Jesse Owens: o atleta negro que desafiou Hitler na Alemanha em 1936

Jesse Owens, atleta afro-americano, se nega a olhar para a tribuna de Hitler (que já havia se retirado do Estádio Olímpico de Berlim), durante o pódio da prova de 200m. Durante os Jogos de Olímpicos de 1936, era comum antes das competições e durante as premiações que fosse realizada a saudação nazista. Em sua biografia, Owens relatou que esta vitória, além de contrapor ao racismo nazista, também foi importante para combater o racismo no próprio Estados Unidos.

Jesse Owens durante os Jogos Olímpicos de 1936

Durante as Olimpíadas de 1936, realizadas na Alemanha, já sob a égide do regime nazista e sob o comando de seu ditador Adolf Hitler, Jesse Owens, atleta afro-americano conquistou 4 medalhas de ouro. A importância do seu amplo destaque se tornou uma ferida para o ditador alemão, que acreditava plenamente em um domínio dos atletas germânicos, muitos deles engajados na doutrina da “Juventude Hitlerista”. O moderno Estádio Olímpico de Berlim presenciou um verdadeiro massacre dos atletas americanos, vez que além do destaque de Owens, outros 3 atletas negros e 2 brancos também conquistaram medalhas de ouro.

Imagem: Comitê Olímpico Internacional (COI)
William Patrick Hitler, o sobrinho do Führer

William Patrick Hitler, o sobrinho do Führer

O sobrinho de Hitler junto com a mãe nos Estado Unidos

O sobrinho de Adolf Hitler segura um jornal com o título “To Hell With Hitler” (Para o inferno com Hitler). Foto: “Bridget and William Patrick Hitler”. © Hulton-Deutsch Collection/CORBIS. ID:HU002631. 1941

William Patrick Hitler (1911 – 1987) era filho do meio irmão de ninguém mais, ninguém menos do que Adolf Hitler. Ainda que tivesse raízes alemãs, William nasceu e cresceu na Inglaterra, sendo considerado, portanto, um cidadão inglês.

Em 1914, seu pai, Alois Hitler Jr., o abandonou sozinho com a mãe e regressou para a Alemanha. Anos mais tarde, após Adolf Hitler se tornar Chanceler, William resolveu buscar a ajuda do tio para conseguir um cargo importante dentro do regime Nazista. Apesar de Hitler ter-lhe atendido o pedido, como condição pediu que o sobrinho abrisse mão completamente da cidadania inglesa e que nunca mais regressasse ao país natal.

Devido o pedido do tio ser exigente demais, William não aceitou e deixou a Alemanha. Novamente na Inglaterra, o sobrinho do Führer resolveu escrever um artigo para a Look Magazine intitulado de “Why I Hate My Uncle” (Porque eu odeio meu tio). A partir de então, Patrick Hitler ganhou popularidade e a oportunidade de viajar para os Estados Unidos.

Enquanto em território americano, a Segunda Guerra Mundial estourou e, querendo ser útil e ajudar na guerra contra o tio, William pediu permissão ao presidente Roosevelt para se alistar na marinha norte-americana em 1944. Acabou servindo na guerra como americano, recebeu honrarias e, após o fim do conflito desapareceu.

Posteriormente, em 1998, tempos depois de sua morte, foram encontrados os registros que mostravam William tendo trocado de nome; ele e a mãe se tornaram cidadãos americanos e William teve uma vida próspera com um laboratório médico de sucesso.

William Patrick Hitler morreu em 1987 e muitas lendas surgiram após sua morte; uma delas, supostamente contada por sua mulher, dizia que o marido havia feito os filhos prometerem que nunca teriam filhos, pois ele queria acabar com a linhagem “Hitler” e fazer desaparecer o sangue do tio.

Apesar da história ter sido negada pelos 4 filhos de William, nenhum deles teve filhos. Na foto, William segura um jornal, cujo título é “To Hell With Hitler” (“Pro inferno com Hitler”), na época em que ganhou popularidade com o artigo sobre o tio.

Referências:
– “The black sheep of the family? The rise and fall of Hitler’s scouse nephew”. The Independent, 2006. Acessado em: agosto de 2013.
– “Getting to know the Hitlers“. The Daily Telegraph, 2002.