por | 24/12/2013 | Batalhas Históricas, Curiosidades, Guerras, Primeira Guerra Mundial, Século XX

Sinal da paz: os soldados rivais jogam futebol na “Terra de Ninguém” durante a Trégua de Natal. Foto: Imperial War Museum
A trégua de natal foi um episódio curioso da Primeira Guerra Mundial e um marco na história. Durante os últimos dias de dezembro na região de Ypres, Bélgica, soldados alemães decoraram suas trincheiras com velas e enfeitaram algumas árvores o Natal.

Soldados alemães comemorando o Natal em uma trincheira durante a Primeira Guerra Mundial.
Começaram, então, a cantar canções natalinas alemãs. Observando o que se passava nas trincheiras inimigas, os soldados ingleses começaram a cantar suas próprias canções. Nesse momento, ambos os lados passaram a saudar um ao outro; era véspera de Natal e, por 6 dias, a guerra cessou e a paz reinou.

Soldados comendo uma refeição para celebrar o dia de Natal em uma trincheira parcialmente ocupada pelo túmulo de um companheiro.
De forma não oficial, soldados inimigos fizeram uma trégua em meio às batalhas e promoveram o cessar fogo para celebrarem juntos aquela data festiva, trocando presentes, cantando canções natalinas e até jogando partidas de futebol na “terra de ninguém”. O episódio da Trégua de Natal nunca mais se repetiu após aquele dezembro de 1914, tornando-se quase um mito e, de fato, um marco histórico.
A equipe do Museu de Imagens buscou as informações para creditar as imagens. Entretanto nada foi encontrado. Caso saibam mais informação a respeito da autoria, entrem em contato.
por | 18/12/2013 | Curiosidades, Personalidades, Século XX

Leonid durante a cirurgia que lhe rendeu fama histórica. Foto: British Medical Journal (BMJ)
No dia 29 de abril de 1961, Leonid Rogozov, recém-empossado médico da 6° expedição soviética na Antártida, começou a apresentar alguns sintomas preocupantes: náuseas, febre alta, fraqueza e dor na região ilíaca direita. A princípio ninguém imaginou a origem da enfermidade, mas esse episódio faria Leonid entrar para a História como o homem que operou a si mesmo.
Médico jovem, com 27 anos, Leonid Ivanivich Rogozov estava se especializando em medicina de família e comunidade entre as décadas de 1950 e 1960. Durante sua residência médica em 1960, o estudante, ainda que próximo de se tornar médico, foi enviado para a Antártica como médico da 6ª expedição soviética baseada na estação Novolazarevskaya. Pouco tempo após o início das suas atividades, Leonid começou a sentir um forte mal-estar.

Foto: British Medical Journal (BMJ)
No dia seguinte aos primeiros sintomas, Leonid Rogozov percebeu aumento de sua febre. Um agravante: ele era o único médico da expedição composta por 13 pessoas. A solução foi realizar um autodiagnóstico: o médico presumiu que a enfermidade se tratasse de apendicite aguda, o que exigiria rápida intervenção cirúrgica. Sem hospital ou médicos nas proximidades e sabendo das péssimas condições de voo, Leonid Rogozov se encontrava sozinho e por si próprio.
Sabendo dos riscos, tomou a decisão de realizar uma intervenção cirúrgica de urgência em si mesmo. Na noite do dia 30 de abril de 1961, auxiliado por um meteorologista e um engenheiro mecânico, o cirurgião aplicou uma anestesia local e iniciou a incisão de 12 centímetros na região ilíaca direita; tudo isso com a ajuda de um espelho. Após alguns minutos o médico desmaiou e por causa disso foram necessárias várias pausas durante o procedimento. Mesmo em dificuldade, Leonid Rogozov conseguiu identificar e remover o apêndice inflamado. A intervenção durou quase duas horas e foi considerada um sucesso. Nos dias seguintes, a temperatura voltou ao normal e os pontos foram retirados.
A autocirurgia foi um feito tão impressionante que capturou a imaginação do público soviético da época. Em 1961 ele ainda foi agraciado com o prêmio da Ordem da Bandeira Vermelha do Trabalho.
Referência:
– L.I. Rogozov.”Self-operation“. Soviet Antarctic Expedition Information Bulletin, 1964.
por | 12/12/2013 | Batalhas Históricas, Guerras, Personalidades, Século XX, Segunda Guerra Mundial

