, até que no final do século se consolidou nas celebrações populares e permanece atualmente.

St. Nicolau e o demônio Krampus em uma casa na Áustria. Desenho de um jornal de 1896.

Os castigos da criatura bestial Krampus
O Natal e os festivais pagãos
Por muito tempo as outras crenças relutaram em abandonar suas práticas diante do Cristianismo. Assim, os missionários e padres cristãos aceitaram, visando converter os seguidores de outros credos, incorporar alguns festivais considerados pagãos. Apenas no século IV, por exemplo, que a data 25 de dezembro foi fixada pela Igreja como aniversário de Jesus e chamada de Natal, que tem suas raízes em alguns ritos, como a Festa do Solstício de Inverno, o Festival Escandinavo do Yule, de onde origina-se a lenda de Krampus; e as Saturnais Romanas.
Das Saturnais Romanas, por exemplo, a Igreja Católica sancionou parte do ritual no que diz respeito à troca de presentes e ao grande banquete dado na noite de 25 de dezembro. Era prática romana, durante o mês de dezembro (segundo calendário atual), os cidadãos romanos trocarem de papel com seus escravos que presidiam um grande banquete, com o amo os servindo-os com todas as honras.
O Cristianismo não sancionou completamente tal prática, pois após o banquete, os escravos eram conduzidos ao anfiteatro e executados. Já a árvore de Natal e as velas pertencem à tradição escandinava, em que ambos eram símbolos da luz e do fogo que aliviava os homens do frio e das trevas do inverno nórdico. A figura do papai Noel também é uma mistura de um Deus escandinavo, o Lord da Confusão, com trajes vermelhos, e de S. Nicolau, o santo patrono das crianças.
Referências:
Goat-Headed Christmas Cheer: Run, Kris Kringle, Krampus Is Coming!”. Der Spiegel, 2011.
ZAWADIL, Alexandra.”Santa’s evil sidekick? Who knew?“. Reuters. 2006.