por | 12/11/2013 | Artes, Atualidades, Música, Personalidades, Século XXI

Milhares de pessoas assistiram ao primeiro concerto realizado ao ar livre por uma banda de rock norte-americana em Cuba desde a revolução comunista de 1959.
Inimigos ideológicos durante mais de quatro décadas, Cuba e Estados Unidos foram protagonistas de um momento único na história da música e da política de ambos os países no dia 06 de maio de 2005, quando a banda americana de rock Audioslave se apresentou gratuitamente ao ar livre na capital cubana.
O histórico show do Audioslave em Havana
O Audioslave tocou na Plaza Tribuna Antimperialista José Martí, local especialmente construído por ordem de Fidel Cadastro para a realização de comícios e manifestações do povo cubano, incluindo protestos em massa contra o governo dos EUA. O concerto, autorizado pelo Instituto Cubano de La Musica e por autoridades norte-americanas, atingiu a juventude cubana e foi acompanhado de perto por mais de 60.000 pessoas. O rock já foi visto com uma grande dose de desconfiança em Cuba. Durante os anos 1960 e 1970, ter cabelos longos ou possuir um álbum dos Beatles era considerado quase uma atitude contrarrevolucionária pelas autoridades da ilha. Restrições recíprocas entre os governos dos EUA e de Cuba muitas vezes impossibilitaram o intercâmbio musical entre ambos os países.
Durante a apresentação, o Audioslave tocou 26 músicas (sendo que 18 estão no DVD). Grandes sucessos, incluindo Like a Stone, Your Time Has Come, Be Yourself e Gasoline, além de uma seleção de músicas antigas dos grupos precursores do Audioslave (Soundgarden e Rage Against the Machine), inflamaram a multidão presente ao longo da beira-mar de Havana.
O grupo californiano, criado em 2001 e dissolvido em 2007, era composto por Chris Cornell (vocalista), Tom Morello (guitarrista), Tim Commerford (backing vocal e baixista) e Brad Wilk (bateirista). Em seus seis anos de existência, o Audioslave lançou três álbuns (Audioslave, Out of Exile e Revelations) e recebeu três nomeações ao Grammy.
Imagens do show do Audioslave em Cuba.
Atualmente, Havana possui uma estátua de John Lennon. Já em 2001, quando o grupo britânico Manic Street Preachers tocou em Cuba, Fidel Castro estava sentado na primeira fila.
por | 06/11/2013 | Brasil, Esportes, Personalidades, Século XX

O piloto brasileiro Ayrton Senna, já dentro do cockpit do carro da Williams, momentos antes da largada do GP de Ímola, sua última e fatídica corrida.
Segundo o repórter Reginaldo Leme, da TV Globo, às vésperas da largada no GP de Ímola, no dia 1º de maio de 1994, Ayrton Senna havia confessado à pessoas mais próximas que levava uma bandeira da Áustria no bolso de seu macacão. Seria uma forma de homenagear Roland Ratzenberger, piloto austríaco que havia falecido em decorrência de um acidente fatal no mesmo circuito, no dia anterior.
A morte de Ratzenberger foi a primeira morte confirmada na Formula 1 desde o óbito de Ricardo Paletti em Montreal no ano de 1982. Senna, ao presenciar o acidente do amigo austríaco por meio das telas espalhadas pelos boxes, foi para o fundo da garagem e cobriu o rosto com as mãos. Ele temia o pior e foi ver com os próprios olhos. Logo em seguida, entrou em um safety car e foi até o local do acidente na curva Gilles Villeneuve, contudo, neste momento o austríaco ja havia sido levado para o centro médico.
Meia hora antes da largada para o GP de Ímola, Senna se dirigiu até a garagem da Williams. O jornalista Jaime Brito acompanhou Senna e lhe pediu para assinar três fotos. Foi a primeira vez que ele havia pedido um autógrafo ao tricampeão mundial. Segundo Brito, ele nunca havia visto Senna se comportar de tal forma como naquele dia. O piloto caminhava em volta do carro, olhava para os pneus e repousava sobre a asa traseira, quase como se estivesse desconfiado do carro. Sua forma também era diferente. Betise Assumpção, então assessora de imprensa do piloto brasileiro, lembrou: “Ele geralmente tinha uma forma particular de puxar a balaclava do capacete, determinado e forte, como se estivesse ansioso para a corrida. Naquele dia, você poderia dizer que apenas a partir do modo como ele estava colocando o capacete que ele não queria correr. Ele não estava pensando que ele ia morrer, ele realmente achava que ele iria ganhar a corrida, mas ele só queria acabar logo com isso e ir para casa”.
Senna largou na pole-position e, na sétima volta, bateu fatalmente na curva Tamburello. Não havia nenhum osso quebrado ou hematoma em seu corpo, mas o brasileiro sucumbiu as lesões neurológicas causadas pelo choque da barra de direção no capacete. Segundo Viviane Senna, irmã de Ayrton, “naquela manhã, quando ele (Ayrton Senna) acordou, pediu pra Deus falar com ele. Abriu a Bíblia e leu um texto que falava que Deus ia dar pra ele o maior presente de todos os presentes. Que era Ele mesmo.”
“Existem durante nossa vida, sempre dois caminhos a seguir: aquele que todo mundo segue e aquele que a nossa imaginação nos leva a seguir. O primeiro pode ser o mais seguro, o mais confiável, o menos critico, o que você encontrará mais amigos, mas você será apenas mais um a caminhar. O segundo com certeza vai ser o mais difícil, o mais solitário, o que você terá maiores críticas, mas também o mais criativo, o mais original possível. Não importa o que você seja, quem você seja ou o que deseja na vida, a ousadia em ser diferente reflete na sua personalidade, no seu caráter, naquilo que você é. E é assim que as pessoas lembrarão de você um dia”. – Ayrton Senna.
Referências:
“Ayrton Senna – Beyond of The Speed of The Sound”. Documentário. 2010. (Depoimentos e Imagens)
Ayrton Senna: The Last Hours – Motor Racing
por | 01/11/2013 | Curiosidades, Guerras, Museu, Personalidades, Século XX, Segunda Guerra Mundial

