Casa dos Vettii: a casa em Pompeia que sobreviveu ao Vesúvio

Casa dos Vettii: a casa em Pompeia que sobreviveu ao Vesúvio

Casa dos Vettii

A Casa dos Vettii, pertencente a dois irmãos prósperos, Aulus Vettius Conviva e Aulus Vettius Restitutus, comerciantes que alcançaram a liberdade e a riqueza, é famosa por seus afrescos bem preservados e arquitetura imponente. Os afrescos da Casa dos Vettii são particularmente notáveis, retratando cenas do cotidiano romano, mitologia e até mesmo aspectos eróticos, refletindo a complexidade e a riqueza da cultura romana

E Erupção do Monte Vesúvio em Pompeia

A erupção do Monte Vesúvio em 79 d.C. é um dos eventos vulcânicos mais catastróficos e conhecidos da história. A erupção resultou na completa destruição das cidades romanas de Pompeia, Herculano e várias outras áreas próximas. O Vesúvio, um vulcão localizado próximo à Baía de Nápoles na Itália, expeliu uma nuvem de pedras, cinzas e gases vulcânicos a uma altura de cerca de 33 quilômetros, liberando 100.000 vezes a energia térmica liberada pelas bombas de Hiroshima e Nagasaki.

Pompeia, localizada a cerca de 8 quilômetros do vulcão, foi sepultada sob uma camada de cinzas e piroclastos de 4 a 6 metros de profundidade. A cidade foi perdida por quase 1.700 anos antes de sua redescoberta em 1748. O que tornou a erupção particularmente mortal foi a combinação de queda de cinzas, lapilli (pedras pequenas) e fluxos piroclásticos – uma mistura superaquecida de gases quentes, cinzas e rochas.

Tais fluxos piroclásticos atingiram Pompeia e outras cidades com velocidades de até 700 km/h e com temperaturas de cerca de 300°C. A maioria dos habitantes de Pompeia morreu instantaneamente devido ao calor extremo, e seus corpos foram preservados pelas cinzas que os cobriram, criando moldes vazios que foram mais tarde preenchidos com gesso pelos arqueólogos para revelar suas últimas posições na vida.

“Primeiro, a terra tremeu forte, depois o dia se tornou noite e o céu desabou impondo toneladas de cinzas e rochas; por fim, o ‘magma’ selou a existência de uma das mais prósperas cidades do Império Romano — Pompeia desapareceu horas após a erupção do vulcão Vesúvio.”

A tumba perdida de Tutankhamon

A tumba perdida de Tutankhamon

Após muito investimento, finalmente em novembro de 1922 é encontrada a tumba do faraó menino

Carter e seu ajudante no momento em que estão abrindo o sarcófago de Tutankhamon, 1922. Foto: © Griffith Institute, Universidade de Oxford/Harry Burton/Getty Image, 1922.

Por muitos anos a tumba de Tutankhamon foi cobiçada por aristocratas e arqueólogos que sonhavam encontrá-la. Segundo escritos, a tumba perdida do faraó menino estava lacrada e esquecida há mais de 3 mil anos e juntamente com ela milhares de artefatos de valor incalculável da época do Antigo Egito.

No início do século XX, eis que um aristocrata resolve investir nos trabalhos de Howard Carter com a esperança de encontrar a famosa tumba. Após meses de investimentos, George Herbert, conde de Carnarvon, já havia dispendido mais de 25 mil libras e nada havia sido encontrado além de alguns potes de alabastro.

No ano de 1922, já disposto a abandonar o sonho, George Hebert estava pronto para cessar com os investimentos, porém Carter estava determinado em trazer à luz novamente a tumba perdida de Tutankhamon. Diante da determinação do explorador e arqueólogo, Herbet resolveu seguir com seus investimentos na busca.