O navio alemão Admiral Hipper ataca o navio britânico HMS Glowworm, que se incendeia no Mar da Noruega. Foto tirada a bordo do Admiral Hipper.
Na manhã do dia 8 de abril de 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, o navio de guerra britânico HMS Glowworm, liderado pelo Tenente-Comandante Gerard Roope, estava em seu caminho para reagrupar-se com a esquadra Aliada, quando sob a névoa do Mar da Noruega, avistou e atacou os destróieres alemães Z11 Bernd von Arnim e Z18 Hans Lüdemann. O ataque avariou uma das embarcações alemãs, fazendo com que as mesmas sinalizassem ajuda e recuassem para o norte.
O prosseguimento da batalha entre o HMS Glowworm e o Admiral Hipper
Dando prosseguimento a perseguição, o HMS Glowworm, navio de 1.345 toneladas, se deparou com o cruzador pesado alemão Admiral Hipper, que pesava 14.000 toneladas e era três vezes maior em tamanho, além de ser mais fortemente armado. Sem hesitar, o HMS Glowworm abriu fogo contra o navio alemão, conseguindo avaria-lo parcialmente. Já no final da dramática batalha, antes de ser golpeado fatalmente e afundado, o navio da Marinha Real se chocou contra a lateral do Admiral Hipper, fazendo com que um marinheiro alemão fosse derrubado no mar durante a colisão. Dos 149 tripulantes do HMS Glowworm, apenas um oficial e 30 marinheiros sobreviveram a batalha naval e ficaram à deriva no mar. Mesmo correndo o risco de ficar exposto a ataques de possíveis navios Aliados próximos, o capitão do Admiral Hipper, Hellmuth Heye, ordenou que todos os sobreviventes fossem resgatados.
O tenente-comandante Gerard Roope foi visto ajudando os sobreviventes a colocarem seus coletes salva-vidas, contudo, durante o resgate, Roope não conseguiu segurar uma corda lançada do Hipper e morreu afogado. Todos os sobreviventes levados a bordo foram recebidos como iguais pelos alemães e os feridos britânicos receberam o mesmo tratamento dispensado aos feridos alemães. Heye ainda foi ao encontro dos sobreviventes e enalteceu a bravura demonstrada em combate pelos marinheiros britânicos.

Tripulação do HMS Glowworm se agarra aos destroços do navio após a batalha com o cruzador pesado alemão Admiral Hipper. Esta fotografia foi tirada através de um dos pontos de observação de armas do Almirante Hipper.

Cordas são lançadas do Admiral Hipper para resgatar os sobreviventes do HMS Glowworm.

Sobrevientes ingleses são conduzidos a bordo do Admiral Hipper depois da batalha.
O capitão alemão Helmut Heye ainda escreveu às autoridades britânicas por meio da Cruz Vermelha, recomendando a atribuição da Cruz Vitória (Victory Cross) ao tenente Gerard Roope, pela coragem do seu oponente ao enfrentar um navio de guerra muito superior. Foi a única vez na história em que a Victory Cross foi recomendada por um inimigo.

À esquerda, Gerard Roope, tenente-comandante do HMS Glowworw, e à direita, Hellmuth Heye, capitão do Admiral Hipper.
Rope foi a primeira pessoa a ser condecorada com a Cruz Vitoria na Segunda Guerra Mundial. O prêmio foi concedido postumamente em Londres no dia 10 de julho de 1945, sendo entregue em 12 de fevereiro de 1946, em uma cerimônia realizada no Palácio de Buckingham, ocasião em que o Rei George VI entregou a medalha a viúva de Roope, que estava acompanhada de seu filho, Michael, que na época servia como cadete da Marinha Real.
Hellmuth Heye continuou combatendo na Segunda Guerra Mundial, e dentre várias outras honras militares, recebeu no dia 18 de janeiro de 1941, a Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro, a mais alta condecoração concedida pela Alemanha para reconhecer atos a bravura em combate ou lideranças bem-sucedidas e decisivas. Ainda em 1941, Heye foi promovido a vice-almirante e em 1942 comandou as forças navais alemães no Mar Negro. No final dos conflitos, comandou frotas de pequenas embarcações. Hellmuth Heye sobreviveu a guerra e faleceu no dia 10 de novembro de 1970, aos 75 anos.
por | 05/12/2013 | Esportes, Política, Século XX, Terrorismo

Membro da organização Setembro Negro aparece na sacada da Vila Olímpica horas depois do início do Massacre de Munique. A tragédia foi acompanhada pela televisão por mais de 900 milhões de pessoas no mundo inteiro.
Membro da organização Setembro Negro aparece na sacada da Vila Olímpica horas depois do início do Massacre de Munique. A tragédia foi acompanhada pela televisão por mais de 900 milhões de pessoas no mundo inteiro.
O Massacre durante as Olimpíadas de Munique
No dia 5 de setembro de 1972, durante os Jogos Olímpicos de Munique, oito membros da organização Setembro Negro entraram sem maiores dificuldades na Vila Olímpica e, armados de fuzis e granadas e se passando por também atletas olímpicos, invadiram os alojamentos e foram até os dormitórios destinos à delegação de Israel, assassinando logo na primeira investida, Moshe Weinberg, treinador do time de luta, e Joe Romano, campeão de levantamento de peso, além de manterem nove membros da delegação israelense como reféns. Horas depois, os terroristas exigiram um avião para levar o grupo e os reféns a capital do Egito, Cairo. Prontamente foi elaborada uma desastrosa operação militar que visava eliminar os terroristas num aeroporto próximo de Munique, o Fürstenfeldbruck.
A tentativa frustrada de libertação dos reféns levou à morte de todos os sete atletas sobreviventes (somando-se aos outros dois que já estavam mortos quando da invasão do apartamento na Vila Olímpica), além de mais cinco terroristas e um agente da polícia alemã. Três terroristas sobreviveram ao ataque e foram presos. Como se constatou posteriormente, as forças policiais alemãs estavam mal preparadas e a situação fugiu do controle.