Franz Stigler e Charlie Brown: Ato de misericórdia do alemão Stigler salvou a vida de Brown e de outros tripulantes do B-17 americano durante a Segunda Guerra Mundial.
O ano de 1943 ficou marcado pela reviravolta dos rumos da Segunda Guerra Mundial a partir da derrota alemã perante o Exército Vermelho na batalha de Stalingrado em fevereiro.
A ofensiva aérea nos céus da Europa
Ainda que a derrota em Stalingrado representasse o início do declínio das ações ofensivas alemãs durante o conflito, a Alemanha ainda tinha em sua posse não somente diversos recursos conquistados nos territórios ocupados, como também dispunha de importantes zonas industrializadas inteiramente voltadas para o abastecimento de seus exércitos. Diante das capacidades de resistência então existentes na Alemanha, as potências aliadas (principalmente Estados Unidos e Grã-Bretanha) passaram a intensificar o uso de campanhas de bombardeio aéreo sobre estruturas produtivas e linhas de abastecimento em território alemão, com o objetivo de facilitar tanto o avanço soviético no leste quanto a criação de novos front’s de combate terrestres a oeste da Europa.
O encontro aéreo de Franz Stigler e Charlie Brown
No dia 20 de dezembro de 1943, um bombardeiro B-17 da Força Aérea dos Estados Unidos, decolou do campo de aviação da RAF (Força Aérea Britânica) em Kimbolton, na Inglaterra, com a missão de bombardear uma fábrica de aviões em Bremen, na Alemanha. A aeronave carregava 10 tripulantes, comandados pelo tenente de 21 anos de idade Charlie L. Brown. Em poucos minutos, a missão obteve êxito, mas nem tudo saiu como o previsto: tropas alemãs atiraram contra o avião estadunidense, matando o artilheiro e ferindo outros seis tripulantes, além de destruírem dois motores do avião. Charlie, à frente do grupo e no comando, perdeu a consciência momentaneamente e a aeronave começou a perder altitude. Quando recuperou os sentidos, o tenente estabilizou a aeronave, mas percebeu que estava sendo seguido por uma caça alemão. Com a tripulação ferida e partes do avião destruídas, não havia o que fazer além de seguir. Sair vivo seria uma questão de sorte.
Como muitos veteranos pilotos de caça da Luftwaffe na Segunda Guerra Mundial, Franz Stigler acumulava anos de experiência em combates aéreos em diversos campos de batalha. Já havia operado uma aeronave modelo BF109 na Tunísia em apoio ao Afrika Korps de Erwin Rommel e mais tarde estava combateu fileiras da Frente Ocidental, na defesa da Alemanha. Stigler havia combatido ao lado de Hans-Joachim Marseille (um dos maiores ases alemães, com um total de 388 missões de combate e 158 aeronaves inimigas abatidas). Na África, fez parte de batalhas lendárias, como o Massacre de Domingo de Ramos. Durante o incidente com o avião americano, Stigler operava o Messerschmitt BF-109, uma das aeronaves mais avançadas e temidas da época.
Ao invés de disparar e derrubar a aeronave americana, o piloto inimigo posicionou o caça paralelo a nave inimiga e começou a gesticular. Percebendo que seu inimigo não iria atirar, Charlie ordenou à tripulação que aumentasse a altitude. O grupo se salvou, o avião aterrissou na Inglaterra e o tenente nunca deixou de se questionar o porquê do alemão não ter atirado. A 8ª Força Aérea Americana classificou o incidente como “ultra secreto” durante décadas. O militar alemão também nunca comentou sobre o seu ato, pois corria risco de enfrentar um pelotão de fuzilamento.

