Césio-137: o maior acidente radiológico brasileiro

Foto do acidente radiológico de Goiânia com Césio 137, 1987. Foto: Luiz Novaes

O acidente radiológico brasileiro em Goiânia (Césio-137) é considerado o mais grave na história do Brasil pela Escala Internacional de Acidentes Nucleares.

13/09/2013
Retirando material radioativo

Foto do acidente radiológico de Goiânia com Césio 137, 1987. Foto: Luiz Novaes

A população mundial mal havia se recuperado de Chernobyl (1986), algo nunca antes visto na história da humanidade, quando no dia 13 de setembro de 1987, em Goiânia, houve um acidente radiológico de proporções consideráveis, ficando conhecido como o acidente com o Césio-137.

O Acidente Radiológico em Goiânia (Césio-137)

A contaminação se deu após um catador de sucatas ter encontrado um aparelho utilizado em radioterapias nas instalações de um hospital abandonado. Confundido com sucata, o aparelho foi levado para o ferro velho local, onde foi desmontado e repassado para terceiros. Quando a cápsula do césio foi aberta, as pessoas ficaram maravilhadas com a cor azul fluorescente e começaram a colocar as mãos. Todos que tiveram contato com o material radioativo tiveram a saúde seriamente afetada ou morreram horas depois. Leide das Neves Ferreira, sobrinha do dono do ferro velho de apenas 6 anos, se tornou símbolo do acidente. Quando a cápsula foi aberta, a menina brincou com o pó brilhante, passou pelo corpo e ainda ingeriu uma parcela daquela substância fluorescente extremamente mortal.

Apenas no dia 29 de setembro as pessoas foram levadas para o hospital. Os sintomas apresentados pelos contaminados intrigava a todos os médicos, até que um físico que fazia experimentos com um aparelho medidor de radioatividade constatou que os níveis de radiação estavam extremamente elevados. Mais de 100 mil pessoas foram monitoradas durante semanas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) no Estádio Olímpico de Goiânia e em mais de 200 delas, foram encontrados traços do Césio-137. Na Escala Internacional de Acidentes Nucleares, o acidente de Goiânia ficou classificado como nível 5, sendo considerado o mais grave na história do Brasil.

Enterro de Leide das Neves

O caixão de chumbo de Leide.

Referências:
A história do Acidente Radioativo em Goiânia. Secretaria de Estado da Saúde, 2013.
Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN (1988): Relatório do Acidente Radiológico em Goiânia.
da Cruz AD (1997): Monitoring the Genetic Health of Humans Accidentally Exposed to Ionizing Radiation of Cesium-137 in Goiânia (Brasil).
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