O resultado desastroso da tentativa de resgate no aeroporto de Fürstenfeldbruck, próximo a Munique. Todos os atletas israelenses foram mortos, além de outros 5 terroristas e um soldado alemão. Foto: AFP
Consequências do atentado
Ainda em 1972, em decorrência do massacre, Israel retaliou bombardeando mais de dez bases da OLP localizadas na Síria e no Líbano. A vingança de Israel continuou assim que a Mossad (serviço de inteligência israelense) foi autorizada pela primeira-ministra israelense Golda Meir a empreender uma impiedosa caçada aos mentores e apoiadores do atentado de Munique. A operação ficou conhecida como “Ira de Deus” e se estendeu por mais de 20 anos, tendo como alvo dezenas de membros do grupo Setembro Negro e da Organização Para a Libertação da Palestina (OLP).
Embora os atos de terror palestino contra Israel não fossem novidade na época, nenhum teve o efeito dramático deste, perpetrado contra atletas olímpicos de alto nível e com cobertura ao vivo de toda a imprensa mundial. Como consequência do embaraçoso desfecho, o governo alemão criou a famosa unidade policial contra-terrorista, o GSG-9, que se transformou em exemplo mundial no combate ao terrorismo. Após Munique, todos os eventos esportivos passaram a contar com um rigoroso esquema de segurança.
Adaptação para o cinema
No ano de 2007 foi lançado Munique, filme baseado nos fatos que sucederam o massacre de 1972. Um detalhe curioso do filme é que Guri Weinberg interpreta o seu próprio pai, Moshe Weinberg. Moshe era o treinador da equipe de luta livre israelense e foi a primeira vítima assassinada pelos terroristas, logo na investida à Vila Olímpica.