Pintura comemorativa referente ao momento ocorrido nos céus durante a Segunda Guerra Mundial. Ref: Valor Studios.
A busca de um inimigo e o encontro de um amigo 47 anos depois
Em 1986, a Air Force Association patrocinou um evento em Las Vegas que ficou conhecido como “Gathering of Eagles” e contou com aviadores de todo o mundo. Durante o evento, o coronel Joe Jackson, veterano da Guerra do Vietnã, perguntou a Charlie Brown se algo incomum havia ocorrido com ele durante a Segunda Guerra Mundial. Durante todos os anos que sucederam o maior conflito da História, Brown não tinha pensado sobre o incidente com (o então desconhecido) Stigler. Tentando pensar em algo exótico, Brown respondeu: “Eu acho que uma vez que eu fui saudado por um piloto de caça alemão.” Espantados com o que ouviram, todos começaram a rir. Por um breve momento, Brown titubeou e questionou sobre se aquele fato realmente havia acontecido ou foi fruto de sua imaginação. Ainda assim, decidiu compartilhar essa memória com os outros presentes.
Em 1987, Brown foi atrás do homem que poupou sua vida. Pagou a publicação de um anúncio em uma revista de pilotos de combate, com os dizeres: “Estou buscando o homem que salvou minha vida em 20 de dezembro de 1943″. Recebeu um telefonema. Era Franz Stigler, o piloto alemão. Três anos depois, os dois se conheceram e Charlie, finalmente, obteve uma resposta para sua pergunta: “por qual razão você não atirou?” Franz contou que, ao emparelhar o caça com a aeronave americana, estava pronto para disparar. Contudo, percebeu que o avião inimigo voava com dificuldade e que a tripulação agonizava. Que honra haveria em derrubar um avião nessas condições? Veterano no conflito, Stigler havia servido na África sob o comando do tenente Gustav Roedel, que, segundo ele, lhe ensinou que, para sobreviver moralmente a uma guerra, era preciso combater com honra e humanidade; se isso não fosse feito, não conseguiriam conviver consigo mesmo ao voltar para casa. Era uma lição que não estava escrita em nenhum lugar, mas o código que guiou Franz em combate salvou os pilotos estadunidenses naquele 20 de dezembro de 1943.
Não há nenhuma virtude como a misericórdia. Misericórdia para com o inimigo é a misericórdia mais difícil de todas, sendo que talvez não haja verdadeira justiça sem misericórdia. A misericórdia é o verdadeiro emblema de nobreza.

Franz Stigler e Charlie Brown, agora amigos, “encenam” a batalha ocorrida nos céus durante a Segunda Guerra Mundial, muitas décadas mais tarde.
“Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. (Mateus 5:7)”.
Dos 40 mil pilotos de caça alemães na Segunda Guerra Mundial, apenas 2.000 sobreviveram. Os dois pilotos, antes inimigos, tornaram-se colegas e trocaram correspondências por anos. Em 2008, com seis meses de diferença, ambos morrerem. Franz Stigler tinha 92 anos; Charlie Brown, 87.
por | 31/10/2013 | Guerras, Personalidades, Política, Século XX, Terrorismo

