O escravo fugido

Museu de Imagens

Os escravos sofreram diversos tipos de violência, resultando em fugas. Porém, um escravo era considerado caro demais para que não fosse caçado de volta.

03/07/2014
Os escravos eram considerados investimentos caros demais para que não fossem caçados quando fugissem

Cartaz relatando um escravo fugido, 1854. Cartaz “Crioulo fugido; desde o dia 18 de outubro de 1854, de nome Fortunato”. Rio de Janeiro, Laemmert, 1854. Cartaz. 26,5 cm x 16 cm.

Entre os séculos XVI e XIX cerca de três milhões de pessoas foram trazidas para o Brasil como escravas. Elas pertenciam a dezenas de grupos étnicos do continente africano. Entre essas nações estavam os afantis, axantis, jejes, peuls, hauças (ou malês) e os nagôs (iorubás), todos vindos de regiões pertencentes hoje à Guiné e ao Sudão.

Já os provenientes de Angola e do Congo eram das etnias cabindas, caçanjes, muxicongos, monjolos, rebolos etc. O fato é que diversas pessoas foram separadas de seus grupos e famílias para servirem como escravos nas Américas. No Brasil, os escravos estavam mais presentes na agricultura; no cultivo para a exportação de cana-de-açúcar, algodão, café e fumo, mas também foram utilizados para os serviços domésticos.

Uma vez nas lavouras, os escravos sofriam diversos tratamentos violentos, principalmente quando em época de grande colheita; sofrendo castigos físicos que iam desde açoite no tronco, até o corte de pedaços dos corpos, por exemplo, as orelhas que eram mais frequentemente cortadas.

Tudo isso fazia com que as pessoas escravizadas promovessem fugas; algumas delas resultavam na formação dos quilombos, cujo maior e mais famoso foi o Quilombo dos Palmares. Porém, ao mesmo tempo em que fugiam, seus senhores iam atrás.

Para o senhor da casa grande, um escravo era um investimento caro demais para se perder. Nesse sentido, a cada fuga, um cartaz como o da foto era espalhado pelas fazendas, cidades e fronteiras. Na imagem, um negro que havia fugido no ano de 1854, na província do Rio de Janeiro, é procurado e se oferece recompensa a quem encontrá-lo.

Referências:
– “Para uma história do negro no Brasil“. Acervo Digital da Biblioteca Nacional.
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