El Porteñazo. Capelão resgata soldado em Puerto Cabello

Soldado em Puerto Cabello, 1962

O capelão Luis Maria Padilla vai para o meio da rua no tiroteio em Puerto Cabello para resgatar um soldado ferido, colocando-o em seus braços.

18/09/2013
O Portenazo

O capelão Luis Maria Padilla vai para o meio da rua, no lugar conhecido como La Alcantarilla, em Puerto Cabello, para resgatar um soldado ferido nos momentos cruciais do tiroteio, colocando-o em seus braços, para tentar ajudá-lo.

Na imagem, o capelão Luis Maria Padilla vai para o meio da rua nos momentos cruciais do tiroteio, em um lugar conhecido como La Alcantarilla, para resgatar um soldado ferido, colocando-o em seus braços para tentar ajudá-lo. A foto, tirada por Hector Rondon para o jornal La Republica, foi premiada em 1963 com o Prêmio Pulitzer de Fotografia. A imagem foi distribuída pela Associated Press e apareceu em muitas revistas ao redor do mundo, sendo capa, por exemplo, da revista Life (em espanhol), logo após o incidente.

O Porteñazo: A Revolta de Puerto Cabello

O Porteñazo ou a “Revolta de Puerto Cabello” foi uma revolta da base naval de Puerto Cabello, na Venezuela. Na madrugada de 2 de junho de 1962, uma rebelião liderada pelos oficiais Manuel Ponte Rodriguez, Pedro Medina Silva e Victor Hugo Morales, ocorreu na base naval de Puerto Cabello. Assim que o governo nacional descobriu a tentativa de golpe, enviou tropas do Exército e da Força Aérea, que sitiaram e bombardearam a cidade, forçando uma luta frontal entre o batalhão de fuzileiros navais das forças rebeldes do General Rafael Urdaneta (que havia se juntado a revolta dos oficiais e soldados da base naval e grupos civis armados por estes) e as tropas do batalhão Carabobo, leais ao governo venezuelano, que haviam se deslocado desde Valência, sob o comando do coronel Alfredo Monch.

No dia 3 de junho, o Ministério do Interior da Venezuela anunciou que as forças armadas leais ao governo deram fim à rebelião que havia deixado mais de 400 mortos e 700 feridos. Três dias depois, depois da captura dos líderes da revolta, caiu o último reduto dos rebeldes, o Forte Solano. Posteriormente, verificou-se a participação nos eventos de “Porteñazo” de políticos ligados ao Partido Comunista da Venezuela.

Em um poema dedicado a Puerto Cabello, o escritor e poeta Juan Camarasa Brufal, incluiu alguns versos dedicados ao fato ocorrido na foto (original em espanhol):

“En medio de tu dolor,
un ángel te mandó Dios,
que sin miedo ni pavor,
era solo…, y el herido dos
Sus alas fueron dos brazos
levantando los heridos;
las balas respetaban sus pasos,
al oír los tristes gemidos
Eres tú, capellán Padilla,
un ángel de paz y amor;
que germine esta semilla,
y no habrá tanto dolor.”

Tradução

Em meio a sua dor,
Deus mandou um anjo,
que sem medo e pavor,
estava sozinho… e dois feridos
suas asas eram dois braços
levantando os feridos
as balas respeitavam seus passos,
ao ouvir os tristes gemidos
Era você, capelão Padilla,
um anjo de paz e amor;
que germine essa semente,
e não haverá tanta dor.

[NOTA] A foto acima é erroneamente descrita em vários sites e blogs como sendo o exato momento em que o soldado se ajoelha e pede perdão ao padre.

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