Crianças sendo deportadas do Gueto de Lodz

Crianças do gueto de Lodz sendo enviadas para o campo de extermínio de Chelmno durante a ação “Gehsperre”, 1942.

A operação Gehsperre e a deportação das crianças do gueto de Lodz

Em 1942, nas primeiras semanas de setembro, a SS promoveu a ação “Gehsperre”. Durante 7 dias, crianças, idosos e doentes, num total de mais de 20 mil pessoas, foram deportados do gueto de Lodz e vilas vizinhas para o primeiro campo de extermínio que fora criado: Chelmno. Nas palavras de Himmler, Chelmno era uma das “death boxes” (“caixas da morte”). Os prisioneiros ao chegarem no campo de extermínio eram recebidos por homens de jaleco branco e enviados para uma sala onde retiravam as roupas e deixavam os pertences.

O passo seguinte consistia em colocar todos os recém chegados dentro de um caminhão, onde as portas eram lacradas e um tubo conectado ao escapamento do veículo era ligado à câmara dos prisioneiros. Em 10 minutos a maioria morria sufocada por asfixia pelo monóxido de carbono. Quem permanecesse vivo seria executado pelos guardas. Apenas 5% daqueles que viviam no gueto de Lodz sobreviveram ao final da guerra, segundo dados levantados pelo jornal The Independent.

Referências:
Foto: Instytut Pamieci Narodowej, Poland, 1 de setembro de 1942. ID: 50328. United State Holocaust Memorial Museum.
“Children from the Marysin colony who were rounded-up during the “Gehsperre” action in the Lodz ghetto, march in a long column towards a deportation assembly point.”. United State Holocaust Memorial Museum.
“The last ghetto: life and death in Lodz”. The Independent.

Jesse Owens: o atleta negro que desafiou Hitler na Alemanha em 1936

Jesse Owens, atleta afro-americano, se nega a olhar para a tribuna de Hitler (que já havia se retirado do Estádio Olímpico de Berlim), durante o pódio da prova de 200m. Durante os Jogos de Olímpicos de 1936, era comum antes das competições e durante as premiações que fosse realizada a saudação nazista. Em sua biografia, Owens relatou que esta vitória, além de contrapor ao racismo nazista, também foi importante para combater o racismo no próprio Estados Unidos.

Jesse Owens durante os Jogos Olímpicos de 1936

Durante as Olimpíadas de 1936, realizadas na Alemanha, já sob a égide do regime nazista e sob o comando de seu ditador Adolf Hitler, Jesse Owens, atleta afro-americano conquistou 4 medalhas de ouro. A importância do seu amplo destaque se tornou uma ferida para o ditador alemão, que acreditava plenamente em um domínio dos atletas germânicos, muitos deles engajados na doutrina da “Juventude Hitlerista”. O moderno Estádio Olímpico de Berlim presenciou um verdadeiro massacre dos atletas americanos, vez que além do destaque de Owens, outros 3 atletas negros e 2 brancos também conquistaram medalhas de ouro.

Imagem: Comitê Olímpico Internacional (COI)
Alemanha invade a Polônia: começa a Segunda Guerra Mundial

Alemanha invade a Polônia: começa a Segunda Guerra Mundial

Soldados alemães cruzam a fronteira com a Polônia no dia 1 de setembro de 1939.

Soldados alemães cruzam a fronteira com a Polônia no dia 1 de setembro de 1939.

No dia 1º de setembro de 1939, uma semana após a Alemanha nazista e a União Soviética assinarem um pacto de não-agressão (Pacto Molotov-Ribbentropp), mais de um milhão de soldados alemães, apoiados por cerca de 50.000 soldados eslovacos, invadiram a Polônia. Dois dias depois, Inglaterra e França declararam guerra à Alemanha, dando início à Segunda Guerra Mundial. Os soviéticos, neutros no conflito até então, invadiram o leste do território polonês duas semanas depois com mais de meio milhão de tropas.

A Invasão da Polônia

Às 4h45min do dia 1 de setembro, o encouraçado alemão SMS Schleswig-Holstein abriu fogo contra guarnições polonesas em Danzig (conhecida como “corredor-polonês”). Horas depois, a Wehrmacht iniciou o avanço terrestre. O objetivo da invasão à Polônia foi a busca do lebensraum, ou seja, o território necessário para a expansão do Reich. A ofensiva alemã demostrou a força avassaladora da Blitzkrieg (Guerra Relâmpago) que, aliada à tropas muito bem treinadas e equipadas, avançou rapidamente sob território polonês e alcançou a capital Varsóvia no dia 10 de setembro. Durante os ataques, praticamente não se fez nenhuma distinção entre militares e civis, incluindo mulheres e crianças. Apesar da resistência determinada, as forças armadas poloneses foram impiedosamente esmagadas nas duas frentes de batalha.

Tanque alemão avança sobre o território polonês.