Fotos dos 11 membros da delegação israelenses mortos nos atentados de Munique. Moshe Weinberg, Jakov Springer, Eliezer Halfin, Amitzur Shapira, Mark Slavin, Kehat Shorr, Joseph Gottfreund, André Spitzer, David Berger, Zeev Friedman e Joseph Romano.
por karonte | 29/11/2013 | Artigos, Genocídios, Guerras, Religião, Século XX
O Massacre de Srebrenica é considerado por várias autoridades ocidentais e grupos de Direitos Humanos como o pior crime de guerra ocorrido na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, vez que o número de vítimas civis é superior 8.000 pessoas, a maioria de homens e meninos bósnios muçulmanos.
O Massacre
Na tarde de 10 de julho de 1995, soldados do exército sérvio da Bósnia iniciaram um ataque a Srebrenica, “cidade refúgio” criada pela Organização das Nações Unidas. Um oficial da ONU no local enviou uma mensagem desesperada a sede da ONU em Genebra:
“Urgente! Urgente! Urgente! O Exército Sérvio da Bósnia está entrando na cidade de Srebrenica. Será que alguém pode parar isso imediatamente e salvar essas pessoas? Milhares deles (soldados) estão se reunindo ao redor do hospital. Por favor, ajudem.”
Ninguém impediu. De forma fria e metódica, os homens muçulmanos foram levados aos milhares em caminhões para locais perto do rio Drina, onde foram alinhados em fileiras de quatro pessoas e fuzilados com apenas um único tiro. O Massacre de Srebrenica colocou em xeque na época a atuação nos Balcãs, tanto da ONU, quanto dos Estados Unidos e da OTAN (Aliança Militar do Tratado do Atlântico Norte). O genocídio foi realizado em um território sob proteção internacional, sendo considerado por muitas autoridades como o ponto baixo da política ocidental dos Balcãs.
O ataque sérvio a Srebrenica e a inércia das autoridades
O coronel Ton Karremans, comandante das forças de paz holandesas, alertou os altos funcionários das Nações Unidas, no mês anterior, que haviam sinais claros de que os sérvios estavam preparando um ataque. Durante semanas, o exército sérvio intensificou o cerco sobre a cidade. A força de paz já estava enfraquecida e havia sofrido saques em carregamentos de suprimentos e munições. No dia 6 de julho, os bósnios sérvios bombardearam uma aldeia ao sul de Srebrenica e reforçaram suas posições na região. No dia 7 de julho, os holandeses requisitaram um bombardeio com aviões da OTAN em posições de ataque sérvias, com o intuito de frear a ofensiva, contudo, a ONU rejeitou o pedido e considerou que tal ataque se tratava apenas de uma sondagem. Da mesma forma, não queria prejudicar os esforços de paz de Carl Bildt, negociador europeu que acabara de chegar na região.
No dia 9 de julho, o general Herve Gobillard enviou um fax ao general sérvio Ratko Mladić alertando sobre as graves consequências que o exército sérvio enfrentaria caso não cessasse o ataque contra a área de segurança. Foi totalmente ignorado. Na manhã seguinte, 10 de julho, um único tanque e cerca de 100 soldados de infantaria sérvios aproximaram-se do bloqueio holandês, sendo rechaçados sob uma chuva de metralhadores calibre .50. Novamente, as forças de paz holandeses deram um ultimato a Mladić e solicitaram um ataque aéreo ao alto comando, ambos sem êxito.
No dia 11 de julho, milhares de soldados de infantaria sérvios flanquearam os veículos blindados holandeses e entraram na cidade. O ataque aéreo enfim foi autorizado pela ONU, mas era tarde demais. Quatro aviões, dois holandeses e dois americanos, atacaram tanques sérvios, conseguindo danificar um deles. Prontamente, Mladić ameaçou matar 32 soldados de paz holandeses reféns caso o bombardeio aéreo continuasse, o que fez com que a ONU e a OTAN suspendessem imediatamente o contra-ataque.
Ao cair da noite, o general Mladić se reuniu com o coronel Karremans. De acordo com testemunhas oculares, o general ordenou a um de seus homens para que cortasse a garganta de um porco e declarou: “Isto é o que nós vamos fazer os muçulmanos”. O relatório oficial de Karremans não fez menção a ameaça do general sérvio, mas no mesmo é revelado que o coronel dizia não ser capaz de defender aquelas pessoas.
Cerca de 15.000 pessoas, a maioria homens, foram reunidos nos arredores de Srebrenica e forçados a marcharem durante a madrugada. Algumas mulheres foram sequestradas e estupradas por soldados sérvios. Na manhã de quarta-feira, dia 12, um comboio com cerca de 40 caminhões e ônibus chegou ao acampamento holandês de Potocari. Grupos de homens e mulheres foram separados. Os refugiados supostamente seriam levados para território sérvio para depois serem negociados por soldados sérvios capturados, segundo afirmava no local o próprio Mladić.

No dia 12 de julho de 1995, Ratko Mladic toca em garoto muçulmano e garante às forças de paz da ONU que a população de Srebrenica estaria segura. Agência AP.
Christina Schmidt, uma enfermeira de origem alemã, liderou uma equipe dos Médicos Sem Fronteiras em Sbrenica. Ela enviou seu relato por rádio para o escritório de Belgrado de sua organização, que transmitiu para a imprensa mundial.
“Todo mundo deveria se sentir a violência nos rostos dos soldados do exército sérvio bósnio direcionando as pessoas como animais para os ônibus. Todo mundo que poderia ter impedido esse êxodo em massa deveria ser forçado a sentir o pânico e o desespero do povo.”
Dentre outras sandices que presenciou, Christina Schmidt também relatou o desespero de um pai que foi até ela com um bebê de um ano de idade, chorando. O pai seria levado pelo exército sérvio e não teria ninguém para cuidar de seu filho. Schmidt enxergou nos olhos daquele homem a expressão de alguém que nunca mais veria seu filho novamente.
Os refugiados que resolveram fugir a pé pelas florestas, eram caçados por soldados sérvios e tinham suas gargantas cortadas. Ninguém sabe exatamente quantas pessoas morreram no Massacre de Srebrenica. Analistas estimam um número de superior a 8.000 pessoas, principalmente de homens e meninos. Ratko Mladic foi preso em 26 de maio de 2011 em Lazarevo, região no norte da Sérvia.

Vala comum em Srebrenica, exumada em 2007. Foto: Adam Jones adamjones.freeservers.com
No dia 6 setembro de 2013, a Suprema Corte Holandesa declarou que a Holanda foi responsável pela morte de três homens muçulmanos bósnios, vez que os boinas azuis (forças de paz holandeses) arbitrariamente haviam ordenado a esses homens que deixassem o complexo das Nações Unidas durante o Massacre de Srebrenica. Segundo a advogada das vítimas, Liesbeth Zegveld, a decisão foi um avanço porque “estabelece que as forças de paz da ONU não podem operar em um vácuo legal, onde não há prestação de contas ou reparação para as vítimas”.
por | 27/11/2013 | Atualidades, Guerras, Século XX, Segunda Guerra Mundial
Essa coletânea de imagens da Segunda Guerra Mundial foi feita a partir de projetos para o resgate do passado unindo ao cenário atual, pelos fotógrafos Sergey Larenkov, Jo Teeuwisse, Jason E. Powell, entre outros. Como fantasmas capturados para sempre nas fotografias tiradas durante a Segunda Guerra Mundial, as cenas mostram muito claramente a dureza pela qual a humanidade passou, a capacidade do homem em se renovar, reconstruir, dar continuidade à vida, bem como a superação pós o grande conflito que assolou o mundo. As imagens ficaram magníficas.
Debaixo dos pés de cada geração que passa na terra, dormem as cinzas de muitas gerações que as precederam” — A. Herculano

