O messias David Koresh e o assédio de Waco

O messias David Koresh e o assédio de Waco

Assédio de Waco - Monte Carmelo

A propriedade em Monte Carmelo foi completamente incendiada após o início da invasão. 84 pessoas morreram.

Em julho de 1993 foi realizado um cerco de 51 dias em Waco, contando com a participação do Exército dos Estados Unidos, FBI, ATF e da polícia do Texas. Em algumas horas, a propriedade estava incendiada e fortes explosões ocorreram, matando 84 pessoas, incluindo David Koresh. Apenas dez ocupantes de Monte Carmelo se salvaram.

David Koresh e a Seita Davidiana

A igreja Davidiana é uma seita com relações com a identidade cristã e bases remotas advindas dos Adventistas de Sétimo Dia, foi criada na década de 1950. Durante três décadas, essa pequena comunidade funcionou de forma pacífica, até que no final dos anos 1980, Vernon Howell, foi nomeado líder da seita. Em 1990, Howell alterou seu nome para David Koresh (que segundo ele mesmo dizia, significava “Ciro” em hebreu, nome de um antigo rei persa que permitiu que os judeus cativos na Babilônia retornassem a Israel). Koresh também era o nome que Cyrus Read Teed, ex-cabo do exército americano, adotou em 1870 quando fundou uma seita que durou por mais de cem anos. O nome da antiga Monte Carmelo foi alterado para “Rancho Apocalipse” e passou a usar de suas “prerrogativas divinas” para não dispensar prazeres vedados aos demais membros.

Tais prerrogativas incluiam assistir Jean-Claude Van Damme na televisão, consumir alimentos mais requintados e, sobretudo, possuir relações sexuais com mulheres adolescentes (uma de suas companheiras que conseguiu fugir contou que ele chegou a ter 18 esposas, sendo a maioria menores de idade). Com a premissa de evitar retaliações de ex-membros expulsos, Koresh ordenou a compra de várias armas automáticas (prática permitida no Texas). Em 1992, autoridades federais dos Estados Unidos iniciaram uma investigação contra a seita porque receberam a informação de estavam sendo produzidas metralhadoras na comunidade. Foi constatado que os davidianos possuíam um stand de tiro ao ar livre e que estocavam grandes provisões de alimento e munições, acreditando que logo se iniciaria um novo “Holocausto”. Koresh esteve por três vezes em Israel, e previa que tropas americanas invadiriam a Palestina, momento em que ele próprio se levantaria como um “anjo vingador”.

O Assédio de Waco

No final de 1992, a ATF (Bureau of Alcohol, Tobacco, Firearms and Explosives) tomou frente no caso, suspeitando que a seita convertia armas semi-automaticas em automáticas, armazenava pólvora e outros produtos químicos utilizados como matérias-prima para fabricação de explosivos, além de adquirir equipamentos militares, como máscaras de gás e óculos de visão noturna.

Em julho de 1993, foram descobertas várias granadas de mão em uma encomenda interceptada pelo governo, destinada aos davidianos em Waco. O pacote foi novamente lacrado e entregue aos destinatários, para que assim fosse possível obter as devidas ordens judiciais para invadir a propriedade. A SWAT da ATF chegou a Monte Carmelo com um plano de assalto com duração inferior à um minuto. Porém, contrariando as expectativas, uma feroz resistência foi iniciada pelos davidianos, que mataram quatro agentes da ATF e perderam seis dos seus homens. Deu-se então início a um cerco de 51 dias, que contou com a participação do Exército dos Estados Unidos, FBI, da própria ATF e da polícia do Texas. Depois de infrutíferas tentativas de negociação, foi dada a ordem de invasão.

Um tanque rompeu o muro da propriedade e a parede da casa. Logo em seguida, bombas de gás lacrimogêneo foram lançadas, fato que não causou maior efeito, vez que os davidianos estavam equipados com máscaras de proteção contra gases. A invasão então tomou rumos mais violentos. Em algumas horas, a propriedade estava incendiada e fortes explosões ocorreram, matando 84 pessoas, incluindo David Koresh. Apenas dez ocupantes de Monte Carmelo se salvaram.

O assassinato de Benazir Bhutto no Paquistão em 2007

O assassinato de Benazir Bhutto no Paquistão em 2007

Assassinato de Benazir Bhutto

Momento exato da explosão que vitimou fatalmente Benazir Bhutto. Foto: Associated Press.

No dia 27 de dezembro de 2007, na saída de um comício do Partido do Povo Paquistanês na cidade de Rawalpindi, próxima a capital do país, Islamabad, um homem-bomba sob a bandeira da Al Qaeda alvejou no pescoço e no peito a recém-repatriada (após oito anos de exílio) e antiga primeira-ministra Benazir Bhutto. No instante seguinte (momento exato em que a foto foi tirada), o mesmo terrorista explodiu uma bomba que carregava amarrada junto ao corpo, matando outras quinze pessoas. Levada para o hospital local em estado gravíssimo, Bhutto não resistiu aos ferimentos e faleceu.

Benazir Bhutto

Benazir Bhutto foi a primeira mulher a ocupar um cargo de chefe de governo de um Estado muçulmano moderno, sendo primeira-ministra do Paquistão por duas vezes. Bhutto havia colecionado vários inimigos, primeiramente por ser mulher e ocupar um cargo de poder em um Estado islâmico conservador, e segundo por adotar uma posição laica e se posicionar frente à violações aos direitos humanos em um país fundamentalmente islâmico. Contudo, sua vida política foi marcada pelo apoio a milícia Talibã no Afeganistão e acusações de corrupção durante seu governo. Quando desembarcou do seu exílio no dia 27 de outubro de 2007, Benazir foi recebida por mais de 100 mil pessoas e, ainda nesse mesmo dia, durante o desfile por Islamabad, duas explosões perto dos carros da sua comitiva mataram 140 pessoas e feriram mais de 200.

Bhutto denunciava incessantemente ameaças de fanáticos seguidores do antigo regime do General Muhammad Zia Ul-Haq – o mesmo que havia deposto seu pai na década de 1970. A morte da líder da oposição não foi de todo surpresa, pois não era a primeira tentativa que sofrera.

Consequências políticas causadas pelo morte de Benazir Bhutto

Sua morte causou um grande retrocesso democrático no Paquistão e no mundo islâmico em geral. Uma série de represálias violentas foi realizada por partidários e simpatizantes de Bhutto após sua morte. Várias edificações foram atacadas e incendiadas e as pressões internas e externas exigindo a renúncia do então presidente, Pervez Musharraf, intensificaram-se. O mundo inteiro se opôs contra a violência no Paquistão, inclusive a vizinha Índia, sua inimiga histórica.

Benazir Bhutto e Margaret Tatcher

Bhutto foi primeira-ministra do Paquistão por duas vezes. O primeiro mandato entre 1988 e 1990 coincidiu com os últimos anos do governo de Margaret Thatcher no Reino Unido.

Benazir Bhutto

Benazir Bhutto a esquerda, na época de estudante universitária, e na direita, já como primeira-ministra do Paquistão.