Tanque alemão avança sobre o território polonês.

Luftwaffe (Força Aérea Alemã) ataca posições inimigas.

Luftwaffe (Força Aérea Alemã) ataca posições inimigas.

Aviador alemão ataca posições inimigas durante a invasão da Polônia.

Aviador alemão ataca posições inimigas durante a invasão da Polônia.

Ruínas de uma ponte destruída por tropas alemãs perto de Sochaeczew, Polônia, 1939.

Ruínas de uma ponte destruída por tropas alemãs perto de Sochaeczew, Polônia, 1939.

Cidades polonesas são deixadas em ruínas durante a invasão alemã.

Cidades polonesas são deixadas em ruínas durante a invasão alemã.

Ruínas perto da cidade de Varsóvia em 1939. A placa indica a direção da frente de batalha. Foto: Hugo Jaeger.

Ruínas perto da cidade de Varsóvia em 1939. A placa indica a direção da frente de batalha. Foto: Hugo Jaeger.

Parada da vitória alemã nas ruas de Varsóvia, 1939

Parada da vitória alemã nas ruas de Varsóvia, 1939. Foto: Hugo Jaeger.

Adolf Hitler durante a parada da vitória da Alemanha sobre a Polônia em Varsóvia. Foto: Hugo Jaeger.

Adolf Hitler durante a parada da vitória da Alemanha sobre a Polônia em Varsóvia. Foto: Hugo Jaeger.

Poloneses enterram seus entes queridos em parques e ruas de Varsóvia após a invasão da Alemanha. Parada da vitória alemã nas ruas de Varsóvia, 1939. Adolf Hitler durante a parada da vitória da Alemanha sobre a Polônia em Varsóvia. Foto: Hugo Jaeger.

Poloneses enterram seus entes queridos em parques e ruas de Varsóvia após a invasão da Alemanha.

Aracy de Guimarães Rosa: o “Anjo de Hamburgo”

Aracy Guimarães Rosa, também conhecida como “O Anjo de Hamburgo”, foi esposa de João Guimarães Rosa, diplomata e um dos maiores escritores brasileiros (autor de “Grande Sertão: Veredas”, dentre outras obras).

Aracy de Guimarães Rosa: o “Anjo de Hamburgo”

De 1938 a 1942, durante o auge da perseguição nazista aos judeus pela Alemanha de Adolf Hitler, Aracy, que trabalhava no consulado brasileiro em Hamburgo, corajosamente enfrentou a Circular Secreta número 1.127, implementada por Getúlio Vargas e que restringia a entrada de judeus no Brasil. Sua tática era audaciosa: como despachava costumeiramente com o Cônsul Geral, misturava entre as pilhas de documentos, papéis que concediam vistos para que judeus pudessem fugir da Alemanha (ela omitia qualquer informação que identificasse um requerente judeu e ainda forjava atestados de residência falsos para possibilitar que judeus de todas as partes do país solicitassem visto em Hamburgo).

Aracy Guimarães Rosa é a única brasileira laureada com o título de “Justos Entre as Nações”, a mais alta honraria para “não judeus” que se arriscaram para proteger vítimas do Holocausto. Ela nunca aceitou presentes ou dinheiro pela ajuda que concedeu aos judeus. É uma mulher que representa a sensibilidade, força e brilho das mulheres que espalham o amor por onde passam.

A desnazificação da Alemanha

Após a rendição da Alemanha, os Estados Unidos e a Inglaterra começaram uma campanha de “desnazificação” no país. Para tanto, tudo o que lembrava o partido Nazista começou a ser destruído e os culpados começaram a ser apontados pelos estadistas vencedores da guerra. Na imagem, soldados alemães presos sendo obrigados a verem a filmagem de um campo de concentração em 1945.

A “desnazificação” da Alemanha

Por algum tempo as imagens dos campos de concentração começaram a invadir os países Aliados, chocando a população; isso acabou gerando um sentimento de revolta e a pressão para que houvesse não só a culpabilização dos oficiais nazistas, como ocorreria de início, mas também uma culpa coletiva para todo o povo alemão.

A culpa coletiva começou também a ser utilizada no processo de “desnazificação” da Alemanha. O meio utilizado era levar os civis alemães até campos de concentração e fazê-los visitar as instalações, bem como ver os corpos dos prisioneiros mortos; além de cartazes espalhados pelas ruas com fotos de mortos e os dizeres “A culpa é sua”. Outro recurso utilizado para a culpa coletiva foi a criação de filmes mostrando os atos do Partido Nazista tanto para os civis, quanto para os soldados alemães.

Referência:
Fotografia: United States Holocaust Memorial Museum, cortesia de Joseph Eaton. ID: #55317.
CASEY, Steven. “The Campaign to sell a harsh peace for Germany to the American public, 1944–1948“. London: LSE Research Online, 2005.