Foto de Sergey Larenkov

26 de junho de 1944, soldado alemão morto em frente ao Café Etasse, Rua Armand Levéel to Cherbourg. Foto: J. Teeuwisse.

Rua Dom Pedro. Civis e soldados americanos retiram uma placa do quartel da organização Todt (grupo de engenharia civil e militar do 3° Reich) em Cherbourg. Foto: J. Teeuwisse

Capitão americano, WH Hooper, e alguns de seus homens marchando ao redor de prisioneiros alemães. Foto: J. Teeuwisse

“Left behind”. Foto de J. Teeuwisse.

Normandia. 1944/2004. Foto: J. Teeuwisse

Sicília, 1943. Foto: J. Teeuwisse.

Nazistas em Paris. Foto: Sergey Larenkov

Colônia, março de 1945 Em frente à antiga Catedral Dom. Logo após um Panther ser abatido, uma placa foi colocada perto dele mandando manter distância. Foto: J. Teeuwisse

S. Petersburgo (Leningrado), mostrando o cerco de 900 dias de Leningrado, também conhecido como “O bloqueio de Leningrado” que durou de 9 de setembro de 1941 à de 27 janeiro de 1944 – pouco mais de 70 anos atrás. Foto de Sergey Larenkov

Basly, 27 de junho de 1944 – Membros da Ambulância de Campo 23d, colocando flores em túmulos no cemitério da igreja de Saint Georges. Foto: J. Teeuwisse.

Leningrado. Foto: Sergey Larenkov

França, Place du Marché, 10 de junho de 1944. Foto: J. Teeuwisse.

Moscou 1941-2013. Foto de Sergey Larenkov

Londres em dois momentos: durante a Segunda Guerra (Blitz, durante a fuga para o metrô) e nos dias atuais. Foto: Sergey Larenkov

Dia D, 6 de junho de 1944, Normandia. O desembarque das tropas americanas na praia de Omaha e Monumento “Les Braves” em 2010. Foto: Sergey Laremkov.

Leningrado em 1941/ São Petersburgo em 2012. Foto: Sergey Larenkov

Foto de Sergey Larenkov

Cavalaria alemã em Paris (1940/2010). Foto: Sergey Larenkov.

Auschwitz I, 27 de janeiro de 1945. Soldados russos com prisioneiros do bloco 19, onde eram colocados em quarentena, na sessão médica. Foto: J. Teeuwisse.

Normandia, praia de Omaha. Foto: Sergey Larenkov.

Foto: Sergey Larenkov.

Praga durante a Segunda Guerra. Foto: Sergey Larenkov.

Reichtag. Foto: Sergey Larenkov.
Referências
Todas as fotos foram retiradas de arquivos públicos dos fotógrafos citados.
por | 23/11/2013 | Curiosidades, Guerras, Século XX, Segunda Guerra Mundial

Um cão anti-tanque carregado de explosivos indo em direção ao inimigo.
Durante a Segunda Guerra Mundial, buscando uma arma que não fosse preciso colocar em risco vidas humanas, o exército soviético solucionou o problema através dos cães anti-tanques ou bombas.
Esses cães eram ensinados a levar explosivos para baixo de tanques , veículos blindados e outros alvos militares. Eles foram intensamente treinados entre 1930 e 1996 e usados em 1941-1942 contra os tanques alemães na Segunda Guerra Mundial. Bombas eram projetadas para ficarem acopladas ao corpo dos animais que iam em direção ao inimigo.
A ideia dos cães anti-tanques surgiu a partir dos estudos do cientista russo Ivan Pavlov (1849-1936), que fundou a psicologia behavorista (“comportamental”). Suas experiências buscavam alterar o comportamento animal através de estímulos. Assim, os cães bomba também ficaram conhecidos como “cães de Pavlov”, pelo fato dos estudos desse cientista terem sido usados para a criação da estratégia militar. (Nenhuma fonte afirmou ter sido o cientista a criar propriamente os cães bomba. Entretanto, seus estudos foram utilizados para esse fim).
A forma utilizada para que os cachorros fossem em direção ao tanque inimigo era alimentá-los através de um tanque, para associá-lo à hora de comer. Dias antes da batalha, ou ataque, os animais eram privados de comida e, quando soltos em campo, rumariam diretamente para o tanque inimigo. Embora, inicialmente, a estratégia de ataque corresponder a apenas o cão levar os explosivos para baixo dos alvos militares e se retirar para que o temporizador detonasse o artefato, a ideia falhou devido os caninos ficarem confusos na realização da tarefa, sendo substituída pelo sacrifício do animal.