Logo quando encontraram a entrada da tumba, Carter e sua equipe perceberam que ela fora aberta e lacrada novamente. Exatamente por isso todos temeram que a tumba perdida, sonho de muitos, fora saqueada em anos anteriores

Uma das muitas fotos tiradas no dia da descoberta. Na foto está uma das câmaras cheia de objetos utilizados em vida por Tutankhamon e muitos outros objetos de ouro e joias. Foto: © Griffith Institute, Universidade de Oxford/Harry Burton

O interesse de Carter pela tumba do faraó menino havia surgido alguns anos antes, mais precisamente em 1907, quando um advogado aposentado que havia se tornado arqueólogo esbarrou acidentalmente com um poço cheio de objetos e símbolos que levavam o selo de Tutankhamon. Desde então, tanto Carter quanto outros arqueólogos, exploradores e entusiastas passaram a cobiçar tal achado.

A partir da descoberta do advogado, Carter acreditou que a tumba do faraó pudesse estar próxima, pois aqueles selos pertenciam à festa funerária de Tutankhamon. Naquela mesma região encontravam-se as tumbas de outros grandes faraós: Ramsés II, Meremptah e Ramsés VI.

Foto tirada na descoberta da tumba

Em destaque está a efígie da divindade Anúbis, deus do embalsamamento e protetor dos mortos. O cofre que encontra-se abaixo da estátua de Anúbis envolta em xale de linho era dourado, provavelmente com detalhes em ouro.

Finalmente em 4 de novembro, quando chegara ao último local para uma possível escavação, Carter foi recebido pelos seus trabalhadores com um silêncio e uma tensão no ar. Antes dele chegar, seus ajudantes haviam escavado um degrau entalhado em uma rocha e aguardavam o arqueólogo para dar prosseguimento ao trabalho.

A cada hora de escavação, mais e mais renascia uma escada toda trabalhada que descia em direção a mais terra, até que chegaram em uma passagem subterrânea tomada por escombros. Após conseguirem desobstruir o caminho, Carter se viu diante de uma grande porta que já fora aberta e lacrada novamente. Naquele momento o arqueólogo pensou que a tumba pudesse ter sido saqueada anos antes e nada encontrariam ali. O medo e a tensão tomaram conta de toda a equipe que resolveu fechar tudo novamente e esperar a chegada de George Herbert, o lord Carnarvon.

Nessa câmara foram guardados os objetos de uso pessoal do faraó, além de comidas que ele poderia consumir em sua viagem pela eternidade

Foto da antecâmara do sarcófago. Nela é possível verificar uma carruagem desmontada e outros objetos esquecidos por mais de 33 séculos.

Após algumas semanas, com a chegada de lord Carnarvon, deram prosseguimento à missão. Carter, então, fez um buraco na parede para verificar o interior de uma das câmaras e com a ajuda da luz de uma vela, eis que ele vê um dos tesouros do faraó, guardado há mais de 3 mil anos. Por todos os lados era possível verificar o ouro cintilando com a luz da vela.

Diante dos olhos de todos, o tesouro do faraó menino ressurgia após 3 mil anos descansando na escuridão das areias do deserto do Vale dos Reis. Após a pequena abertura, lacraram novamente e seguiram para a escavação e abertura da entrada oficial.

O momento histórico da abertura da entrada principal

Foto da entrada da antecâmara do túmulo de Tutankhamon (ca. 1348-1337 aC).

A foto acima é uma daquelas que foram tiradas por Harry Burton (1879 – 1940) durante a abertura da entrada principal pelo arqueólogo Howard Carter, no Vale dos Reis, Luxor, Egito em 1922.

As duas estátuas de “sentinela”, representando o kha de Tutankhamon, vigiavam a porta da câmara onde se encontrava o sarcófago do jovem faraó.

Outro ângulo da antecâmara do sarcófago com os objetos de uso pessoal do faraó em vida e objetos que ele usaria na outra vida

O divã bovino tem em seu lombo uma caixa de viagem e uma cama feita de ébano. Abaixo dele estão alguns recipientes contendo comida que seria usada na outra vida.

Foto: © Griffith Institute, Universidade de Oxford/Harry Burton, 1922. ID: P0292.

Referência:
– “Egypt: Land of the Pharaohs”. Time Life Books Inc. & Ediciones Folio, 2007.