Famoso aperto de mão entre Yasser Arafat com Yitzhak Rabin (chefe de Estado israelense), ao lado de Bill Clinton, que rendeu o Prêmio Nobel da Paz aos dois líderes. Foto de Ron Edmonds
Breve histórico da escalada de Yasser Arafat e da luta com Israel:
É inegável que a imagem de Yasser Arafat é controversa e, por vezes, ele é visto como um líder de extremos. As vezes visto como um ditador, outras vezes como um defensor da causa palestina e, portanto, como negociador visionário, Yasser Arafat não deixa de ter seu enorme peso político e histórico tanto na causa palestina, como na história contemporânea. O líder nasceu em 4 de agosto de 1929 no Cairo e estudou na Universidade do Cairo até 14 de maio de 1948, quando abandonou-a para lutar contra os judeus, após a proclamação da independência de Israel.
Entretanto, Israel reprimiu os ataques e consolidou-se como nação no cenário geopolítico regional. A partir daí nascia a futura rivalidade entre Arafat e o Estado de Israel. Após esse episódio, Yasser Arafat permaneceu na faixa de Gaza, onde se encontravam outros refugiados palestinos e, um tempo depois, retornou para a Universidade do Cairo, para estudar engenharia. Foi nesse período que o líder palestino conheceu seus fiéis aliados durante o período militar da Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Posteriormente, tendo se formado na universidade e após os combates na crise de Suez, Arafat e Jihad (seu companheiro na OLP) intensificaram a luta armada contra Israel e acabou sendo preso pelo governo egípcio.
Todo esse episódio o levou a se exilar no Kuwait, fundando seu movimento (Fatah) ao lado de Abu Jihad e Abu Mazen (sucessor na OLP), cuja doutrina do movimento preconizava a libertação da Palestina. Entretanto, os israelenses, os egípcios, jordanianos e sírios viam no movimento e nos palestinos um inimigo e não intentavam abandonar o poder de influência sobre a Palestina. Contudo, por divisões internas no movimento acabaram por minar as intenções palestinas até 1969, quando Arafat se tornou presidente do comitê executivo da OLP, após ter perdido a organização para outro líder palestino no decorrer da década de 60.
Porém, devido as divergências dentro da organização e cansado da intenção de se criar um Estado palestino dentro do Estado jordaniano, o presidente Hussein ordenou que o exército jordaniano atacasse os palestinos. O resultado desse ataque foi sangrento, com mortos lotando os campos de refugiados e Arafat acabou sendo culpado pelo desastre. Ainda assim, o líder se manteve no posto dentro da organização e rumou-a para o Líbano, lançando os palestinos numa escalada cada vez mais terrorista com a organização Setembro Negro, em que ficou conhecida pelo assassinato de atletas israelenses nos jogos Olímpicos de Munique, em 1972. Para piorar a situação do movimento palestino veio a Guerra do Yom Kippur, 1973.
Porém Yasser Arafat alcançou uma vitória com a conferência de cúpula da Liga Árabe, que reconheceu os direitos da OLP em representar o povo palestino. Após esse episódio da Liga Árabe, a OLP e Arafat passaram a receber o apoio da Liga, da Arábia Saudita e se encontrou com o ministro das Relações Exteriores da França e, em 1974, Yasser Arafat fez um discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, sendo admitida, mais tarde, a OLP no Conselho de Segurança da ONU sobre o Oriente Médio. Foi a partir desse aumento de expressividade que o líder palestino iniciou uma série de negociações secretas com os israelenses.
Contudo, essas negociações culminaram no assassinato de alguns representantes dessa aproximação entre o líder palestino e os generais e diplomatas israelenses. O fracasso nas negociações resultou na operação Paz na Galiléia, por Ariel Sharon, invadindo o Líbano, gerando um massacre e expulsando a OLP da região, que acabou conquistando simpatias pela opinião pública internacional.
Na palavras do jornalista Edouard Zambeaux.
Pedras contra armas automáticas: assim a resistência palestina abriu uma nova era na luta pelo reconhecimento nacional. A primeira Intifada escapou ao controle da OLP, mas gerou uma onda de simpatia quase universal. Na gigantesca favela que se tornaram os 370 km² da faixa de Gaza, meninos enfrentam com pedras um dos mais temíveis exércitos do mundo.
Tudo isso acabou, entre outras conquistas e derrotas (Guerra do Golfo e apoio a Sadam Hussein), resultando no triunfo de Arafat como líder palestino e, em 1988, outro concorrente surgiu, o Hamas, irrompendo a tendência islâmica na cena política palestina. Com o fim da guerra do Golfo, as negociações entre os palestinos e Israel retornaram e, em 1992, com a eleição de Yitzhak Rabin em Israel, outra reunião histórica teve lugar na cena internacional.
No gramado da Casa Branca, o líder israelense e Yasser Arafat apertaram as mãos, rendendo-lhes o Nobel da Paz. Após idas e vindas nas negociações entre ambos os líderes (agora Yasser Arafat era considerado um chefe de Estado), as nações, palestina e israelense, não conseguiram chegar a um acordo e a “guerra” segue atualmente.
Referência:
por | 31/10/2013 | Curiosidades, Guerras, Personalidades, Século XX
A famosa foto de Sharbat Gula, a menina afegã, foi registrada pelo fotógrafo Steve McCurry e virou capa da revista National Geographic em 1985.
Sharbat Gula: os olhos enigmáticos da menina afegã
A foto conhecida como “Menina Afegã” ficou mundialmente conhecida, porém, na época ninguém conhecia a identidade da criança de olhar enigmático. A menina foi identificada mais tarde; seu nome era Sharbat Gula e pertencia à etnia Pashtu. Sua história percorreu o mundo após ser publicada uma foto do rosto de Sharbat Gula na revista National Geographic em 1985, ganhando a alcunha de símbolo dos refugiados no mundo.
A menina, então com 12 anos, acabara de perder os pais no bombardeio soviético ao Afeganistão e permanecia em um campo de refugiados em Nasir Bagh, no Paquistão. Num raro momento em que estava sem burca (a lei obrigava todas as mulheres afegãs a usarem burca), Steve McCurry a fotografou, eternizando esse momento histórico. A fotografia foi intitulada como a mais reconhecida na história da revista.
por karonte | 28/10/2013 | Artigos, Guerras, Século XX, Segunda Guerra Mundial
Se o brilho de mil sóis explodissem no céu, isso seria como o esplendor do Poderoso Ser, Tornei-me a Morte. Destruidora de mundos.
A Experiência Trinity
Às 05 horas, 29 minutos e 45 segundos do dia 16 de julho de 1945, a primeira bomba atômica da história explodiu com uma energia equivalente a 19 kt de TNT (87,5 TJ). Deixou no deserto uma cratera radioativa de 3 metros de espessura por 330 metros de diâmetro. No momento da detonação, as montanhas circundantes foram iluminadas com mais intensidade do que o sol por breve momento que durou um ou dois segundos, sendo relatado, no acampamento-base, um calor tão intenso como o de um forno. As cores observadas variaram de púrpura a verde e, eventualmente, branca. O som da onda de choque levou 40 segundos para chegar até os observadores e a explosão foi sentida a mais de 160 km de distância, tendo o cogumelo atômico chegado à 12 km de altura. Cerca de 260 pessoas estavam presentes no teste, nenhuma a menos de 9 km.
Foram construídos três pontos de observação de madeira reforçados com concreto e cobertos com terra a cerca de 10 quilômetros a norte, sul e oeste do marco zero da detonação (codinomes Able, Baker, e Pittsburgh, respectivamente). O bunker Baker serviu como centro de controle para o teste, local onde o cientista chefe J. Robert Oppenheimer conduziu o teste.
A Base Aérea de Alamogordo emitiu um comunicado à imprensa de 50 palavras, dando conta de que havia ocorrido “uma explosão de um depósito remoto de munições, na qual ninguém tinha morrido ou sofrido ferimentos”. A verdadeira causa foi confirmada publicamente apenas após o êxito do ataque a Hiroshima em 6 de Agosto do mesmo ano.