Escola de treinamento de cães.
Durante a Segunda Guerra, as escolas de treinamento de cães anti-tanques ganharam força e focaram na estratégia suicida. Cerca de 40.000 animais foram mobilizados para várias tarefas no Exército soviético. O primeiro grupo de 30 cães anti-tanques foi para a primeira batalha no final de 1941. Porém a estratégia não deu certo.
Uma vez em campo, se assustavam com os barulhos dos tiros, correndo de volta para as trincheiras e matando vários soldados soviéticos. Os cães, além de terem sido treinados com tanques parados e que não disparavam, foram acostumados com o diesel utilizado pelos veículos militares soviéticos. Dessa forma, na hora da batalha, ao invés de correrem em direção aos veículos alemães, rumavam para os soviéticos, mostrando que a técnica era carregada de falhas. Depois de 1942, essa tática militar foi caindo em desuso, com as escolas de treinamentos sendo voltadas para outras tarefas. Ainda assim, a criação de cães para ataques suicidas continuou até 1996.

Foto rara de dois cães anti-tanques soviéticos.
Todas as falhas deixam dúvidas quanto à eficiência dos cães anti-tanques durante o conflito. Apesar do exército soviético ter afirmado que mais de 300 veículos blindados e tanques alemães foram destruídos, alguns historiadores russos questionam a alegação, acreditando que se tratasse apenas de propaganda de guerra.
A equipe do Museu de Imagens buscou informações para creditar as imagens, contudo, nada foi encontrado. Caso saiba alguma informação a respeito da autoria, entre em contato.
Referência:
– KISTLER, John. “Animals in the Military: From Hannibal’s Elephants to the dolphins of the US Navy”. ABC-CLIO, LLC, 2011.
por | 21/11/2013 | Curiosidades, Personalidades, Século XX, Segunda Guerra Mundial

August Landmesser não fazendo a saudação nazista. Foto de autor desconhecido.
No dia 13 de junho de 1936, durante o lançamento do Horst Wessel, um navio militar alemão, um homem se destacou no meio da multidão que fazia a tradicional saudação nazista. Era August Landmesser, um trabalhador do estaleiro de Hamburgo que permaneceu de braços cruzados desafiando o nazismo.
August Landmesser foi membro do Partido Nazista de 1931 a 1935 na esperança de conseguir um emprego, mas foi expulso ao se casar com a judia Irma Eckler. Em 1937 ele e Eckler tentaram fugir para a Dinamarca, mas foram pegos pelos Nazistas durante a fuga. Ela estava grávida de novo, e ele foi acusado e considerado culpado em julho de 1937 de “desonrar a raça ariana”.
Durante a prisão, August Landmesser e Eckler argumentaram que nem ele nem ela tinham ideia de que Eckler era totalmente de origem judaica. Dessa forma, August foi absolvido em 27 de maio de 1938 por falta de provas, com o aviso de que a reincidência resultaria em uma pena de prisão de vários anos. Mesmo assim, o casal continuou publicamente seu relacionamento, e em 15 de julho de 1938 foi novamente preso e condenado a dois anos e meio de trabalho forçado no campo de concentração Börgermoor.
Sua mulher foi presa pela Gestapo e levada para Fuhlsbüttel onde deu a luz à segunda filha. Posteriormente Irma foi mandada para um campo de concentração e morta. Suas filhas, Ingrid e Irene, foram separadas: enquanto Ingrid ficou com a avó materna, Irene foi encaminhada para um orfanato, e depois foi adotada.
Enquanto isso, August Landmesser foi dispensado da prisão em 19 de janeiro de 1941 e em fevereiro de 1944, foi enviado a unidade militar penal 999th Afrika Brigade e, logo depois, dado como desaparecido. August supostamente morreu durante um combate na Croácia no dia 17 de outubro de 1944, mas só foi declarado morto em 1949.
Em 1991, o homem desafiador foi identificado por sua filha Irene, que posteriormente, escreveu a história de sua família no livro A Family Torn Apart by “Rassenschande”. Apesar da identificação, não há como ter certeza se de fato o homem da foto é August Landmesser, porém até hoje ninguém reivindicou o contrário.
A equipe do Museu de Imagens buscou informações para creditar as imagens, contudo, nada foi encontrado. Caso saiba alguma informação a respeito da autoria, entre em contato.
Referência:
por | 21/11/2013 | Personalidades, Política, Século XX

