As escolas de desobediência civil

Museu de Imagens

Durante as lutas pelos direitos civis negros, ativistas realizaram treinamentos violentos em escolas de desobediência civil para não reagir a provocações.

ATUALIZADO EM 01/12/2013
Foto de Eve Arnold

Moça em uma escola de ativistas negros, sendo treinada com puxões de cabelo e baforadas de cigarro para não reagir a possíveis provocações que poderia sofrer tanto na sociedade, quanto nas escolas, 1960. Foto: © Eve Arnold / Magnum Photos

Muitas pessoas conhecem a história de Rosa Parks, a mulher que se recusou a levantar de seu assento no ônibus para dar lugar a uma pessoa branca em 1955. No entanto, poucas pessoas sabem que, quatro meses antes, Rosa cursou uma “escola de desobediência civil” — Highlander Folk School do Tennessee — para aprender a não reagir às provocações que pudesse sofrer ao longo de sua luta.

A ideia de se criar escolas de desobediência civil ganhou força na época, pois era uma das formas pacíficas de manifestação que fazia parte do lema da não violência perpetrado por Martin Luther King Jr.; carregando a ideia de não revidar às provocações, mas provocar por não reagir. Dessa forma, as intenções dos racistas em humilhar os manifestantes não seriam atingidas, demonstrando força no movimento pela luta dos direitos civis dos negros.

Em 1960, baseado na ideia da desobediência civil, um grupo de ativistas universitários formou o Comitê dos Estudantes Não-Violentos (SNCC) na Universidade de Shaw. O grupo teve um papel extremamente importante na luta pelos direitos dos negros ao organizar passeatas e outras ações não violentas. Para tanto, o comitê teve que se preparar para todo tipo de demonstração de ódio que encontraria durante a luta, cuja solução encontrada se baseava no treinamento pelas escolas de desobediência civil.

Por meses, os alunos passaram por treinamentos pesados que incluíam puxões de cabelos, abusos verbais, tapas na cara, socos etc. Na sessão de fotos raríssimas abaixo, feitas pelos fotógrafos lendários que documentaram as manifestações pelo fim da segregação racial — James Karales e Eve Arnold —, é possível ter ideia do treinamento pesado pelo qual o Comitê dos Estudantes Não-Violentos passou.

Resistência passiva

“Passive Resistance Training”, SNCC, 1960. © The Estate of James Karales, Cortesia de Howard Greenberg Gallery, Nova York.

Resistência passiva

“Passive Resistance Training”, SNCC, 1960. © The Estate of James Karales, Cortesia de Howard Greenberg Gallery, em Nova York.

Resistência passiva

“Passive Resistance Training”, SNCC, 1960. © The Estate of James Karales, Cortesia de Howard Greenberg Gallery, em Nova York.

Treinamento de resistência

“Passive Resistance Training”, SNCC, 1960. © The Estate of James Karales, Cortesia de Howard Greenberg Gallery, em Nova York.

Treinamento fotografado por Eve Arnold

Foto: © Eve Arnold / Magnum Photos

Treinamento de resistência passiva

Foto: © Eve Arnold / Magnum Photos

Referência:
Civil Disobedience training> young girl taught not to react to taunting in 1960. The Hunffigton Post.
– Clayborne Carson, In Struggle, SNCC and the Black Awakening of the 1960s: Harvard University Press, 1981