Gadget da bomba utilizada na Experiência Trinity.
Os resultados do teste foram encaminhados ao presidente dos Estados Unidos Harry S. Truman, que ansiosamente esperava por eles na Conferência de Potsdam. A mensagem codificada “Operated this morning. Diagnosis not complete but results seem satisfactory and already exceed expectations… Dr. Groves pleased.” chegou às 7 horas e 30 minutos do dia 16 de julho. Em face do sucesso da Experiência Trinity, duas bombas foram preparadas para uso contra o Japão.
A primeira, batizada de Little Boy, foi lançada em Hiroshima no dia 6 de agosto. A segunda, conhecida como Fat Man, foi lançada em Nagasaki em 9 de agosto. Os bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki mataram de imediato, pelo menos, 120.000 pessoas e forçaram a rendição incondicional japonesa nos dias consequentes.

“Ponto zero” da experiência Trinity sendo vistoriado após a explosão.
O diretor de Los Alamos, Robert Oppenheimer, referiu mais tarde que, ao observar a demonstração dos efeitos da Experiência Trinity, lhe veio à memória uma frase do texto sagrado hindu Bhagavad Gita:
“If the radiance of a thousand suns
were to burst into the sky,
that would be like
the splendor of the Mighty One
I am become Death, the shatterer of Worlds.”
Tradução:
Se o brilho de mil sóis
explodissem no céu,
isso seria como
o esplendor do Poderoso Ser
Tornei-me a Morte
Destruidora de mundos.
por | 22/10/2013 | Fotógrafos, Guerras, Personalidades, Século XX

Fotógrafo de guerra Robert Capa durante a Guerra Civil espanhola, maio de 1937. Foto de Gerda Taro.
Andrei Friedmann, ou Robert Capa como ficou conhecido, é indiscutivelmente um dos maiores e mais conhecidos fotógrafos de guerra.
Começou sua carreira de fotógrafo como assistente e estudou sozinho técnicas fotográficas. Em 1933, para fugir da perseguição nazista, modificou seu nome; foi nesse momento que Andrei adotou o nome que entraria para a História: Robert Capa.
Na mesma época que assim começou a se intitular, iniciou seu trabalho independente como fotógrafo. A partir de então, passou a cobrir grandes guerras como a Guerra Civil espanhola, chamando a atenção do mundo através de seus clique únicos.
Robert Capa morreu em 25 de maio de 1954, tendo coberto os principais conflitos da primeira metade do século XX.
Veja algumas das principais fotos tiradas pelo fotógrafo:

Uma das fotos mais famosas de Robert Capa, o desembarque na Normândia.


Um comboio militar francês de Namdinh à Thaibinh, 1954.

Capa fez uma extensa documentação da Segunda Guerra Mundial através de fotografias que posteriormente se tornaram um dos mais importantes registros desse período.

Linchamento de uma jovem que se relacionou e teve um filho com um nazista.

Imigrantes chegando em Sha’ar Ha’aliyah,no campo de Rosh Hay’n, Israel, 1948.

Homens da 82ª Divisão Aérea dos EUA, St. Sauveur-le-Vicomte, Normandia, 16 de junho de 1944.

Desembarque na Normandia, França. Os primeiros americanos chegando na praia de Omaha.

Uma das fotos mais famosas da Guerra Civil Espanhola, 1939.

Memorável foto de Robert Capa
por | 22/10/2013 | Século XX, Segunda Guerra Mundial

O último sorriso do espião soviético desconhecido.
Momentos antes de levar o tiro fatal, o espião esboça seu último sorriso em tom desafiador ao seu algoz em Rukajärvi, no leste de Karelia, perto da fronteira entre Rússia e Finlândia, em novembro de 1942.
O último sorriso do espião desconhecido
A foto original foi tirada em 1942, na Finlândia, porém só foi reconhecida pelo Ministério da Defesa do país em 2006. Naquela época, a Finlândia estava ajudando a Alemanha nazista ao cerco em Leningrado e possivelmente o espião soviético fora capturado durante o avanço das tropas alemãs. Na sequência de imagens, o oficial nazista aponta uma arma para o espião soviético e em seguida desfere um tiro fatal. Apesar da morte iminente, o espião não deixa de zombar da situação até o último minuto, dando um sorriso para o fotógrafo. A identidade do homem nunca ficou conhecida. Na época em que a foto foi publicada, muitas pessoas duvidaram de sua autenticidade até que a sequência do evento foi revelada com as imagens a seguir:

Exato momento em que o homem é alvejado.