Thích Quảng Ðức ateia fogo em seu próprio corpo durante uma manifestação na cidade de Saigon, Vietnã do Sul, contra a política religiosa do governo de Ngo Dinh Diem, em 11 de Junho de 1963. A imagem, uma das mais icônicas do século XX, foi feita pelo fotógrafo Malcolm Browne, da Associated Press.
Thích Quảng Ðức ateia fogo em seu próprio corpo durante uma manifestação na cidade de Saigon, Vietnã do Sul, contra a política religiosa do governo de Ngo Dinh Diem, em 11 de Junho de 1963. A imagem, uma das mais icônicas do século XX, foi feita pelo fotógrafo Malcolm Browne, da Associated Press.
A ato do monge
No dia 11 de junho de 1963, durante uma manifestação contra o governo, que perseguia duramente os monges budistas do país, um carro parou no cruzamento e o motorista estacionou, saiu do carro e abriu o capô, para fingir que o veículo havia apresentado algum defeito e assim, não chamar a atenção da polícia. Do banco de trás do carro, o monge Mahayan Thích Quảng Ðức, nascido em 1897 e originalmente batizado de Lâm Văn Tức, sai do carro, com dignidade, se curva para as quatro direções, e calmamente se senta na posição de lótus, de frente para o ocidente. O monge começa sua medição, recitando serenamente os nomes dos Budas. Embebido em querosene, o monge rapidamente acende um fósforo e inicia um incêndio gigante que toma conta de todo seu corpo.
Durante a autoimolação, o monge continua sentado, com as mãos juntas em frente ao peito, olhar sereno e sem demonstrar expressão de dor. O fogo estava tão quente que até o recipiente próximo derreteu, no entanto, Thích Quảng Ðức continuou sentado, em face a morte. No final, quando o fogo já se dissipava, se percebeu que o monge ainda mirou o oeste, com a cabeça balançando para baixo, como se estivesse se curvando aos Budas. Em seguida, ele caiu para trás e o suicídio se concretizou. Nada mais se podia fazer mais para deter aquele que ficou conhecido como a “Tocha da Justiça”.
O flagrante da cena
A cena, uma das mais icônicas do século XX, foi flagrada por pelo menos três pessoas, segundo Nguyen Van Thong, agente secreto que estava no comando das atividades religiosas naquele momento. Além dele, Malcolm Browne, correspondente da Associated Press, e um outro monge, registraram o momento. O próprio Nguyen, afirma, que em um reflexo, levantou a câmera e tirou uma foto da cena, mas suas mãos estavam tão trêmulas que a primeira foto saiu borrada. O policial tirou ainda mais duas fotos, sendo que uma foi registrada já quando o monge estava no chão, sem vida. Contudo, apenas a foto tomada por Malcolm Browne ficou conhecida pelo mundo, vez que Nguyen teve que devolver a câmera policial para sua sede e escondeu as fotos que tirou com o seu próprio equipamento, vez que estava trabalhando para o governo.
[VÍDEO] Reconstituição da cena de autoimolação do monge Thích Quảng Ðức
por | 12/11/2013 | Curiosidades, Guerras, Século XX, Segunda Guerra Mundial

USS Columbia é atacado por um Kamikaze em 6 de janeiro de 1945. Foto: Marinha dos Estados Unidos.
A partir de 1944, nos momentos finais da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), durante a campanha do Pacífico, diversos navios de guerra aliados passaram a sofrer ataques suicidas deflagrados por militares pertencentes às forças armadas imperais japonesas. Esta desesperada tática, fruto das sucessivas derrotas militares japonesas neste período do conflito, foi desencadeada por militares conhecidos como kamikazes, ou “vento divino”.
Os kamikazes faziam parte de um esquadrão especial de ataque, sendo designados para cumprir a missão de jogar contra os navios inimigos os próprios aviões repletos de explosivos. Oriundo de uma peculiar ética militar, que mesclava às táticas modernas a concepções distorcidas dos antigos códigos de conduta dos samurais, este tipo de missão era considerada como espécie de honra suprema por parte daqueles que eram designados a tal tarefa.
Não se sabe ao certo quantos ataques deste tipo vieram a ser desencadeados, ainda que os números sejam impressionantes: cerca de 47 embarcações teriam sido afundadas, bem como outras 300 avariadas. Nessas investidas, cerca de 4 mil japoneses kamikazes morreram. O sucesso desse tipo de ataque costumava ser maior do que os combates convencionais, dadas as maiores proporções dos impactos e resultados de seu uso. O pico do uso deste tipo de ataque veio a ocorrer na Batalha de Okinawa, em 1945.
Apesar das baixas, os Aliados não vieram a sofrer perdas consideráveis ao ponto de refrear sua ofensiva nesta fase do conflito. O Império Japonês, ao contrário, viu serem sacrificados milhares de seus soldados em sua defesa por meio destes ataques: o antigo lema samurai “lealdade e honra até a morte” era interpretado de maneira quase literal pelos kamikazes como meio de recusa de render-se diante do inimigo.
Abaixo estão transcritas as últimas cartas de alguns militares kamikazes:
Tenho o prazer de ter sido escolhido como um membro da Força de Ataque Especial, mas não posso deixar de chorar quando penso em você, mãe. Quando reflito sobre as esperanças que você tinha para o meu futuro… Eu me sinto tão triste que eu vou morrer sem fazer nada para lhe trazer alegria” – Ichizo Hayashi, última carta para casa poucos dias antes de seu voo final. Abril 1945.

