Os cães anti-tanque da Segunda Guerra Mundial

Museu de Imagens

Na Segunda Guerra Mundial, buscando preservar vidas humanas, o Exército soviético utilizou cães anti-tanques em ataques suicidas contra alemães.

23/11/2013
Cão anti-tanque na Segunda Guerra

Um cão anti-tanque carregado de explosivos indo em direção ao inimigo.

Durante a Segunda Guerra Mundial, buscando uma arma que não fosse preciso colocar em risco vidas humanas, o exército soviético solucionou o problema através dos cães anti-tanques ou bombas.

Esses cães eram ensinados a levar explosivos para baixo de tanques , veículos blindados e outros alvos militares. Eles foram intensamente treinados entre 1930 e 1996 e usados em 1941-1942 contra os tanques alemães na Segunda Guerra Mundial. Bombas eram projetadas para ficarem acopladas ao corpo dos animais que iam em direção ao inimigo.

A ideia dos cães anti-tanques surgiu a partir dos estudos do cientista russo Ivan Pavlov (1849-1936), que fundou a psicologia behavorista (“comportamental”). Suas experiências buscavam alterar o comportamento animal através de estímulos. Assim, os cães bomba também ficaram conhecidos como “cães de Pavlov”, pelo fato dos estudos desse cientista terem sido usados para a criação da estratégia militar. (Nenhuma fonte afirmou ter sido o cientista a criar propriamente os cães bomba. Entretanto, seus estudos foram utilizados para esse fim).

A forma utilizada para que os cachorros fossem em direção ao tanque inimigo era alimentá-los através de um tanque, para associá-lo à hora de comer. Dias antes da batalha, ou ataque, os animais eram privados de comida e, quando soltos em campo, rumariam diretamente para o tanque inimigo. Embora, inicialmente,  a estratégia de ataque corresponder a apenas o cão levar os explosivos para baixo dos alvos militares e se retirar para que o temporizador detonasse o artefato, a ideia falhou devido os caninos ficarem confusos na realização da tarefa, sendo substituída pelo sacrifício do animal.

Cães sendo preparados para as batalhas

Escola de treinamento de cães.

Durante a Segunda Guerra,  as escolas de treinamento de cães anti-tanques ganharam força e focaram na estratégia suicida. Cerca de 40.000 animais foram mobilizados para várias tarefas no Exército soviético. O primeiro grupo de 30 cães anti-tanques foi para a primeira batalha no final de 1941. Porém a estratégia não deu certo.

Uma vez em campo, se assustavam com os barulhos dos tiros, correndo de volta para as trincheiras e matando vários soldados soviéticos. Os cães, além de terem sido treinados com tanques parados e que não disparavam, foram acostumados com o diesel utilizado pelos veículos militares soviéticos. Dessa forma, na hora da batalha, ao invés de correrem em direção aos veículos alemães, rumavam para os soviéticos, mostrando que a técnica era carregada de falhas. Depois de 1942, essa tática militar foi caindo em desuso, com as escolas de treinamentos sendo voltadas para outras tarefas. Ainda assim, a criação de cães para ataques suicidas continuou até 1996.

Cães anti-tanques das tropas soviéticas

Foto rara de dois cães anti-tanques soviéticos.

Todas as falhas deixam dúvidas quanto à eficiência dos cães anti-tanques durante o conflito. Apesar do exército soviético ter afirmado que mais de 300 veículos blindados e tanques alemães foram destruídos, alguns historiadores russos questionam a alegação, acreditando que se tratasse apenas de propaganda de guerra.

A equipe do Museu de Imagens buscou informações para creditar as imagens, contudo, nada foi encontrado. Caso saiba alguma informação a respeito da autoria, entre em contato.
Referência:
– KISTLER, John. “Animals in the Military: From Hannibal’s Elephants to the dolphins of the US Navy”. ABC-CLIO, LLC, 2011.
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