A última foto comprova o destino final do espião de identidade desconhecida.
por | 17/10/2013 | Biografias, Genocídios, Guerras, Personalidades, Política, Primeira Guerra Mundial, Século XX, Segunda Guerra Mundial

Raphael Lemkin (1900 – 1959)
Raphael Lemkin foi o criador da Convenção Sobre a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio, aprovada em 9 de dezembro de 1948. Em 1951, a Convenção entrou em vigor, após a vigésima nação havia ratificado o tratado. Durante sua vida, Raphael Lemkin recebeu uma série de prêmios, incluindo o cubano Grã-Cruz da Ordem de Carlos Manuel de Céspedes, em 1950, o Prêmio Stephen Wise do American Jewish Congress, em 1951, e a Cruz de Mérito da República Federal da Alemanha em 1955. No 50º aniversário da Convenção da ONU, o Dr. Lemkin também foi homenageado pelo secretário-geral da ONU como sendo “um exemplo inspirador do compromisso moral.”
História de vida de Raphael Lemkin
A empreitada que consagrou o nome de Raphael Lemkin, um judeu de origem polonesa, começou em 1913, quando o então jovem de 12 anos lera o relato dos massacres comandados pelo imperador romano Nero contra os cristãos convertidos no século I, existente no livro Quo Vadis?, escrito pelo vencedor do prêmio Nobel Henryk Sienkiewicz. Sua história de vida foi marcada desde o início pela íntima e muitas vezes involuntária relação com crimes perpetrados contra humanidade. Crescido na região polonesa de Byalistok, Lemkin veio a conhecer aspectos desta absurda realidade ainda em 1906, quando da realização de pogroms (extermínio sistemático de judeus) na região a mando das autoridades imperiais russas, em eventos que tiveram como saldo setenta assassinatos e noventa feridos entre a população judaica que vivia nestas imediações.
Durante a Primeira Guerra Mundial, Raphael Lemkin, seus pais e irmãos foram forçados a se refugiar na floresta enquanto fogos da artilharia alemã destruíam a casa da fazenda onde viviam. Os alemães ainda se apoderaram da colheita, do gado, dos cavalos e de todos os bens da família. Quando estava no refúgio na floresta, um dos irmãos de Lemkin, Samuel, veio a falecer de pneumonia e subnutrição, decorridas diretamente das precárias condições de subsistência da família em virtude das ações armadas alemãs.
O Genocídio Armênio
Aos 21 anos, quando estudava linguística na Universidade de Lvov, o então jovem acadêmico Lemkin se deparou com a manchete nos jornais sobre o assassinato de Talaat Pasha, ex-ministro do Interior da Turquia e responsável direto pelo massacre de cerca de um milhão de armênios em território turco durante a Primeira Guerra Mundial. No dia 14 de março de 1921, no pequeno distrito berlinense de Charlottenburg, o jovem armênio de 24 anos, Soghomon Tehlirian, desferiu um tiro por trás a queima roupa na nuca de Talaat, que o matou instantaneamente. Tehlirian foi rapidamente dominado e espancado por pedestres que passavam pelo local.

Nota do jornal americano “The New York Times” sobre o extermínio de armênios em 1915.
Lemkin não conseguia compreender a incoerência em ser considerado crime Tehlirian matar um homem, mas ao mesmo tempo não ser crime seu opressor ter matado mais de um milhão. Ainda que não tivesse cunhado o termo “genocídio” nesta época, Raphael Lemkin já se indignava com o fato de que a soberania que cada Estado possuía nestes anos pudesse ser utilizada impunemente para a realização de atividades de discriminação, segregação e assassínio de parcelas inteiras de suas populações. Nestes anos, Lemkin também acompanhou de perto o malogrado esforço britânico em punir os criminosos de guerra turcos responsáveis pela matança de armênios, esforço este definitivamente sepultado em 1920, quando o líder nacionalista turco Mustafá Kemal (conhecido como Atatürk) prendeu 29 soldados britânicos que se encontravam na Turquia. Estes soldados somente viriam a serem libertados por meio de um acordo de troca de prisioneiros envolvendo os dois países, no qual todos os suspeitos turcos de participação no genocídio armênio que se encontravam sob a custódia do Reino Unido foram repatriados.
O julgamento de Tehlirian expôs ao mundo os horrores cometidos pelo Estado turco contra os armênios. As provas e testemunhas trazidas à baila pela defesa de Tehlirian derrubaram a tese turca de que os armênios estavam sendo “apenas deportados”, e não aniquilados. No final do julgamento, o armênio foi absolvido, sob a justificativa de que agira como executor de consciência de humanidade. O resultado do caso teria incomodado profundamente a Lemkin, em virtude da oportunidade perdida para a criação de instrumentos legais internacionais que pudessem responsabilizar diretamente tanto políticas de Estado quanto executores de ações de extermínio em massa.