Capitão Masanobu Kuno enviou uma carta aos filhos de 5 e 2 anos nas vésperas de seu ataque suicida.
Caro Masanori e Kiyoko,
Mesmo que não possam me ver, eu vou sempre estar observando vocês. Obedeçam a sua mãe, e não a perturbem. Quando vocês crescerem, sigam o caminho que vocês gostariam e cresçam para serem boas pessoas. Não invejem o pai de outros, pois eu me tornarei um espírito e observarei de perto vocês dois. Ambos, estudem muito e ajudem sua mãe com o trabalho. Eu não posso ser o cavalinho para montar, mas vocês dois serão bons amigos. Do Pai.” – Carta do Capitão Masanobu Kuno aos filhos de 5 e 2 anos, enviada na véspera do ataque.

Tenente Sanehisa Uemura de 25 anos e a filha Motoko.
Motoko,
Muitas vezes você olhou e sorriu para o meu rosto. Você também dormiu em meus braços, e tomamos banho juntos. Quando você crescer e quiser saber sobre mim, pergunte a sua mãe e tia Kayo. Meu álbum de fotos foi deixado para você em casa. Dei-lhe o nome de Motoko, esperando que você fosse uma pessoa gentil, bondosa e carinhosa.
Eu quero ter a certeza de que você estará feliz quando crescer e se tornará uma noiva esplêndida, e mesmo que eu morra sem você me conhecer, você nunca deve se sentir triste. Quando você crescer e quiser me encontrar, por favor, venha ao Kudan [Templo de adoração àqueles que se foram]. E se você orar profundamente, com certeza o rosto de seu pai vai mostrar-se dentro do seu coração. Eu acredito que você vá ser feliz. Desde o seu nascimento você mostra grande semelhança a mim, e outras pessoas costumam dizer que quando eles te viram, sentiram como se estivessem me vendo. Seu tio e minha tia vão cuidar bem de você que é a minha única esperança de sua mãe sobreviver. Mesmo que alguma coisa me aconteça, você certamente não deve pensar em si mesma como uma filha sem pai. Estou sempre te protegendo. Por favor, seja uma pessoa boa com as outras. Quando você crescer e começar a pensar em mim, por favor, leia esta carta. Do pai.
PS: No meu avião, eu continuo carregando como um amuleto a boneca que você ganhou quando nasceu. Então isso significa, Motoko, que está junto do pai. Digo isso porque eu estar aqui sem o seu conhecimento faz meu coração doer.” – Considerada uma das cartas mais bonitas, foi escrita pelo Tenente Sanehisa Uemura de 25 anos à filha Motoko.

Cabo Nobuo Aihana, com 18 anos.
Entrei para o Corpo Shinbu Esquadrão de Ataque e vou pagar minha dívida de gratidão para com o país.
Pai e Mãe, eu me propus à batalha em alto astral. Pai e Mãe, eu coloquei uma foto do meu irmão mais velho no meu macacão de vôo. Pai e Mãe, estou profundamente envergonhado de mim mesmo que, até o final, não corrigi o meu discurso impróprio e rude de uma criança.
Mãe, você me criou desde que eu tinha seis anos de idade, e eu nunca disse “mãe” para você que é mais do que minha mãe biológica. Como deve ter sido triste para você. Eu pensei muitas vezes em chamá-la, mas eu não fiz diante de você, pois tinha vergonha.
Agora é a hora para eu chamá-la em voz alta: “Mãe”.
Provavelmente o meu irmão mais velho, no centro da China, também sente o mesmo. Mãe, por favor, perdoe nós dois. Agora, como estou saindo para a batalha para fazer um ataque especial, a minha única preocupação são as duas coisas mencionadas acima. Para além destas, eu não tenho arrependimentos.
As pessoas vivem 50 anos e eu viverei uma vida longa de 20 anos de idade. Quanto aos 30 anos restantes, dei a metade a cada um de vocês, pai e mãe. Por favor, usem o dinheiro guardado na caixa de cigarros.
Pai e Mãe, eu estou indo. Eu estou indo com um sorriso e a certeza de destruir um navio inimigo.” – Carta do Cabo Nobuo Aihana, com 18 anos. Aki, sua madrasta, recebeu a carta depois do fim da guerra e a manteve como o seu bem mais precioso até o dia de sua morte, em 1975, quando faleceu aos 77 anos.
Referências: