A extinção dos tilacinos, os tigres da Tasmânia

Museu de Imagens

Após o incentivo à caça predatória, os tilacinos começaram a desaparecer; até que em 1936 o último é morto, decretando oficialmente a extinção do animal.

ATUALIZADO EM 14/07/2014
Três anos depois dessa foto ser tirada, esse último indivíduo morreria, decretando a extinção dos Tilacinos.

O último tilacino conhecido fotografado em Beaumaris Zoo, em 1933. Fotógrafo desconhecido

Os últimos de sua espécie já haviam sido extintos na Austrália devido a doenças e erosões em seu habitat, quando foram acusados de atacar bandos de ovelhas em fazendas da Tasmânia. A partir de então, se tornaram alvos de caças predatórias incentivadas pelo governo tasmaniano. Finalmente, no início da década de 1930, o último tilacino selvagem é morto a tiros; anos depois, o último exemplar morreria em cativeiro, decretando, por fim, a extinção definitiva do tigre da Tasmânia no mundo.

O Tilacino era o maior marsupial de hábitos noturnos da Austrália, Tasmânia e Nova Guiné. Parecendo uma mistura entre uma hiena e um pequeno tigre, o animal era conhecido como “tigre da Tasmânia”. Alguns fatores influenciaram em sua extinção na Austrália, entre os quais estavam as doenças, introdução de cães em seus habitats naturais, invasão humana etc.

Após ter desaparecido definitivamente na Austrália, o Tigre da Tasmânia manteve uma pequena população concentrada na Tasmânia. Também conhecido por sua ferocidade e caça aos animais de fazendas na região, o animal foi oficialmente exterminado no início do século XX, após o governo tasmaniano incentivar a caça ao animal por meio de regimes de recompensas na tentativa de controlar a população desses marsupiais.

Entre 1820 e 1909, a caça ao Tigre da Tasmânia teve seu auge

Icônica foto de um Tilacino morto no período de caça incentivada pelo governo da Tasmânia, 1869. Foto de Victor Prout.

Entre os anos de 1830 e 1909, a Land Company de Van Diemen criou prêmios por cabeça de tilacinos mortos, como 10 shillings por filhotes abatidos. Juntamente a esses esforços do governo em controlar a população, com a caça predatória e de vingança dos fazendeiros, o habitat natural dos tigres marsupiais foi sofrendo erosão gradativa, com a extinção simultânea de espécies que historicamente faziam parte de seus hábitos alimentares. Dessa forma, ao final de 1920, o tilacino tornou-se extremamente raro na natureza. Entretanto, apenas em 1928 foi ordenada a construção de uma reserva natural de proteção ao animal por um Comitê Consultivo de Fauna Nativa na Tasmânia.

Tigre da Tasmânia fotografado roubando galinhas em uma gaiola. Foto: Henry Burrell, 1921.

Ainda que o governo tasmaniano começasse a promover esforços em preservar o tilacino, dois anos depois o último espécime selvagem foi morto pelas balas de Wilf Batty, um agricultor de Mawbanna. Os últimos tilacinos vivos ficaram restritos àqueles em cativeiros. Finalmente em 7 de setembro de 1936, o último espécime vivo morreu em um zoológico. Atualmente o tilacino é candidato à clonagem e estudo em projetos de ciência molecular. Além disso, anualmente diversos relatos de avistamentos de supostos exemplares selvagens são registrados, porém nenhum fora confirmado.

Quando o governo da Tasmânia suspendeu o incentivo às caças já era tarde, faltava pouco tempo para o animal ser extinto definitivamente.

Wilfred Batty, agricultor de Mawbanna, posa com o último tigre da Tasmânia selvagem. Ele atirou no animal em maio de 1930, depois que foi descoberto roubando galinhas em sua propriedade. Foto de autor desconhecido.

Referências:
– VANGELOVA, Luba. “True or False? Extinction Is Forever”. Smithsonian Magazine.
“Is there a fossil Thylacine?”. Australian Museum. 1999.
“Threatened Species: Thylacine – Tasmanian tiger, Thylacinus cynocephalus”. Parks and Wildlife Service, Tasmania. 2003.