Soghomon Tehlirian, considerado pelos armênios como um herói nacional.
Logo após o julgamento do assassinato de Talaat, o jovem Lemkin, antes um convicto entusiasta do poder esclarecedor das palavras em uma sociedade, abandonou a filologia (evolução das línguas) e transferiu-se para a faculdade de Direito de Lvov, onde se dedicou ao estudo de instrumentos de proibição e penalização de chacinas.
A frustrada tentativa de Lemkin de criar a “Repressão Universal” durante a década de 1930.
Foi na qualidade de advogado fluente em várias línguas e exercendo a função de promotor público na Polônia que, em 1933, Raphael Lemkin elaborou um projeto de lei para ser apresentado em uma conferência de Direito Internacional em Madri, em um contexto marcado tanto pela ascensão nazista na Alemanha quanto pelo progressivo esquecimento dos crimes perpetrados contra os armênios pelo Estado turco. Na visão de Lemkin, a ausência de instrumentos legais para lidar com estas questões servia diretamente para perpetuar a possibilidade de que novos crimes desse tipo pudessem vir a ser cometidos.
Para combater esta situação de impunidade, Lemkin propôs uma Lei internacional proibindo a destruição de nações, raças e grupos religiosos, criando assim, a “repressão universal”, uma precursora da “jurisdição universal”. Os responsáveis por tais atos deveriam ser punidos onde quer que fossem detidos, independentemente do local, da nacionalidade ou da condição de autoridade do criminoso quando de sua detenção. Raphael Lemkin acredita que uma ameaça real de punição produziria uma mudança na prática. A lei que propôs igualmente vetava duas práticas associadas a esse tipo de crime: a barbárie, definida como “a destruição premeditada de coletividades nacionais, raciais, religiosas e sociais” e o vandalismo, classificado como sendo a “destruição de obras artísticas e culturais que sejam a expressão do gênio particular dessas coletividades”.
Lemkin jamais veio a participar da conferência de Direito Internacional ocorrida em Madrid, dado que o Ministério do Exterior da Polônia, seguindo a diretriz política de então do Estado polonês de aproximação com a Alemanha nazista, recusou sua permissão de viagem. Sua apresentação teve de ser lida em voz alta na sua ausência, o que possivelmente explicaria o desinteresse e a ausência de apoios contundentes para a sua proposta. Além disso, num contexto conturbado de potenciais conflitos surgidos da demarcação de fronteiras na Europa e nas possessões imperiais africanas e asiáticas, a própria Liga das Nações não via como prioridade a elaboração de uma resolução conjunta em defesa de minorias populacionais ameaçadas. Pela autoria desta proposta, Lemkin foi não só acusado de tentar elevar os status dos judeus nas sociedades em que viviam, como também, segundo o ministro polonês do Exterior Joseph Beck, de “insultar nossos amigos alemães”, no que diz respeito às críticas ao regime nazista, então em ascensão na Alemanha.
A invasão da Polônia no início da Segunda Guerra Mundial e a fuga de Lemkin.
No dia primeiro de setembro de 1939, confirmando as previsões do próprio Raphael Lemkin, a Alemanha nazista veio a invadir a Polônia. Seis dias depois, Lemkin começou a empreender uma desesperada fuga da Polônia, em que não só viu o trem em que estava ser bombardeado pelo Luftwaffe (Força Aérea Alemã), como também se viu obrigado a caminhar por dias pelas florestas polonesas, para tentar se proteger dos pesados ataques aéreos alemães. Depois de se refugiar em uma cidadezinha na parte do território polonês ocupada então pelas forças soviéticas, Lemkin pegou um trem até a cidade onde seus familiares moravam, com o objetivo fracassado de convencê-los a fugir do país.
Após conseguir fugir da Polônia, Raphael Lemkin primeiramente foi para a Lituânia, onde residiu até fevereiro de 1940, quando obteve asilo do governo sueco. Na Suécia, Lemkin passou a dar aula de Direito Internacional na Universidade de Estocolmo, onde começou a compilar os decretos legais que os nazistas haviam emitido em cada um dos países que ocuparam. Era seu objetivo neste momento demonstrar como o próprio Direito poderia ser usado para propagar o ódio e incitar assassinatos em massa na ausência de instrumentos que criminalizassem tais práticas.
Em abril de 1941, Raphael Lemkin se mudou para os Estados Unidos, onde começou a lecionar na Universidade de Duke. Em solo estadunidense, Lemkin também passou a divulgar os crimes cometidos pelos nazistas em diversas conferências que apresentou em câmaras de comércio, grupos femininos e faculdades. Em sua estadia nos Estados Unidos, Lemkin também foi contratado em 1942 como consultor-chefe pelo Conselho de Economia de Guerra e pela Administração da Economia Externa em Washington, e, em 1944, como especialista em Direito Internacional pelo departamento de Guerra dos Estados Unidos. No entanto, seus apelos, inclusive direcionados ao presidente Roosevelt, não surtiram efeito.
A criação do termo “Genocídio”
Ao ouvir um discurso do Winston Churchill, primeiro-ministro britânico, que referia ao extermínio alemão na Europa como um “crime sem nome”, Lemkin se inspirou para buscar um novo termo, que pudesse definir esse tipo de crime naquilo de único e perverso que lhe seria intrínseco: surgiu, então, o termo Genocídio.

