O dever de honra: menino japonês carregando o irmão morto

Museu de Imagens

A icônica foto do menino japonês carregando o irmão morto em 1945 sintetizou o espírito de derrota e frangalho social da nação japonesa ao fim da II Guerra.

17/05/2015

O dever de honra: menino japonês leva o corpo do irmão mais novo para cremação, 1945. Foto: Joe O’Donnell

A foto icônica do menino japonês carregando o irmão morto foi tirada por Joe O’Donnell em Nagasaki. Joe fora enviado pelo exército dos Estados Unidos para documentar os estragos causados pelos ataques aéreos com as bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, no mês de agosto de 1945.

Durante meses o fotógrafo viajou pelos vilarejos e cidades japonesas narrando a devastação junto à população. O relato incluiu uma vasta documentação escrita e por negativos a respeito dos efeitos da radioatividade, dos ferimentos que foram causados, quantidade de mortos, órfãos etc.

Em um dos negativos de sua máquina fotográfica se encontrava a poderosa foto de um menino com semblante sério, cumprindo seu dever de honra. A jovem criança, que devia ter menos de 10 anos de idade, carregava nas costas o irmão mais novo morto em decorrência dos ataques atômicos.

Nas palavras de Joe O’Donnell:

Os homens com máscaras brancas se aproximaram dele e calmamente começaram a tirar a corda que segurava o bebê. Foi quando eu vi que o bebê já estava morto. Os homens o colocaram sobre o fogo e o menino permaneceu ali sem se mover em linha reta, observando as chamas. Ele estava mordendo o lábio inferior com tanta força que brilhou com sangue. A chama queimou baixo como o sol vai para baixo. O menino virou-se e caminhou em silêncio para longe”.

Por fim, o fotógrafo concluiu que a foto sintetizou o espírito de uma nação derrotada e em frangalhos socialmente.

Para ler mais sobre as bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, acesse A Rosa de Hiroshima e Yoshito Matsushige: o fotógrafo que registrou a dor de Hiroshima.

Referências:
– MARTIN, Douglas. “Joe O’Donnell, 85, Dies; Long a Leading Photographer“. The New York Times.
Foto tirada do retrato icônico do menino japonês em um museu da bomba atômica em Nagasaki
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