Na foto acima, vários delegados de Nações signatárias da Convenção Sobre a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio. À frente, a partir da esquerda: Coréia, Haiti, Irã, França e Costa Rica. Atrás, à partir da esquerda: Secretário-Geral Adjunto para Assuntos Jurídicos, Secretário Geral, representante da Costa Rica e Raphael Lemkin, principal defensor da convenção. Foto: acervo da ONU
Lemkin apresentou um projeto de resolução para uma convenção sobre genocídio para que fosse adotado por vários países. Com o apoio dos Estados Unidos, a resolução foi colocada perante a Assembleia Geral para consideração. A Convenção Sobre a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio foi formalmente apresentada e aprovada em 9 de dezembro de 1948. Em 1951, a Convenção entrou em vigor, após a vigésima nação havia ratificado o tratado.

Raphael Lemkin (à direita) com o embaixador do Brasil Gilberto Amado (à esquerda), antes de uma sessão plenária da Assembléia Geral em que a Convenção sobre a Prevenção e Punição do Genocídio foi aprovada. Palais de Chaillot, Paris, 11 de dezembro de 1948. Foto: Acervo da ONU
Conceitualmente, qualquer um dos seguintes atos cometidos com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso seria considerado como crime de Genocídio. Dentre os atos condenáveis, incluíam lesão grave a integridade física ou mental e assassinato de membros de grupos; sujeição intencional do grupo a condições de existência que acarretarão sua destruição total ou parcial; imposição de medidas destinadas a impedir o nascimento no seio do grupo e transferência forçada de crianças de um grupo para outro. De modo geral, o genocídio não significa a destruição imediata de uma nação ou grupo étnico/racial/religioso, mas sim a adoção de ações que visam a destruição de bases essenciais da vida de todos os membros de tal grupo, visando a aniquilação.
Final da vida de Raphael Lemkin
Por seu trabalho no Direito Internacional e na prevenção de crimes de guerra, Lemkin recebeu uma série de prêmios, incluindo o cubano Grã-Cruz da Ordem de Carlos Manuel de Céspedes, em 1950, o Prêmio Stephen Wise do American Jewish Congress, em 1951, e a Cruz de Mérito da República Federal da Alemanha em 1955. No 50º aniversário da Convenção, o Dr. Lemkin também foi homenageado pelo secretário-geral da ONU como sendo “um exemplo inspirador do compromisso moral.”
Raphael Lemkin faleceu vítima de um ataque cardíaco no escritório de relações públicas de Milton H. Blow, em Nova York, no ano de 1959, com apenas 59 anos. Apenas sete pessoas compareceram ao seu funeral. (A. M. Rosenthal, “A Man Called Lemkin,” New York Times, October 18, 1988, p.A31).

Placa em homenagem a Raphael Lemkin, localizada em Varsóvia, capital da Polônia.
por | 17/10/2013 | Curiosidades, Século XX

A famosa foto dos 11 trabalhadores almoçando, conhecida como “Lunch atop skycraper”. Fotos: © Bettmann Corbis. New York, 1932.
A foto não foi a única tirada naquele dia de 1932, porém foi a que ficou conhecida mundialmente. A fotografia retrata onze homens almoçando, sentados em uma viga com os pés balançando 256 metros acima das ruas de Nova York. Todos os trabalhadores retratados não estão protegidos por qualquer dispositivo de segurança; simplesmente estão soltos, almoçando felizes em cima de uma grande viga. A imagem supostamente fora tirada em 20 de setembro de 1932, no 69º andar do Edifício RCA durante os últimos meses de construção do arranha-céu.
Após alguns anos em circulação, algumas pessoas começaram a suspeitar da veracidade da fotografia de Ebbets, pois parecia difícil acreditar que 11 pessoas ficassem sentadas em uma viga do Rockefeller Center almoçando, numa altura daquelas.

Foto de Charles Ebbets no dia em que fez a famosa foto dos 11 trabalhadores almoçando sentados sobre uma viga suspensa na altura do 69° andar do arranha-céu Rockefeller Center, em 1932.
Posteriormente algumas autoridades em fotografia e estudos iconográficos, como Ken Johnston — diretor de fotografia da agência Corbis—, atestaram a autenticidade da imagem famosa. Uma das explicações, além dos detalhes técnicos da imagem, se baseia no fato de que, à época, em meio à Grande Depressão, havia pouquíssima oferta de trabalho. Exatamente por isso as pessoas acabavam aceitando qualquer trabalho, mesmo que não fosse plenamente seguro, ou fosse desprovido de fiscalização e dispositivos de segurança.

Foto: © Bettmann Corbis. New York, 1932.
As belas imagens daquele dia rodaram o mundo e hoje são conhecidas pelos amantes de História e de fotografias históricas. Contudo, poucas pessoas conhecem o rosto de Charles Ebbets, o fotógrafo tão corajoso quanto aqueles 11 trabalhadores do Rockefeller Center. Atualmente, muitas pessoas ainda contestam tanto a veracidade da imagem, bem como a autoria ser de Charles Ebbets.

Foto: © Bettmann Corbis. New York, 1932.
Referência: